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Boa leitura!
Cepea, 08/04/2023 – O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disponibiliza hoje os relatórios agromestrais de julho de 2023.
Confira aqui!
Abaixo, alguns trechos das análises mensais:
AÇÚCAR: Os preços médios do açúcar cristal branco caíram em julho no mercado spot do estado de São Paulo. O clima do mês, considerado o pico da safra, foi de pouca chuva, o que favoreceu a colheita da cana e a produção nas usinas do estado. Nesse cenário, em geral, os compradores pressionam os preços das bolsas de cristal. Mesmo as retiradas de contratos previamente negociados com as usinas foram adiadas, segundo algumas indústrias de alimentos consultadas pelo Cepea. Esses agentes apontaram uma queda no consumo de produtos de varejo. A oferta do tipo de melhor qualidade (Icumsa até 150) foi baixa, devido ao aumento das exportações.
ALGODÃO: Os preços do algodão em pluma subiram durante a maior parte do mês de julho, após iniciarem o mês nos menores níveis nominais desde meados de outubro/20. Mesmo assim, a média mensal situou-se no menor patamar dos últimos três anos, em termos reais. Os preços domésticos ficaram ainda mais baixos do que a paridade de exportação, o que não é comum. Com isso, os vendedores permaneceram firmes em seus pedidos, influenciados pelos preços internacionais mais elevados, contribuindo para uma recuperação parcial dos preços.
ARROZ: As cotações do arroz em casca no Rio Grande do Sul subiram em julho, influenciadas pela restrição de vendas e pelo maior interesse dos compradores, tanto para o mercado interno quanto para exportação. A média do Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos integrais e pagamento à vista) foi de R$ 84,17/saca de 50 kg em julho, 2,74% superior à de junho e 10,23% superior à de jul/22, em termos nominais. No acumulado de julho (de 30 de junho a 31 de julho), o Indicador avançou 7,17%.
BOI: Após registrar, de janeiro a junho de 2023, o segundo melhor desempenho da história em um primeiro semestre, as exportações brasileiras de carne bovina iniciaram o segundo semestre fragilizadas. E esse cenário se verificou mesmo diante da queda dos preços da carne para exportação – em julho, o preço médio pago por tonelada de proteína foi o menor desde março de 2021.
CAFETERIA: Os preços médios dos cafés Arábica e Robusta caíram significativamente entre junho e julho. Para o arábica, o Indicador CEPEA/ESALQ tipo 6, localizado na capital paulista, teve média de R$ 819,61/saca de 60 kg em julho, queda de 11,8% (ou quase R$ 110/sc) em relação ao mês anterior. Quanto ao Robusta, a média de julho foi de R$ 649,29/sc, queda de 8,07% (ou 56,97 reais/sc).
ETANOL: Os preços do etanol anidro e hidratado caíram no mercado paulista em julho, uma vez que a demanda estava muito fraca em grande parte da região Centro-Sul. Nem mesmo o ligeiro aumento da procura de combustível no final do mês devido à expectativa de aumento do preço da gasolina nas refinarias (devido à recente valorização do petróleo) e também o regresso às aulas foram suficientes para sustentar os preços.
FRANGO: A carne de frango registrou desvalorização em julho. A grande quantidade de proteína disponível no mercado interno, devido à baixa demanda interna e à queda nas exportações, resultou em preços mais baixos. No atacado paulista, o frango inteiro resfriado teve média de R$ 5,82/kg em julho, queda de 3,5% em relação a junho. Na mesma comparação, o produto congelado desvalorizou 2,8%, com média de R$ 5,86 no último mês.
MILHO: As cotações do milho encerraram julho com queda no mercado brasileiro, devido ao avanço da safra e baixas cotações no mercado internacional em algumas partes do mês. No Brasil, as negociações seguiam em ritmo lento, pois os compradores esperavam novas quedas nos preços com o avanço da safra. Vale lembrar que a alta oferta na atual safra e o baixo pregão antecipado preocuparam os agentes, e alguns vendedores concordaram em negociar lotes em patamares mais baixos.
OVELHA: As cotações do ovino vivo apresentaram comportamento diferenciado entre os mercados monitorados pelo Cepea em julho. A Bahia foi a região com o aumento mais expressivo, de 9,3%, no preço do cordeiro vivo, com o quilo passando de R$ 18,29 em junho para R$ 20,00 em julho. Segundo funcionários do Cepea, a maior procura por carne nos restaurantes contribuiu para a valorização do animal.
MILITARES: As indústrias brasileiras foram mais ativas na aquisição de soja em julho. Esse cenário acirrou a disputa entre compradores nacionais e estrangeiros da oleaginosa, resultando em alta nos preços domésticos, que atingiram os maiores patamares reais desde março deste ano. Além disso, os sojicultores brasileiros foram retraídos nas vendas de grandes volumes. Parte dos produtores mostrou preferência por armazenar o restante da safra 2022/23 em silos-sacos ao invés de vendê-lo no mercado à vista – vale lembrar que esse tipo de armazenamento não é comum para a soja, pois pode aumentar a umidade no grão.
TRIGO: Em julho, os agentes do mercado de trigo permaneceram atentos ao desenvolvimento das lavouras, principalmente no Hemisfério Sul, enquanto os trabalhos de colheita avançavam no Hemisfério Norte. Ao mesmo tempo, esses agentes vêm acompanhando os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia, que se intensificou após o fim do acordo de exportação de grãos do Mar Negro no mês passado.
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Outras informações: [email protected] e (19) 3429 8836.
Título: Principais análises dos relatórios agromestrais de julho de 2023 divulgados pelo Cepea
Introdução:
O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Esalq/USP, divulgou recentemente os relatórios agromestrais referentes ao mês de julho de 2023. Esses relatórios fornecem uma análise detalhada do desempenho dos principais setores do agronegócio nacional, trazendo informações relevantes para produtores, investidores e demais interessados no mercado agropecuário. Neste artigo, serão destacados alguns trechos das análises mensais, que trazem insights importantes sobre o mercado de açúcar, algodão, arroz, boi, cafeteria, etanol, frango, milho, ovelha, militares e trigo.
Açúcar:
No mercado spot do estado de São Paulo, os preços médios do açúcar cristal branco registraram queda em julho. A safra favorável, com pouco volume de chuvas, possibilitou uma maior colheita de cana e produção nas usinas. Diante desse cenário, os compradores pressionaram os preços nas bolsas de cristal. Além disso, houve uma queda no consumo de produtos de varejo, resultando em adiamento das retiradas de contratos firmados previamente com as usinas. Vale destacar também a baixa oferta do tipo de melhor qualidade (Icumsa até 150) devido ao aumento das exportações.
Algodão:
Os preços do algodão em pluma apresentaram aumento durante a maior parte de julho, após um período de baixa nos meses anteriores. No entanto, a média mensal ainda ficou abaixo do registrado nos últimos três anos, em termos reais. Esse cenário atípico levou os vendedores a manterem preços firmes, influenciados pelo aumento dos preços internacionais. Com isso, houve uma recuperação parcial dos preços.
Arroz:
No Rio Grande do Sul, as cotações do arroz em casca apresentaram alta em julho. Esse aumento foi influenciado pela restrição de vendas e pelo maior interesse dos compradores, tanto para o mercado interno quanto para a exportação. O Indicador CEPEA/IRGA-RS registrou uma média de R$ 84,17 por saca de 50 kg em julho, o que representa um aumento de 2,74% em relação ao mês anterior e de 10,23% em comparação a julho de 2022.
Boi:
Apesar do desempenho histórico positivo no primeiro semestre de 2023, as exportações brasileiras de carne bovina iniciaram o segundo semestre em queda. Mesmo com a diminuição dos preços da carne para exportação, o menor desde março de 2021, a fragilidade das exportações foi evidente. Esse cenário reflete a desaceleração da demanda por carne bovina no mercado internacional.
Cafeteria:
Os preços dos cafés Arábica e Robusta registraram queda significativa entre junho e julho. O Indicador CEPEA/ESALQ tipo 6, que representa o café Arábica, teve uma média de R$ 819,61 por saca de 60 kg em julho, uma queda de 11,8% em relação ao mês anterior. Já o café Robusta teve uma média de R$ 649,29 por saca, representando uma queda de 8,07%. Essa redução nos preços está relacionada aos fatores climáticos e ao aumento das exportações.
Perguntas e Respostas:
1. Quais foram os principais fatores que influenciaram a queda nos preços do açúcar em julho?
Resposta: A falta de chuvas favoráveis à safra e o aumento das exportações levaram a uma maior colheita de cana e produção nas usinas, o que resultou em uma pressão dos compradores sobre os preços do açúcar cristal branco.
2. Por que os preços do algodão em pluma apresentaram aumento em julho?
Resposta: Apesar de terem iniciado o mês nos menores níveis nominais desde outubro de 2020, os preços do algodão em pluma subiram devido ao aumento dos preços internacionais e à firmeza dos vendedores em seus pedidos.
3. Quais foram os principais fatores que contribuíram para a alta nas cotações do arroz em casca?
Resposta: A restrição de vendas e o maior interesse dos compradores, tanto no mercado interno quanto na exportação, foram os principais fatores que influenciaram o aumento das cotações do arroz no Rio Grande do Sul.
4. Por que as exportações brasileiras de carne bovina iniciaram o segundo semestre em queda?
Resposta: Mesmo com a queda dos preços da carne para exportação, a demanda internacional por carne bovina diminuiu, impactando negativamente as exportações brasileiras.
5. Quais foram os fatores responsáveis pela queda nos preços dos cafés Arábica e Robusta?
Resposta: A redução nos preços dos cafés Arábica e Robusta está relacionada a questões climáticas desfavoráveis e ao aumento das exportações dessas commodities.
Conclusão:
Os relatórios agromestrais divulgados pelo Cepea oferecem uma visão abrangente sobre o desempenho de diferentes setores do agronegócio brasileiro. Ao analisar algumas das principais análises referentes ao mês de julho de 2023, fica evidente a influência de diversos fatores, como condições climáticas, demanda interna e internacional, e aumento das exportações. Essas informações são de extrema importância para produtores, investidores e demais agentes do mercado agropecuário, auxiliando na tomada de decisões estratégicas e acompanhar as tendências do setor.
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Fonte: Cepea