Sumário
1. Identifique as seções principais
1.1. Principais tipos de poda do cafeeiro
2. Introdução
2.1. A importância de escolher o tipo de poda adequado
3. Decote
3.1. Recomendações para a poda de decote
4. Desponte
4.1. Como estimular a ramificação através do desponte
5. Esqueletamento
5.1. Recomendações e benefícios do esqueletamento
6. Recepa
6.1. Quando e como realizar a poda de recepa
7. Melhor época para a poda do cafeeiro
7.1. Estudos sobre as épocas de poda
8. Reflexos da poda nas raízes
8.1. Relação entre os tipos de poda e a saúde das raízes
9. Conclusão
9.1. Importância da poda adequada para a produtividade do café
10. Referências
Introdução
Existem diversos tipos de podas para o cafeeiro, sendo importante verificar a situação da lavoura para escolher o tipo de poda que mais se adeque as necessidades das plantas. A poda adequada tem como objetivo recuperar a estrutura produtiva do cafeeiro e melhorar a produtividade das lavouras. Neste artigo, discutiremos os principais tipos de poda e a melhor época para realizá-la, levando em consideração estudos e recomendações de especialistas. É essencial compreender a importância de tomar decisões adequadas ao manejar a poda do cafeeiro, visando obter melhores resultados e sucesso no seu cultivo.
Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?
Existem diversos tipos de podas para o cafeeiro, sendo importante verificar a situação da lavoura para escolher o tipo de poda que mais se adeque as necessidades das plantas, buscando sempre recuperar a estrutura produtiva do cafeeiro e consequentemente melhorar a produtividade das lavouras.
Dessa forma, é imprescindível conhecer os tipos de podas que podem ser realizadas e em que situações elas são recomendadas, para que não se recomende podas muito drásticas em situações em que não era necessário esse tipo de poda ou mesmo realizar podas menos drásticas em situações em que era preciso um maior reestabelecimento das lavouras.
Por isso, para decisão do tipo de poda a ser realizado é indispensável que se conheça a situação da lavoura, com intuito de se ter mais sucesso no manejo da poda.
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Principais tipos de poda do cafeeiro
Decote
É uma poda alta, em que se elimina a parte superior da copa dos cafeeiros.
Essa poda é recomendada para plantas que ainda possuem saia (ramos inferiores) e não estão adensadas, ela pode ser usada para reduzir a altura de plantas para realização de tratos culturais e de colheita mecanizada, para corrigir deformações ou mesmo para estimular brotações.
Este decote pode ser alto (2,0 a 2,5 m) ou baixo ( 1,2 a 1,8 m) dependendo da finalidade da poda.
Lavoura decotada (Foto: Henio Inácio Pereira)
Desponte
Essa poda consiste em cortar as extremidades dos ramos plagiotrópicos para estimular a maior ramificação. É recomendada para lavouras que ainda apresentem saia, que estão abertas, com o intuito de estimular brotações nos ramos.
Esqueletamento
É o corte na lateral da planta, deixando os ramos plagiotrópicos a um comprimento médio de 20 a 30 cm do ramo ortotrópico, com o intuito de promover a abertura da lavoura, visto que esse tipo de poda é recomendado para lavouras que estão adensadas, mas que ainda possuem saia.
Esse tipo de poda também é chamado safra zero, visto que no ano seguinte a essa poda o cafeeiro irá apenas vegetar, não apresentando produção, no entanto, no segundo ano após o corte, pode-se ter altas produtividades que podem compensar o ano sem produção.
Recepa
É uma poda drástica, recomendada normalmente para lavouras que perderam a saia (ramos inferiores) ou para cafeeiros muito depauperados, mas que ainda apresentam um bom stand de plantas e bom alinhamento da lavoura.
Essa poda é realizada cortando em uma altura de 0,3 a 0,4 m. Após a realização desta poda é importante determinar o número de hastes que se vai conduzir de acordo com o espaçamento e eliminar o excesso de hastes que irão brotar.
Lavoura de café recepada (Foto: Henio Inácio).
Lavoura da cultivar Catucaí com um ano após a recepa. (Foto: Henio Inácio).
Já no caso de lavouras que perderam a saia, possuem falha de stand, espaçamento inadequado ou alinhamento ruim, é recomendado a realização de um novo plantio, visando implantar a lavoura com um espaçamento adequado e melhorar o stand de plantas.
Plantio após arranquio de lavoura com baixo stand de plantas (Foto: Diego Baquião).
Lavoura em formação. (Foto: Luiz Paulo Vilela).
Qual a melhor época para a poda do cafeeiro?
Poda tipo esqueletamento
Estudos realizados por Matiello et al. (2008) concluíram que a poda do tipo esqueletamento juntamente com a realização do decote em cafeeiros do cultivar Mundo Novo 379/19, quando realizada mais cedo, nos meses de julho e agosto, apresentaram recuperação mais rápida nas brotações e produções iniciais mais altas, como mostra a Tabela 1.
Tabela.1 Produtividades, em sacas/ha, na primeira safra, em cafeeiros esqueletados e decotados em diferentes épocas, no ensaio em Varginha-MG, 2008. Adaptado: PROCAFÉ, 2008.
A foto abaixo mostra o crescimento dos ramos plagiotrópicos em diferentes meses de poda, de julho a dezembro, dessa forma evidenciando o maior desenvolvimento daqueles ramos em que a poda foi realizada mais cedo.
Ramos Plagiotrópicos em diferentes meses de poda. Fonte: GARCIA, A.L.A.
Poda tipo recepa
Da mesma forma, Pereira et al. (2007) realizaram um estudo com a poda tipo recepa comparando duas épocas de poda, uma feita logo após a colheita (julho 2002) e outra poda tardia, em janeiro de 2003.
Concluíram que a melhor época de poda de se podar o cafeeiro é logo após a colheita, isso porque a estação chuvosa propicia melhores condições de recuperação da planta.
Dessa forma, esse tipo de poda após a colheita faz com que após dois anos o cafeeiro já apresente capacidade vegetativa de produção.
Tabela.2 Comprimento e diâmetro do broto, diâmetro da saia e número de plagiotrópicos de cafeeiros, em julho de 2004, em função de duas épocas de poda.
*As médias seguidas pela mesma letra na coluna não se diferem significativamente entre si pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.
Poda tipo decote
Para a poda tipo decote, Santinato (2012) realizou um estudo comparando épocas para realização de podas do tipo decote, nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro, sendo avaliada a poda em três anos (2010, 2011 e 2012).
Na primeira safra após a poda, a época mais indicada para poda foi o mês de agosto e setembro. A poda tardia, nos meses de outubro e novembro, proporciona redução da produção na primeira safra, mas de acordo com o estudo, essa produção foi recuperada na segunda safra para a poda no mês de outubro e na terceira safra para o mês de novembro.
Tabela.3 Produção em função da época de poda por decote em cafezal nas condições de clima e solo na região dos cerrados de Araguari, MG.
* Tratamentos seguidos das mesmas letras nas colunas não diferem entre si pelo teste de Ducan a 5% de probabilidade.
Lavoura do cultivar Mundo Novo, decotada com altura de 1,80 m (Foto: Diego Baquião).
Raízes x poda
A poda no cafeeiro acarreta morte de parte das raízes, devido ao equilíbrio entre raiz e parte aérea, dessa forma quando realizada podas menos drásticas, como o decote, a porcentagem de raízes vivas são maiores, refletindo assim em menor gasto de energia para o crescimento dessas plantas.
No entanto, quando realizada podas mais drásticas, como no caso da recepa e do esqueletamento, ocorre grande modificação do sistema radicular, acarretando menor porcentagem de raízes vivas, dessa forma, a planta necessitará de mais energia para o seu restabelecimento, para posteriormente retomar a produção de frutos.
Porcentagem de raízes vivas de acordo com os tipos de poda em plantas de café.
Portanto, para se recomendar a poda no cafeeiro, é preciso conhecer a situação da lavoura, para que a tomada de decisão do tipo de poda seja a que mais se encaixe nas condições que as plantas se encontram.
Além disso, é importante que se conheça os reflexos da poda nas plantas, e que este manejo seja planejado, visto que podas mais drásticas primeiramente irão vegetar para posteriormente produzir.
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Existem uma variedade de técnicas de poda que podem ser utilizadas para o cafeeiro, sendo fundamental avaliar a situação da lavoura para escolher a técnica mais adequada às necessidades das plantas. O objetivo principal é recuperar a estrutura produtiva do cafeeiro e, consequentemente, melhorar a produtividade das lavouras. Portanto, é essencial conhecer as diferentes técnicas de poda e em que situações elas são recomendadas, a fim de evitar podas drásticas em situações em que não são necessárias, ou realizar podas menos intensas quando é preciso uma recuperação mais completa da lavoura. Para isso, é indispensável ter conhecimento da situação da lavoura, a fim de obter sucesso no manejo da poda.
Principais tipos de poda do cafeeiro:
Decote: essa poda consiste em remover a parte superior da copa dos cafeeiros. É recomendada para plantas que ainda possuem ramos inferiores e não estão densamente plantadas. Essa técnica pode ser utilizada para reduzir a altura das plantas, facilitando os tratos culturais e a colheita mecanizada, corrigir deformações ou estimular novos brotos. O decote pode ser alto (2,0 a 2,5 m) ou baixo (1,2 a 1,8 m) dependendo da finalidade da poda.
Desponte: essa poda envolve o corte das extremidades dos ramos plagiotrópicos, estimulando uma maior ramificação. É recomendada para lavouras que ainda apresentam ramos inferiores e estão abertas, com o objetivo de estimular o crescimento de novos brotos.
Esqueletamento: nessa técnica, corta-se a lateral da planta, deixando os ramos plagiotrópicos a cerca de 20 a 30 cm do ramo ortotrópico. O objetivo é promover a abertura da lavoura, sendo recomendada para lavouras densamente plantadas, mas que ainda possuem ramos inferiores. Essa técnica também é chamada de “safra zero”, pois no ano seguinte à poda, o cafeeiro apenas vegeta, não apresentando produção. No entanto, no segundo ano após o corte, é possível obter altas produtividades que compensam o ano sem produção.
Recepa: essa é uma poda drástica, recomendada geralmente para lavouras que perderam os ramos inferiores ou para cafeeiros muito enfraquecidos, mas que ainda apresentam uma boa densidade de plantas e alinhamento adequado. Nessa técnica, corta-se a planta a uma altura de 0,3 a 0,4 m. Após a poda, é importante determinar o número de hastes a serem conduzidas de acordo com o espaçamento e eliminar o excesso de hastes que irão brotar.
No caso de lavouras que perderam os ramos inferiores, apresentam falha na densidade de plantas, espaçamento inadequado ou alinhamento ruim, é recomendado realizar um novo plantio, visando implantar a lavoura com um espaçamento adequado e melhorar a densidade de plantas.
Qual a melhor época para a poda do cafeeiro?
De acordo com estudos realizados, a época de poda pode influenciar na recuperação e na produção das plantas. A poda do tipo esqueletamento, quando realizada nos meses de julho e agosto, mostrou uma recuperação mais rápida dos brotos e uma produção inicial mais alta. Por outro lado, a poda do tipo recepa quando realizada logo após a colheita apresentou melhores condições para a recuperação das plantas.
Para a poda do tipo decote, a época mais indicada foi o mês de agosto e setembro. A poda tardia nos meses de outubro e novembro resultou em uma redução da produção na primeira safra, mas essa produção foi recuperada na segunda safra, no caso da poda em outubro, e na terceira safra, no caso da poda em novembro.
É importante ressaltar que a poda afeta o sistema radicular das plantas. Podas menos drásticas, como o decote, resultam em uma maior porcentagem de raízes vivas, o que significa um menor gasto de energia para o crescimento das plantas. Já podas mais drásticas, como a recepa e o esqueletamento, resultam em uma menor porcentagem de raízes vivas, o que demanda mais energia para o restabelecimento da planta.
Para decidir qual tipo de poda realizar, é essencial conhecer a situação da lavoura e considerar os reflexos da poda nas plantas. O manejo da poda deve ser cuidadosamente planejado, levando em conta os objetivos desejados, a fim de alcançar maior produtividade, lucratividade e qualidade do café produzido.
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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Conclusão:
Em suma, a poda do cafeeiro é um manejo importante para a recuperação da estrutura produtiva das plantas e para a melhoria da produtividade das lavouras. É crucial conhecer os diferentes tipos de poda e em quais situações eles são recomendados, a fim de evitar podas desnecessariamente drásticas ou menos drásticas do que o necessário. Compreender a situação da lavoura é essencial para tomar a melhor decisão de poda e obter sucesso nesse manejo.
Perguntas e Respostas:
1. Qual é a melhor época para realizar a poda do cafeeiro?
A poda do tipo esqueletamento e a poda tipo recepa têm melhores resultados quando realizadas logo após a colheita, nos meses de julho e agosto. Já a poda tipo decote, a melhor época é o mês de agosto e setembro.
2. Qual é a finalidade da poda do tipo decote?
A poda do tipo decote tem como finalidade reduzir a altura das plantas para facilitar os tratos culturais e a colheita mecanizada, corrigir deformações e estimular brotações.
3. O que é o esqueletamento e em que situações é recomendado?
O esqueletamento é o corte lateral na planta, deixando os ramos plagiotrópicos a um comprimento médio de 20 a 30 cm do ramo ortotrópico. É recomendado para lavouras adensadas que ainda possuem saia.
4. O que é a poda tipo recepa e quando é indicada?
A poda tipo recepa é uma poda drástica recomendada para lavouras que perderam a saia ou para cafeeiros muito depauperados, mas que ainda apresentam um bom stand de plantas e bom alinhamento da lavoura. É realizada cortando em uma altura de 0,3 a 0,4 m.
5. Quais são os reflexos da poda nas raízes do cafeeiro?
Realizar podas menos drásticas, como o decote, resulta em maior porcentagem de raízes vivas. No entanto, podas mais drásticas, como o esqueletamento ou a recepa, resultam em menor porcentagem de raízes vivas, exigindo maior energia para o restabelecimento da planta.
