Desafios e projeções para o setor de laticínios em 2024

Entrevista com Guilherme Portella, presidente do Sindilat

Recondução e perspectivas para o triênio 2024-2025




Diretor da Lactalis do Brasil, Guilherme Portella acaba de ser reconduzido à presidência do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat), para o triênio 2024-2025. Ele falou sobre os desafios do setor em entrevista ao Campo e Lavoura, na Rádio Gaúcha. Leia abaixo trechos da conversa.


Depois de um ano de intensificação da crise no setor, o que é possível projetar para 2024?

Passamos por uma conjuntura muito complexa em 2023. O setor de lácteos sofreu muito com a diminuição do consumo interno mas, também, com o ingresso de grande volume de leite em pó importado, que acabou pressionando o nosso mercado, e ainda sofre os efeitos disso no campo. Para 2024, apostamos em uma retomada da economia, para que possamos fortalecer o consumo e recuperar o espaço perdido em 2023.


Como lidar com questões que fogem ao controle do setor em uma atividade de ciclo longo?

Não há solução de curto prazo. Embora o Brasil seja o terceiro maior produtor de leite do mundo, historicamente, importa, cerca de 5% do volume consumido. Isso se dá por fatores conjunturais mas, especialmente, por uma baixa competitividade frente aos principais players globais. Normalmente, produz um leite entre US$ 0,05 e US$ 0,06 mais caro do que o de países vizinhos. Neste ano, chegamos a estar, em alguns meses, a US$ 0,14 acima do leite da Argentino, por exemplo. Temos de avançar em competitividade. 


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O que daria ao Brasil maior competitividade?

Podemos pensar em uma série de fatores, como a produtividade da vaca. Na Argentina hoje, em média, uma vaca produz, em média, 7,57 mil litros por ano. No Brasil, 2,7 mil. Precisamos aproximar isso para conseguir diminuir custos, atendendo um valor dentro de uma escala global. Automaticamente, estaremos protegidos das importações, podendo pensar, de maneira mais efetiva, nas exportações. Não é uma receita simples, precisamos pensar a muitas mãos, indústrias e produtores, com o governo, para que se criem políticas públicas de transformação para cadeia do leite no Brasil, para que possamos atingir um nível de competitividade que nos permita brigar por terceiros mercados.


Nas questões de competitividade, entrou muito em debate o subsídio que países como a Argentina concedem aos seus produtores de leite. Isso não traz condições desiguais de competição?

Com certeza. Desde a pandemia, a Argentina tem dado um bônus em dinheiro, direto aos produtores. Isso é um fator importantíssimo dentro dessa discussão de competitividade, é um deles, tem outras questões conjunturais, inclusive concentração e eficiência na cadeia produtiva. De fato, isso tem de ser ouvido e atendido pelo governo. É necessário criar uma condição competitiva aqui, no Brasil criando, no mínimo, paridade para que a gente possa competir com Argentina e Uruguai. Isso é fato, temos discutido setorialmente com o governo estadual, mas também com o federal. O governo tem procurado criar alternativas, refinar algumas coisas trazidas pelos produtores rurais para que, enquanto setor, a gente possa avançar.


Dados do Cepea apontam a sexta queda consecutiva no valor mensal da média Brasil e de 24,8% no acumulado do ano. Isso não é um desestímulo ao produtor? Como ele vai buscar uma melhor produtividade e competitividade diante desse cenário?

Temos de pensar sempre que o produtor tem de ser remunerado de maneira justa, essa tem de ser uma briga da indústria. Não existe produtor sem indústria, nem indústria sem produtor. O preço na gôndola tem caído. E aí, a gente pode trazer de novo a questão das importações. À medida que se importa produto com um custo muito abaixo do Brasil, força todo o mercado pra baixo. Ao mesmo tempo que se fala da queda, que é verdadeira, quando se analisa o preço do leite que é pago em outros países do mundo, o do Brasil, ainda é um dos mais altos. Por isso, a necessidade de voltar para a questão da competitividade, para conseguir produzir mais, com mas eficiência, remunerando o produtor de forma justa pelo árduo trabalho, mas que nos coloque em condição de competir. Só conseguiremos mudar esse ciclo quando tivermos um custo em escala global. Essa globalização exige que todas as atividades consigam sobreviver e competir nos mesmos parâmetros praticados em todos os mercados do mundo.


Quais os principais nessa nova gestão à frente do Sindilat?

Acho que temos um grande desafio, que é essa questão da competitividade. E melhorar ainda mais essa união do setor. Precisamos nos abraçar para criar um mecanismo que de fato funcione e para que a gente consiga melhorar a  produtividade, reduzir os custos do setor, remunerando o produtor de maneira justa. Isso é muito importante. Fazendo com que as empresas e as cooperativas consigam sobreviver, melhorem suas escalas, sua produção. E não se faz isso sozinho. Precisamos avaliar como dar previsibilidade ao produtor, como trazer eficiência, e o governo é parte importantísssima nesse processo, precisa nos ajudar a direcionar políticas públicas corretas para que vençamos essa batalha e façamos com que o leite brasileiro, especialmente o gaúcho, vire um produto de exportação. 


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As informações são do Sindilat, adaptadas pela equipe MilkPoint.


 


 



1. Qual a importância da competitividade no setor de laticínios?
Resposta: A competitividade é fundamental para que o setor de laticínios consiga enfrentar desafios como a importação de leite em pó e se posicionar de forma vantajosa no mercado, tanto interno quanto externo.

2. Por que é necessário avançar em competitividade na produtividade da vaca?
Resposta: A produtividade da vaca está diretamente relacionada à competitividade do setor de laticínios, pois quanto maior a produtividade, menores são os custos de produção e mais competitiva se torna a indústria.

3. Quais fatores impactam na competitividade do leite brasileiro em relação a outros países?
Resposta: Fatores como subsídios concedidos por outros países, eficiência na cadeia produtiva e políticas públicas de transformação para a cadeia do leite no Brasil influenciam diretamente a competitividade do leite brasileiro em relação a outros países.

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4. Por que a manutenção do produtor de forma justa é essencial para o setor de laticínios?
Resposta: Remunerar o produtor de forma justa é essencial para a manutenção do setor de laticínios, pois o equilíbrio na remuneração está ligado à eficiência e competitividade de toda a cadeia produtiva.

5. Quais os principais desafios e objetivos da nova gestão do Sindilat?
Resposta: A nova gestão do Sindilat enfrenta o desafio de melhorar a competitividade e união do setor de laticínios, buscando criar mecanismos que funcionem para melhorar a produtividade, reduzir custos e promover a eficiência, visando tornar o leite brasileiro um produto de exportação.

Sub-título 1: Guilherme Portella reassume presidência do Sindilat/RS para 2024-2025

Diretor da Lactalis do Brasil, Guilherme Portella, foi recém-reconduzido à presidência do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat) para o triênio 2024-2025. Nesta entrevista concedida ao Campo e Lavoura, na Rádio Gaúcha, ele compartilha as perspectivas e desafios atuais do setor. Confira a seguir alguns trechos da conversa:

Subtítulo 2: Previsões para a economia do setor de lácteos em 2024

Guilherme Portella destaca a conjuntura complexa que o setor de lácteos enfrentou em 2023, reforçando o impacto da diminuição do consumo interno e o aumento do leite em pó importado. No entanto, ele aposta em uma retomada da economia para fortalecer o consumo e recuperar o espaço perdido em 2023.

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Subtítulo 3: Estratégias para elevar a competitividade do Brasil no mercado global de lácteos

O diretor destaca a necessidade de aumentar a competitividade do país, enfatizando fatores como a produtividade da vaca e os valores do leite em comparação com outros países. Ele defende uma maior cooperação entre indústria, produtores e governo para desenvolver políticas que tornem a cadeia do leite brasileiro mais competitiva globalmente.

Subtítulo 4: Desafios de competitividade e desestímulo ao produtor de leite

Portella traz à tona o recuo nos preços do leite e as dificuldades enfrentadas pelos produtores. Ele enfatiza a importância de remunerar os produtores de forma justa e destaca a competição global como um dos principais desafios a serem superados.

Subtítulo 5: Gestão e perspectivas futuras da presidência do Sindilat

O diretor apresenta os desafios de sua nova gestão à frente do Sindilat, onde a busca pela competitividade, união e melhoria da produtividade são elementos-chave. Ele reforça a importância do apoio do governo na formulação de políticas públicas que impulsionem o setor e promovam o leite brasileiro como produto de exportação.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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*Diretor da Lactalis do Brasil, Guilherme Portella acaba de ser reconduzido à presidência do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RS (Sindilat), para o triênio 2024-2025.*

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