Um novo passo positivo foi dado em relação ao atual problema envolvendo o principal parceiro comercial do Brasil no setor de carne bovina – só em 2022, as compras da China geraram receita de quase US$ 8 bilhões aos frigoríficos nacionais, 61% do total arrecadado no período anual.
Nesta quinta-feira, 2 de março, a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) confirmou o que todos já desconfiavam mesmo sem os testes científicos conclusivos realizados pelo laboratório de referência da entidade internacional, no Canadá: trata-se de um caso atípico de “vaca louca”, ou seja, ocorrido por causas naturais em um único animal de 9 anos de idade que estava alojado em fazenda do Marabá, no Pará.
“Agora as autoridades brasileiras estão realizando os trâmites legais para o desembargo da exportação da carne bovina para o mercado chinês”, relata a Scot Consultoria.
Segundo a S&P Global, a primeira sexta-feira de março foi marcada pela baixa liquidez de negócios em função dos poucos volumes de compra e venda registrados.
“Apesar das escalas de abate se mostrarem mais apertadas (há casos de operações com programação entre 2 e 3 dias), as indústrias frigoríficas se mantiveram ausente das aquisições de boiadas gordas”, ressalta a consultoria.
De acordo com os analistas, o mercado do boi gordo segue em compasso de espera, aguardando uma resolução rápida em relação ao embargo chinês.
Do lado de dentro das porteiras, diz a S&P Global, muitos pecuaristas resolveram liquidar os seus lotes de animais prontos aos preços atuais, visando evitar recuos mais incisivos da arroba e, assim, amargar prejuízos frente ao quadro de incertezas geradas pela paralisação dos envios à China.
Em contrapartida, continua a S&P Global , muitos pecuaristas também resistiram à pressão baixista imposta pelos frigoríficos brasileiros, valendo-se de um pasto com bom suporte devido às boas condições climáticas dos últimos meses.
Há ainda um outro grupo de produtores que optaram em apenas ofertar lotes excedentes para gerar caixa e atender aos compromissos de início de mês (despesas com pessoal, operacional, impostos etc.), acrescenta a S&P Global.
Segundo a consultoria, com o bloqueio dos embarques ao gigante asiático muitas unidades frigoríficas resolveram adiar os abates e até promover férias coletivas aos funcionários.
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Tal fator, afirma a S&P Global, trouxe um acentuado desarranjo na cadeia, desencadeando uma forte especulação baixista no mercado físico do boi gordo.
De toda forma, a S&P Global observa que o panorama para a próxima semana será de cautela, com todos esperando a retomada das exportações à China.
Arroba paulista – Nesta sexta-feira, as cotações do boi, da vaca e da novilha fecharam estáveis no mercado de São Paulo, segundo os dados apurados pela Scot.
Com isso, as ofertas de compra seguem em R$ 277/@ de boi, R$ 260/@ de vaca e R$ 270/@ de novilha (preços brutos e a prazo), informa a consultoria.
Para o “boi China”, não houve ofertas de compra em São Paulo, acrescenta a Scot.
Cotações máximas de machos e fêmeas na sexta-feira, 3/3
(Fonte: S&P Global)
SP-Noroeste:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 258/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 261/@ (à vista)
vaca a R$ 241/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 263/@ (prazo)
vaca a R$ 243/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 236/@ (prazo)
vaca a R$ 221/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 234/@ (à vista)
vaca a R$ 216/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 234/@ (à vista)
vaca a R$ 216/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 236/@ (prazo)
vaca R$ 226/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 246/@ (prazo)
vaca a R$ 231/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 266/@ (à vista)
vaca a R$ 246/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 256/@ (prazo)
vaca a R$ 241/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 236/@ (prazo)
vaca a R$ 227/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 246/@ (à vista)
vaca a R$ 236/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 246/@ (prazo)
PA-Marabá:
boi a R$ 219/@ (prazo)
vaca a R$ 209/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 228/@ (prazo)
vaca a R$ 216/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 247/@ (prazo)
vaca a R$ 240/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 221/@ (prazo)
vaca a R$ 206/@ (prazo)
RO-Cacoal:
boi a R$ 221/@ (à vista)
vaca a R$ 201/@ (à vista)
MA-Açailândia:
boi a R$ 221/@ (à vista)
vaca a R$ 216/@ (à vista)
