Por que o proteinado não substitui o pasto
O proteinado é um complemento de proteína, não um substituto do pasto. Pasto bom fornece fibras, energia e um ritmo de ruminação que o proteinado não repõe sozinho.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!O que é proteinado?
Proteinado é uma mistura de fontes proteicas com minerais que aumenta a proteína disponível no rúmen. Ele ajuda a cobrir déficits quando o pasto tem proteína insuficiente ou quando a forragem está menos nutritiva.
Por que não substitui o pasto?
Pastos bem manejados fornecem fibras longas, essenciais para a mastigação e para manter o pH do rúmen estável. A mastigação produz saliva, que age como base para o rumen. O proteinado não oferece fibra suficiente nem o estímulo da mastigação diário que o pastejo proporciona.
Além disso, o pasto oferece energia via carboidratos fermentáveis; sem ele, o animal pode ficar com menos energia de base, o que afeta ganho de peso e produção.
Como usar de forma correta?
- Avalie a disponibilidade de pasto e o nível de proteína da forragem.
- Calcule a necessidade protéica do grupo de animais e combine com o proteinado para fechar o déficit.
- Distribua o proteinado ao longo do dia, preferindo misturá-lo com feno ou ração para melhor ingestão.
- Monitore consumo, produção e condição corporal e ajuste a dieta conforme a estação.
Sinais de que o equilíbrio está certo
- Consumo estável de alimento e água.
- Produção de leite estável ou em crescimento.
- Fezes normal e ruminação regular.
- Boa condição corporal sem sinais de subnutrição.
Roteiro prático em 4 passos
- Priorize o pasto como base.
- Use proteinado apenas para complementar quando faltar proteína.
- Distribua de forma diária, com água sempre disponível.
- Revise mensalmente o retorno produtivo e ajuste a mistura.
Como ajustar a formulação para consumo diário
Para ajustar a fórmula de consumo diário, trate energia e proteína como prioridades. Energia sustenta o ganho de peso e a produção. Proteína alimenta o crescimento, a lactação e a recuperação de tecidos. Sem fibra suficiente, o rúmen não trabalha bem e a digestão fica lenta.
Passo a passo prático
- Registre o peso vivo de cada lote e estime a demanda diária com base na atividade.
- Avalie a qualidade da forragem: proteína bruta, fibra e energia disponível.
- Calcule as necessidades proteicas do grupo e combine com proteinado, farelo ou ração complementar.
- Divida a oferta em 3 a 4 horários para reduzir picos de fome e melhorar a ingestão.
- Monitore consumo, produção e condição corporal; ajuste a dieta a cada estação.
Dicas rápidas
- Se a forragem tem CP baixo, aumente proteína com proteinado ou farelo de soja.
- Se a energia é baixa, inclua silagem de milho, fonte energética ou grão triturado.
- Garanta água limpa e abundante em todos os momentos.
- Faça mudanças graduais para evitar distúrbios no rúmen.
Erros comuns e como evitar
- Mudar a dieta de uma vez sem monitorar consumo; evite grandes saltos de energia ou proteína.
- Ignorar a resposta dos animais; ajuste quando houver sinal de queda de ganho ou produção.
- Subestimar a importância da fibra; sem ela, ruminação cai e a digestão piora.
Essa prática facilita manter o consumo estável dia a dia, sem sobras nem carências.
Custos, disponibilidade regional e flexibilidade de ingredientes
Os custos da alimentação pesam na margem da fazenda, principalmente quando os preços variam. A gente precisa ajustar a fórmula pra manter o ganho sem estourar o orçamento.
Impacto financeiro na dieta
Quando a proteína sobe, o custo por cabeça aumenta. Negociar ingredientes, ajustar porções e usar fontes locais ajuda a controlar o custo.
Disponibilidade regional
As opções variam conforme a região. Em uma área, soja e farelo são baratos; em outra, milho e sorgo dominam. Diversificar evita ficar sem alimento e sem proteína.
Flexibilidade de ingredientes
Tenha uma lista de fontes disponíveis. Use parte do proteinado, farelo ou ração; inclua subprodutos locais quando possível. Balanceie proteína e energia para cada grupo de animais.
- Identifique itens disponíveis na sua região e seus preços atuais.
- Calcule custo por unidade de proteína e por energia útil.
- Teste combinações em pequenos lotes antes de escalar.
- Monitore consumo, ganho e produção; ajuste conforme a sazonalidade.
- Revise sua lista de ingredientes mensalmente.
Dicas rápidas
- Negocie contratos sazonais com fornecedores locais para reduzir variações.
- Use substitutos regionais quando possível, mantendo o equilíbrio nutricional.
- Cuide do armazenamento para evitar perdas e deterioração de ingredientes.
Dicas para reduzir desperdício no cocho durante as chuvas
Durante as chuvas, o desperdício no cocho aumenta. Com piso escorregadio e alimento exposto à água, parte da ração fica perdida. Por isso é essencial adaptar o manejo para manter o consumo e reduzir perdas.
Proteção física do cocho
Instale uma cobertura simples sobre o ponto de alimentação para evitar respingos e água. Uma lona bem colocada ou telhas leves ajudam. Garanta piso com boa drenagem para evitar lama que polui o alimento e atrai moscas.
Gestão da oferta
- Divida a porção diária em 3 a 4 entregas menores para evitar sobras úmidas.
- Ajuste a quantidade conforme a chuva, a disponibilidade de pasto e a demanda do lote.
- Retire as sobras no fim do dia para não atrair fungos e roedores.
Escolha de alimentos e apresentação
Prefira alimentos que não amolecem com a umidade e que mantenham palatabilidade. Misturas com boa textura reduzem a rejeição. Evite ração que empapa ou desagrega facilmente na água da chuva.
Higiene e conservação
- Limpe o cocho diariamente, removendo restos de comida e água acumulada.
- Guarde a ração em local seco e bem ventilado para evitar umidade.
- Use materiais de vedação simples para impedir entrada de água durante tempestades.
Rotina de observação e ajustes
- Monitore consumo diário e velocidade de ingestão durante a chuva.
- Ajuste a dieta semanalmente com base no ganho de peso e na produção.
- Anote o que funciona para uso em futuras temporadas chuvosas.
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Saiba Mais Sobre Dr. João Maria
Dr. João Silva é um renomado zootecnista especializado em pecuária de leite, com mais de 2 Décadas de experiência no setor. Com doutorado pela Universidade Federal de Viçosa e diversas certificações, Também é autor de inúmeros artigos científicos e livros sobre manejo e produção de leite.
Dr. João é reconhecido por sua contribuição significativa à indústria e seu compromisso com a qualidade e a inovação na produção leiteira.
