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Preço do boi tem maior alta desde 2021 e pode encerrar trégua da carne na inflação – Money Times

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O indicador Boi Cepea/B3 encerrou fevereiro cotado a 267,95 reais a arroba, com queda de 7,2%, após marcar cerca de 300 reais no início do mês passado (Imagem: Pixabay/ericojuniormorais0)

o preço de boi não gordo Brasil subiu cerca de 10% em março, acumulando o maior aumento mensal desde novembro de 2021 com a reabertura de China pela carne bovina brasileira, impulsionando a demanda, o que pode ter algum impacto na inflação, segundo dados do centro de estudos Cepea e avaliação de especialistas do FGV.

Com as recentes valorizações, a arroba bovino já está sendo negociado praticamente nos mesmos níveis registrados em meados de fevereiro, antes do embargo de China devido a um caso atípico de “doença da vaca louca” em Parasegundo relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, divulgado nesta quarta-feira.

O indicador boi gordo Cepea/B3 encerrou fevereiro cotado a 267,95 reais a arroba, com queda de 7,2%, após marcar cerca de 300 reais no início do mês passado.

Com a reabertura na semana passada do mercado chinês, que compra mais da metade da carne exportada pelo Brasil, o mercado subiu 10,2% de março até o dia 28, para 295,2 reais.

Essa alta deve ser repassada às carnes, fortalecendo os preços após a queda no varejo também por conta da maior oferta interna gerada pelo embargo chinês, encerrado na semana passada em meio a uma missão oficial do governo brasileiro.

A picanha, importante componente da inflação, caiu 2,04% na última divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), contribuindo para a desaceleração do indicador no segmento de Alimentos. Mas a pausa no aumento de preços deve ser curta.

“Isso (a suspensão do embargo) pode sim impactar (os preços). Sabemos que parte da trégua de que o preço da carne ofertada no último mês (no indicador de inflação) tem a ver com os embargos na China…”, afirmou o coordenador de índices de preços da FGV, André Braz, lembrando que a maior oferta no Brasil pelo impedimento à exportação ajudou a limitar “pressões inflacionárias sobre a carne”.

Segundo dados do centro de estudos da Esalq, o aumento da arroba bovina em março é o maior acumulado em um mês desde novembro de 2021, quando o indicador avançou “significativos” 25,26% e houve forte retração na oferta dos pecuaristas, em meio a um embargo à exportação para a China, também devido a casos atípicos de “vaca louca”, que foram dois naquele ano.

O contexto atual da pecuária é diferente, porém, já que o Brasil vive um ciclo de maior oferta de animais para abate.

O Cepea também mencionou que a carcaça pareada do boi no atacado na Grande São Paulo acumula desvalorização de 1,71% em março, cotada a 18,88 reais/kg na terça-feira. “Ou seja, os recentes aumentos no preço da arroba não foram repassados ​​para a carne no atacado, devido à chegada do final do mês e consequente menor consumo.”

Cenário para 2023

Apesar da retomada das compras da China, o especialista da FGV não considera que as carnes e até outros alimentos possam ser os vilões do inflação em 2023, como tem acontecido nos últimos anos.

Falando especificamente do curto prazo, ele lembrou que os preços das carnes na inflação também se comportam melhor durante a Quaresma, quando muitos católicos evitam o consumo de cortes bovinos.

“Então é um período em que a carne bovina tem uma queda na demanda e os ovos aumentam, os ovos sobem até na Quaresma porque são fonte de proteína, mas não são carne, há um efeito substituição nesse período”, disse. .

Os preços dos ovos subiram 8% no IPCA-15.

“Acho que o preço da carne vai subir em algum momento, vocês estão mandando mais carne para o exterior (com a reabertura da China) e vocês estão ficando sem oferta no mercado interno, isso já vai ter alguns reflexos nos preços, mas vai ainda ser mais lento porque ainda estamos na Quaresma”, comentou.

Olhando mais à frente, ele disse não acreditar que a carne possa aumentar significativamente a inflação em 2023, dados os fatores climáticos que devem garantir uma safra recorde de grãos, usados ​​na alimentação de aves e suínos.

“Choveu bem, as condições do pasto estão indo bem, há uma safra recorde de grãos, os alimentos em geral certamente terão uma inflação acumulada menor em 2023, até porque os alimentos têm sido os vilões da inflação nos últimos anos.”

Braz destacou que, com a queda do custo da alimentação animal, os gastos com pecuária diminuem, principalmente suínos e aves, “e os preços das carnes podem avançar mais lentamente”.

“Isso pode beneficiar mais aves e suínos e menos bovinos, porque o gado geralmente é criado a pasto no Brasil. Mas se os preços da carne suína e de frango caírem, isso desestimula o consumo de carne bovina, o que pode controlar o preço da carne bovina em 2023.”

Agro News

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