Noticias do Jornal do campo Soberano
Boa leitura!
O setor pecuário em Mato Grosso está enfrentando desafios significativos atualmente. Com um rebanho bovino de mais de 33 milhões de cabeças, o estado é o detentor do maior rebanho bovino do Brasil. No entanto, conforme relatado pelo presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, a atividade pecuária está passando por dificuldades.
Um dos principais desafios enfrentados pelos produtores é o problema econômico. O preço da arroba está muito baixo, muito abaixo do preço de custo, o que está resultando em prejuízos para os pecuaristas. Alguns confinamentos estão registrando prejuízos de até R$ 1 mil por animal. Essa situação é extremamente preocupante para o setor.
Além disso, o setor também está preocupado com a segurança jurídica e com o atendimento às demandas relacionadas à sustentabilidade. Muitos pequenos e médios produtores não têm acesso fácil às leis e recursos jurídicos, o que aumenta a insegurança desses agricultores.
Outro ponto mencionado por Ribeiro Júnior é a renovação da taxa Fethab pelo governo estadual. A expectativa é que os recursos arrecadados com essa taxa sejam investidos principalmente em infraestrutura e na defesa da saúde do setor pecuário. Isso poderia trazer melhorias significativas para o setor, desde a valorização das estradas até a garantia de condições adequadas para o transporte dos produtos.
Além disso, o presidente destaca a importância de se analisar e discutir a situação atual com o novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a fim de encontrar soluções para esses desafios e garantir um ambiente mais seguro e favorável para os produtores.
Outro ponto importante mencionado por Ribeiro Júnior é a queda no consumo interno de carne bovina. Ele destaca que a população tem procurado por outras opções de proteína mais acessíveis, o que tem impactado diretamente o setor pecuário. A queda na demanda interna tem contribuído para a redução no preço da arroba, afetando a rentabilidade dos produtores.
Em relação à logística, um dos maiores problemas enfrentados pelo setor é a precariedade das estradas e pontes, principalmente durante o período de chuvas. Isso afeta tanto a pecuária de corte quanto a pecuária leiteira, uma vez que a falta de infraestrutura adequada para o transporte dos produtos pode resultar em perdas e atrasos nas entregas.
Diante desse cenário, é fundamental investir em melhorias nas estradas e nas vias vicinais, assim como buscar soluções para aumentar o consumo interno e fortalecer as exportações. Além disso, é importante trabalhar em conjunto com o governo e demais entidades para garantir segurança jurídica e estimular o investimento no setor pecuário.
É preciso lembrar que a pecuária é uma atividade de ciclo longo e que requer planejamento e investimentos consistentes. Portanto, é fundamental encontrar soluções sustentáveis e de longo prazo para garantir a viabilidade e o crescimento do setor pecuário em Mato Grosso.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Gostou das nossas dicas? Possui alguma outra que gostaria de compartilhar com a gente?
Escreva para nós nos comentários!
Verifique a Fonte Aqui
Detentor do maior rebanho bovino brasileiro com mais de 33 milhões de cabeças, Mato Grosso vê seu setor pecuário enfrentando dificuldades. Segundo o setor produtivo, os confinamentos podem registrar prejuízos de até R$ 1 mil por animal.
Renomeado como presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) há mais três anos, Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior destaca que a pecuária é uma atividade de longo prazo e que há muitos desafios em todo o processo, desde o planejamento da inseminação dos animais até a entrega na indústria.
Em entrevista ao Canal Rural Mato Grosso, Ribeiro Júnior destaca que, além da situação econômica, o produtor mato-grossense também está preocupado com sua segurança jurídica e com o atendimento às demandas relacionadas à sustentabilidade.
+’Hoje temos vários vilões’, diz presidente da Acrimat sobre situação da pecuária
Confirma a entrevista com o presidente da Acrimat:
Canal Rural Mato Grosso: O ano de 2023 já começou. O que o setor pecuário espera para este ano? Quais os desafios e o que precisa ser resolvido, destravado em âmbito federal e estadual no setor?
Ribeiro Júnior – O problema hoje que mais nos aflige, principalmente, é o econômico. Corrigir o preço da arroba que está muito baixo, muito abaixo do preço de custo. Hoje, o pecuarista está pagando para trabalhar. Alguns confinamentos estão causando prejuízos de R$ 700 a R$ 1 mil por animal. Então, esse é um tema que nos incomoda.
Além do aspecto financeiro, do aspecto económico, que é muito importante, porque é um sector de investimento e um processo longo, temos os desafios dos novos governos. O governo federal com nova política, um novo ministro. Nossa preocupação é em termos de segurança jurídica. Estamos muito preocupados, pois temos muitos pequenos e médios produtores que não têm muitos recursos, não têm advogados, não têm muito acesso às leis. Precisamos analisar isso com cuidado.
Além disso, temos as invasões que nos preocupam. Eles prometeram que agora ocorrerão invasões e eles se tornarão mais livres, mais soltos. Então, a nossa preocupação é nos proteger para que isso não aconteça. Queremos ouvir o ministro [da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] O que ele está pensando sobre isso.
+Exportações de carne bovina no MT batem recorde em 2022
Já o governo estadual renovou a taxa Fethab. Esperávamos que ele não renovasse, mas de qualquer forma ele se comprometeu a investir quase 90% em infraestrutura. Isso é bom para nós. Invista também na defesa da saúde. Então, vai olhar com mais atenção para o produtor, para as estradas, para as nossas demandas.
Os desafios são ambientais, temos o novo prazo que vai ser votado e que está lá no STF, então podem ocorrer problemas grandes e que podem mudar toda a nossa perspectiva, mudar muito a insegurança das pessoas em investir em suas terras e isso de repente Torna-se terra indígena, algo com que você não contava e você tem que mudar todo o seu planejamento.
Como eu disse, a pecuária é uma coisa de ciclo longo, então não tem como especular e mudar o ciclo em quatro ou cinco meses.
Canal Rural Mato Grosso: Você comentou a questão do preço da arroba em relação ao custo de produção. Hoje, qual seria o preço ideal da arroba em Mato Grosso para cobrir os custos?
Ribeiro Júnior – Nossos preços voltaram aos níveis de há dois anos e nossos custos subiram 50%. Quer dizer, o preço da arroba de dois anos atrás, até um pouco menos de dois anos atrás, se voltarmos aos preços de R$ 310, R$ 320, que é o preço da carne bovina na China. Hoje estamos recebendo R$ 230, R$ 240 por arroba e os custos aumentaram com a Guerra da Ucrânia e da Rússia, a demanda global por energia e grãos. Houve muita demanda por grãos no mundo todo, a China está importando mais milho, isso tira do nosso mercado e isso aumenta os nossos preços. O DDG de milho, subproduto do etanol, também ficou mais caro. A pandemia já estava atrapalhando. Saímos disso e houve uma guerra e as coisas ficaram complicadas.
+Abate de bovinos cresce 5,85% em Mato Grosso
Canal Rural Mato Grosso: A queda no preço da arroba se deve a fatores de baixo consumo?
Ribeiro Júnior – Claro que sim. Os frigoríficos que não possuem operações na China enfrentam grandes dificuldades, pois nos dizem que o mercado interno está sofrendo muito. A demanda de consumo interno caiu muito. O consumo de carne bovina foi muito baixo em 2022 e tende a cair. A população procura outros tipos de proteínas mais acessíveis. A população realmente gosta de comer carne.
O preço da nossa arroba caiu muito, mas o preço da carne no varejo não caiu significativamente. Quer dizer, independentemente da vontade do produtor, porque gostaríamos que esses preços baixassem também, mas o varejo tem suas margens, seus custos e eles afirmam que não tem como baixar os preços.
Então, o consumo está caindo cada vez mais e estamos tendo dificuldades nesse mercado interno. Se a condição económica da população melhorasse um pouco, poderia ser gasto um pouco mais. Aumentar o consumo em 10%, 20% melhoraria bastante.
+ Pecuaristas de MT não precisam mais pagar imposto extra na movimentação de gado
Canal Rural Mato Grosso: Em termos de logística, temos a Fethab, que agora terá 80% destinados à infraestrutura. Para a pecuária em termos de logística, qual é o maior problema e o que precisaria ser feito para melhorar?
Ribeiro Júnior – Além da pecuária de corte, temos a pecuária leiteira. As áreas de produção leiteira sofrem muito com essas estradas e pontes, principalmente nesta época de chuvas que vai até março e abril. E nosso produto tem que sair. Se um caminhão quebrar na estrada, demorar 24 horas ou 36 horas para sair do atoleiro, ou de uma ponte quebrada, esses animais vão sofrer e o leite vai estragar. Isso leva à falta de alimentos na cidade e aumenta nossos custos. É ruim para a cidade.
As maiores demandas hoje são para essas áreas que são em sua maioria bacias leiteiras e estradas vicinais, principalmente neste período de chuvas.
+Acrimat: Programa Produção Sustentável de Bezerros atende 360 propriedades
Canal Rural Mato Grosso: E como está a indústria em Mato Grosso?
Ribeiro Júnior – A indústria está sofrendo muito. Sindifrigo-MT afirma que quem não tem operações no exterior [exportam], a operação China, os Estados Unidos, que são grandes compradores, estão sofrendo muito porque o consumo caiu muito. Dizem que os freezers estão lotados e o cronograma de abate dos animais, ou seja, a escala, é muito longo. É a agenda que determina o valor da arroba. Se o cronograma for longo, o preço cai. Há uma parada de quase um mês. É uma situação preocupante neste momento.
Canal Rural Mato Grosso: Essa situação que estamos vendo com a redução do consumo poderá ter impacto quando entrar o período de confinamento?
Ribeiro Júnior – Preços de confinamento mais baixos também, porque não têm o preço da carne bovina na China, o que seria necessário para pagar os custos. Eles estão sofrendo muito. Alguns relatam perdas de R$ 1 mil por animal. É uma imagem pela qual sentimos pena. Uma situação que desincentiva investimentos, desincentiva novos confinamentos, colocação de mais animais. Hoje, a procura pelo consumo interno é muito má e os preços do consumo externo são muito baixos para nós.
+União Europeia: Mato Grosso tem 406 imóveis aptos para exportação
Canal Rural Mato Grosso: O que seria ideal para melhorar esse cenário no curto e médio prazo para o produtor? Aumentaria o consumo interno, expandiria o número de mercados?
Ribeiro Júnior – Sim! A abertura dos mercados, para que os pequenos frigoríficos possam liberar seus estoques, principalmente no mercado interno. Fizemos uma reunião com a Sefaz-MT para ver se houve alguma distorção nesse ganho, para saber quem estava ganhando. Quer tenha sido o produtor, o matadouro ou o retalhista. Além disso, vimos que o produtor com certeza está perdendo, o frigorífico está empatando hoje, exceto aqueles que têm muita atuação internacional, e o que tem um pouco mais de vantagem é o setor varejista, que também está tendo que fazer suas próprias decisões. promoções para esvaziar seu estoque devido à redução do consumo.
A necessidade a médio e longo prazo seria aumentar o consumo interno e para isso existem políticas governamentais, políticas nacionais que aumentam o potencial de rendimento da população. Mas, hoje, no curto prazo, o que podemos fazer é tentar baixar esses preços e começar a circular um pouco mais o produto e renová-lo, as geladeiras podem funcionar e podemos produzir com qualidade.
+Produtores aprendem a plantar água para manter a produção em Mato Grosso
Canal Rural Mato Grosso: Em 2022, Mato Grosso realizou a última campanha de vacinação contra a febre aftosa. Quais são as perspectivas daqui para frente?
Ribeiro Júnior – Essa é uma exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), porque toda vez que negocia com países, por exemplo, como o Japão, eles exigem o status de não vacinação. Com o produtor não teríamos muita preocupação, mas como é uma demanda do Mapa, que precisa ter esses mercados e tem que estar sempre abrindo mercados, precisaria haver essa retirada da vacinação.
Também nos disseram, realizamos centenas de reuniões, que não há vírus circulando. É por isso que mantemos a calma.
Então a perspectiva hoje é que a defesa sanitária fique mais alerta, que sejam disponibilizados recursos para que eles realizem as ações necessárias, que ainda não foram todas feitas, ainda há algo a ser feito, e o produtor, por sua vez, parte, alertará qualquer problema que possa surgir. Ter. Existem produtores que nunca viram um caso de febre aftosa e nós vamos orientá-los, mostrá-los com fotos e vídeos, para que possam notificá-los o mais rápido possível e essa foto possa ser encerrada.
+Após 30 anos, Mato Grosso encerra vacinação contra febre aftosa
Canal Rural Mato Grosso: Embora a vacinação contra a febre aftosa tenha sido suspensa no estado, os produtores devem ficar atentos a outras doenças que também podem surgir?
Ribeiro Júnior – Todas as outras vacinas não foram retiradas. O gado continuará sendo levado para o curral, vacinado contra raiva e brucelose. O produtor continuará trabalhando normalmente com a parte sanitária em dia. Graças a Deus em nosso estado não temos nenhum problema de saúde grave e óbvio. Temos uma defesa sanitária que nos serve bem. Estamos preocupados em manter nosso estado de saúde em dia.
Canal Rural Mato Grosso: Você foi reconduzido por mais três anos na Acrimat. O que a entidade projeta para os próximos três anos?
Ribeiro Júnior – No nosso primeiro mandato, por conta da pandemia, só conseguimos realizar nossos projetos no ano passado. Nossos principais projetos, como Acricorte, Acrimat em Ação, em que levamos informações ao produtor, foram afetados. Continuaremos a realizar estes projetos e realizaremos novos projetos de comunicação para incentivar o consumo de carne. Há muito trabalho pela frente e muitos desafios.
Canal Rural Mato Grosso: Na área de sustentabilidade também?
Ribeiro Júnior – Todos. Temos vários projetos de pesquisa em parceria com a Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pantanal, focados justamente na fixação de dióxido de carbono, liberação de oxigênio e clorofila dessas vegetações nativas do Pantanal. Temos um trabalho pioneiro que a Embrapa Gado de Corte realizou para nós, no qual pretendemos mostrar que a nossa pecuária é totalmente sustentável.
Clique aquientre no grupo de WhatsApp do Canal Rural Mato Grosso e receba novidades em tempo real