Panorama da entressafra e das chuvas e como afetam a forragem
Na entressafra, a disponibilidade de forragem depende muito da chuva irregular. O manejo começa antes do pico da seca, quando as plantas ainda respondem às gotas esparsas. Entender esse panorama ajuda você a planejar reservas e evitar faltas no rebanho.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Panorama atual da entressafra
A entressafra traz chuvas menos previsíveis e variações de temperatura. A regeneração das pastagens fica lenta, reduzindo a forragem disponível. Algumas regiões ainda recebem pancadas, enquanto outras ficam secas por semanas. Essas flutuações mudam o ritmo do pastoreio e o equilíbrio do rebanho.
Como as chuvas afetam a produção e a qualidade da forragem
Chuva bem distribuída favorece o crescimento rápido da forragem. Chuvas intensas em curto período podem lavar nutrientes e favorecer plantas invasoras. O teor de água nas plantas aumenta o peso, mas o excesso favorece fungos. O timing das chuvas ajuda a decidir quando cortar e armazenar reservas.
Estratégias práticas para manter o fornecimento
- Conserve forragem de qualidade quando as chuvas voltarem, com cortes estratégicos.
- Faça silagem ou feno enquanto a massa está disponível e nutritiva.
- Planeje reservas para 60 a 90 dias, ajustando por animal.
- Reduza o pastejo para evitar superpastejo durante chuvas irregulares.
- Aplique adubação de reposição somente quando houver recuperação da gramínea.
- Considere plantas de cobertura simples que resistem à seca para manter massa.
Monitoramento e decisão
Observe a cor das folhas, a altura do pasto e a cobertura do solo. Anote as chuvas recebidas e a produção estimada. Use um calendário simples para planejar cortes e entradas de animais. Ajuste as cargas conforme a disponibilidade esperada da pastagem.
Como estimar a produção anual de forragem e o consumo dos animais
Para estimar a produção anual de forragem, analise a área disponível. Também observe a qualidade da pastagem e o histórico de chuvas.
Estimativa por área
Use um fator de produção por hectare, baseado na sua região e nas espécies presentes. Registre a altura do pasto, a densidade de plantas e o manejo da grama.
Converta a área estimada em toneladas de matéria seca, a unidade útil para alimentação. A matéria seca indica o alimento disponível para o gado.
Estimativa do consumo
Para o consumo, estime o requerimento diário por animal, ajustando pela idade, peso e produção.
Multiplique pelo número de animais e pelos dias do período.
Compare a produção disponível com o consumo total para decidir ações.
Plano prático
- Ajuste o pastejo para maximizar a produção quando a grama cresce.
- Crie reservas com silagem ou feno durante períodos de abundância.
- Monitore o peso do rebanho e ajuste o consumo quando a produção cai.
- Use adubação de reposição para manter o crescimento da gramínea.
- Adote cultivos de cobertura que aumentem a massa disponível.
Com esses passos, você ganha visão prática para manter o rebanho bem alimentado e estável ao longo do ano.
Conservação de forragem e estratégias de silagem para reservas
Conservar forragem é crucial para manter o rebanho estável quando a pastagem fica escassa. A silagem guarda massa fresca em ambiente sem ar, preservando nutrientes para períodos de seca.
Condições ideais para silagem
Para uma boa silagem, use massa fresca com 30-35% de matéria seca. A umidade deve ficar entre 65% e 70% para facilitar a compactação. Evite folhas danificadas ou plantas infestadas por fungos. O pH final deve ficar entre 3,8 e 4,2 para boa preservação.
Materiais e qualidade
Milho é o mais comum, mas sorgo e gramíneas de alta massa também funcionam. Escolha materiais com boa palatabilidade e pouca matéria indigestível. Evite plantas contaminadas com fungos ou pragas.
Processo de ensilagem
Corte a massa no ponto certo de maturação para boa aceitação. Corte em pedaços de 2 a 3 cm para facilitar a compactação. Misture com aditivo inoculante para acelerar a fermentação. Carregue no silo sem ar e compacte firme. Feche bem para evitar entrada de ar e perdas. Aguarde pelo menos 60 dias para a fermentação terminar.
Estratégias de reserva
Defina metas de reserva para 60-90 dias, conforme o rebanho. Combine silagem com feno quando possível. Distribua a alimentação durante a entressafra para manter o peso. Monitore a palatabilidade e a engorda para ajustar a oferta.
Erros comuns e como evitar
- Falta de vedação, o ar invade o silo. Solução: feche bem e sem frestas.
- Teor de matéria seca fora do ideal compromete a preservação.
- Uso inadequado de aditivos ou falta de inoculante.
- Armazenamento em silo com infiltração de ar.
- Tempo de fermentação curto demais.
Como monitorar a qualidade
Cheire a silagem para detectar falhas de fermentação cedo e evitar perdas. Um cheiro ácido muito forte pode indicar fermentação inadequada. Descarte parte da massa se houver mofo visível ou condensação. Observe a cor e a consistência: deve ser verde-oliva, firme e sem água. Para silagens simples, mantenha o fechamento bem feito por toda a temporada.
Manejo de pastejo para evitar superpastejo e manter a qualidade
O pastejo contínuo sem cuidado leva ao superpastejo, onde a grama é tirada mais rápido do que consegue se regenerar. Isso reduz a massa verde disponível e afeta a qualidade da forragem para o gado. A gente precisa controlar o ritmo da ocupação das áreas para manter o pasto saudável e o rebanho bem alimentado.
O que é superpastejo e seus sinais
Superpastejo é quando o pasto recebe mais animais ou mais tempo de pastejo do que a planta consegue reerguer. Sinais comuns são folhas finas, cupins expostos no solo, e o brilho perdido na pastagem. O capim fica ralo e o solo pode começar a compactar. O intestino do pasto fica desequilibrado, dificultando o crescimento da próxima massa.
Outro sinal é a queda na taxa de crescimento após o manejo intenso. O gado começa a buscar alimento resiliente, e o ganho de peso pode cair. Quando a grama volta a crescer, ela costuma sair mais fina e menos palatável.
Princípios do manejo para evitar o superpastejo
- Defina cargas disponíveis por hectare e ajuste conforme a produtividade da área.
- Use rotação de piquetes com tempo de pastejo curto e descanso adequado.
- Não pasteje a grama até ficar morna, espere a recuperação de folhas novas.
- Monitore a altura do pastejo e a densidade da massa verde regularmente.
- Combine adubação de reposição com manejo para manter a planta saudável.
- Ofereça suplemento ou forragem alternativa quando a pastagem estiver em recuperação.
Estratégias práticas de rotação
- Divida a área em piquetes suficientes para permitir descanso de 14 a 21 dias, ou conforme a região.
- Peque cerca de cada piquete e mova o rebanho na mesma linha de tempo para manter a uniformidade.
- Use sinais de produção da pastagem (altura, cor, recuperação) para ajustar a rotação rapidamente.
- Registre dados simples, como altura da gramínea e peso do rebanho, para melhorar as decisões futuras.
Benefícios de um manejo adequado
- Mais massa seca disponível ao longo do ano.
- Melhor qualidade da forragem e palatabilidade.
- Redução de erosão e compactação do solo.
- Rebanho mais estável e ganho de peso mais consistente.
Com esses cuidados, você evita o superpastejo, mantém a qualidade da forragem e protege a capacidade produtiva do seu sistema de produção.
Reposição de nutrientes e escolha de espécies forrageiras
Reposição de nutrientes é a base para manter pastagens produtivas e rebanho estável. Sem reposição, a grama perde vigor e a gente paga com menor ganho de peso.
Por que é importante repor nutrientes
Os nutrientes principais são N, P e K. Eles ajudam as plantas a crescer com qualidade. Leguminosas ajudam ao fixar nitrogênio do ar, fortalecendo a pastagem sem custo extra de fertilizante.
Como planejar a reposição
- Faça análise de solo para saber o que falta e ajustar a adubação.
- Defina metas de produção de forragem e o tempo que quer cobrir.
- Escolha a fonte de adubação e a dose certa para cada área.
- Aplique no momento adequado do ciclo de crescimento para evitar perdas.
- Monitore a resposta da pastagem e ajuste conforme a chuva e o peso do gado.
Escolha de espécies forrageiras
Combine gramíneas resistentes com leguminosas que fixam nitrogênio. Gramíneas bem adaptadas ajudam na massa verde; leguminosas elevam a qualidade proteica e reduzem a necessidade de adubação mineral.
Gramíneas recomendadas
- Brachiaria brizantha (Marandu) e Brachiaria ruziziensis
- Panicum maximum (Mombaça) e outras braquiárias
Leguminosas valiosas
- Trevo branco
- Gliricídia
- Crotalária (como complemento em rotação de culturas)
Como combinar e manejar
Use misturas de gramíneas com leguminosas para maximizar a produção e a qualidade. Combine com rotação de piquetes, adubação de reposição e manejo de pastejo para manter a planta saudável e a qualidade da forragem.
Monitoramento e ajustes
- Faça análises de solo a cada 1-2 anos ou conforme necessidade.
- Observe a cor, altura e recuperação das plantas, além do peso do rebanho.
- Ajuste a adubação e as espécies conforme as estações e as chuvas.
Diferimento de pastagens e manejo de reservas
O diferimento de pastagens é uma estratégia simples para manter a forragem de qualidade, mesmo quando a oferta varia com as chuvas.
Como funciona
Deixamos uma parte da área sem pastejo por um período. Enquanto repousa, a grama recupera folhas novas e acumula massa verde nutritiva. Quando o deferimento termina, a área volta a alimentar o rebanho.
Quando usar
- Períodos de chuva irregular ou inicio de entressafra;
- Pastagens próximas ao limite de resíduo de massa verde;
- Rebanho com peso médio e necessidade de alimento de alta qualidade.
Como planejar as reservas
Divida a área disponível em piquetes. Defina o tempo de deferimento para cada piquete, conforme a chuva e a demanda. Combine com adubações leves se a área exigir. Monitore o retorno da pastagem para não atrasar o pastejo seguinte.
Monitoramento e ajustes
- Observe altura da gramínea, cor, densidade da massa verde e o peso do gado.
- Registre a data de início e fim do deferimento.
- Ajuste cargas, rotação de piquetes e uso de forragem de reserva conforme necessário.
- Em sistemas mais avançados, use NDVI para avaliar a recuperação da pastagem, se disponível.
Pesquisas da Epamig e inovações em manejo de pastagens
As pesquisas da Epamig mostram caminhos práticos para pastagens mais produtivas e estáveis. Elas ajudam o produtor no dia a dia com soluções reais para o campo.
Principais linhas de pesquisa
A Epamig foca em misturas de gramíneas com leguminosas, adubação de precisão, rotação de piquetes e monitoramento da pastagem. Essas estratégias aumentam a massa verde, a proteína e a persistência das plantas.
- Misturas com leguminosas para fixar nitrogênio e reduzir fertilizante mineral.
- Adubação de precisão, ajustada à realidade da fazenda.
- Rotação de piquetes para permitir recuperação rápida das plantas.
- Monitoramento da pastagem com observação visual e NDVI, quando disponível.
Inovações em manejo
- Leguminosas como componente principal da pastagem para melhorar a qualidade.
- Manejo de resiliência à seca com plantas adaptadas e manejo eficiente da água.
- Ferramentas tecnológicas como sensores de pastagem e drones para avaliar o verde.
- Novas práticas de adubação orgânica e biofertilizantes para solos degradados.
Como aplicar na prática
- Faça diagnóstico do solo e da produção de forragem da fazenda.
- Escolha mistura de gramínea e leguminosa adequada à região.
- Projete rotação de piquetes com descanso suficiente e um calendário simples.
- Use NDVI ou avaliação visual para ajustar o manejo.
- Registre dados simples para evoluir nas decisões futuras.
Casos práticos
Casos da Epamig mostram melhoria na qualidade da forragem, maior proteína e melhor persistência das pastagens quando as recomendações são seguidas. Os produtores relatam menor necessidade de fertilizantes e maior flexibilidade diante das chuvas.
Resumo para o produtor
Inovar na pastagem é possível com planejamento simples e adaptação à realidade da fazenda. Pathways da Epamig oferecem medidas concretas que qualquer produtor pode aplicar.
Passos práticos para começar o planejamento hoje
Para começar o planejamento hoje, defina metas claras e reais. Elas guiam cada decisão, da área à adubação, e ajudam a medir o progresso.
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Passo 1: Defina metas simples e alcançáveis
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Anote metas de produção por hectare, reservas de forragem para períodos secos e custos máximos. Mantenha-as curtas para facilitar o acompanhamento e a tomada de decisões diárias.
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Passo 2: Faça um mapeamento rápido da área
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Desenhe um mapa simples da fazenda. Marque as pastagens, fontes de água e a localização de piquetes, cercas e silos. Esses elementos ajudam a planejar rotações eficientes.
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Passo 3: Colete dados básicos
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Registre a altura média das gramíneas, o peso do rebanho e as chuvas recentes. Anote também a disponibilidade de água e o estado do solo. Esses dados viram base para decisões de manejo.
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Passo 4: Monte um calendário simples
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Divida o ano em estações e proponha ações mensais. Inclua cortes, pastejo rotativo, adubação e manejo de reservas. Um calendário claro evita surpresas.
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Passo 5: Estabeleça indicadores de acompanhamento
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Escolha indicadores simples: área coberta, altura do pastejo, ganho de peso e produção de forragem. Revise os números mensalmente para ajustar o plano.
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Passo 6: Faça um plano piloto
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Teste o plano em uma parte da propriedade por 30-60 dias. Observe resultados, registre feedback e ajuste antes de ampliar.
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Com esse roteiro, você começa hoje a planejar de forma prática e segura, pronto para adaptar conforme a chuva e a demanda.
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Saiba Mais Sobre Dr. João Maria
Dr. João Silva é um renomado zootecnista especializado em pecuária de leite, com mais de 2 Décadas de experiência no setor. Com doutorado pela Universidade Federal de Viçosa e diversas certificações, Também é autor de inúmeros artigos científicos e livros sobre manejo e produção de leite.
Dr. João é reconhecido por sua contribuição significativa à indústria e seu compromisso com a qualidade e a inovação na produção leiteira.



