Produtor de leite amarga prejuízo com altas importações, diz Gadolando

Produtor de leite amarga prejuízo com altas importações, diz Gadolando

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Marcos Tang, presidente da Gadondondo – Foto: JMA lvarenga/Divulgação

A crescente importação de leite, principalmente da Argentina e do Uruguai, vai agravar ainda mais a situação dos produtores de leite do Rio Grande do Sul. O alerta é do presidente da Associação dos Pecuaristas Holandeses do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang. Segundo ele, os produtores estão assustados com os baixos valores por litro pagos ao produtor em um momento que, historicamente, seria alto. Para ele, são necessárias ações urgentes, como limitar ou tributar as importações.

“Normalmente, entre maio e setembro, podíamos fazer uma reserva ou pagar as contas. São os meses em que temos uma remuneração melhor pelo litro de leite que entregamos e, muitas vezes, conseguimos reduzir custos nesta época porque utilizamos os pastos”, afirma.

“Quando o produtor espera um aumento do produto e uma remuneração mais digna”, reforça o presidente da Gadolando, “vem informações de que as importações dobraram, triplicaram, com cada vez mais toneladas, e ninguém sabe ao certo os números”.

“Estão criando um problema socioeconômico”

“Parece que até deixaram de consumir laticínios por causa da quantidade de leite que nos mandam. Estamos inundados de leite dos países vizinhos e parece que as nossas autoridades estão mais preocupadas em salvar os agricultores de outros países do que nós. Parece que não estão preocupados com a gravidade socioeconômica. Se você não está preocupado com a cadeia do leite, preocupe-se com o problema social que está sendo criado. Todos os dias ouvimos falar de pessoas parando de produzir leite. Pessoas que trabalhavam em uma atividade que mantém a família no campo e estamos enfrentando uma avalanche de importações”, desabafa.

Tang enfatiza que o produtor quer que o consumidor pague um preço justo, mas isso não se reflete nas gôndolas dos supermercados. “Em nome dessa doença política, estamos matando nosso produtor e salvando produtores de outros países, que às vezes produzem leite com incentivos e subsídios. Então, nosso produtor é informado de que é preciso produzir com mais eficiência, com menor custo, mais barato. Mas dê-nos as mesmas armas, impostos e taxas.”

O diretor da Gadondo destaca que mesmo os produtores que se adequaram à legislação e entregam um produto de alta qualidade estão tendo dificuldades, ainda mais depois de sofrer com o resultado de três secas consecutivas no estado. “Por mais que entendamos de livre comércio e Mercosul, não podemos ser moeda de troca, ser vítimas fatais do Mercosul em nome de outros produtos.”

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