O fluxo de comercialização de gado para reposição ainda evoluiu de forma inconsistente no âmbito nacional, seguindo particularidade regionais, informa a IHS Markit.
“As condições climáticas adversas em algumas regiões (excesso de calor no Sul do País) e a fragilidade nos preços dos animais terminados são fatores que ainda geram irregularidade na dinâmica dos negócios no mercado de reposição”, ressaltam os analistas da consultoria.
Segundo a IHS, há um descompasso entre oferta e demanda de animais jovens, o que contribui para a pressão baixista na formação de preços dos animais negociados nos leilões.
Mesmo assim, diz a consultoria, houve algumas regiões onde foi possível contabilizar firmeza nos preços para algumas categorias, sobretudo em Estados com maior predominância de plantas exportadoras da proteína bovina.
Na região Sul, mais especificamente no RS, os criadores enfrentam situação mais complicada, observa a IHS. “A onda de calor e falta de chuva, sobretudo na fronteira com Uruguai, têm derrubado os preços da reposição”, relata a IHS.
Quedas nos preços também foram observadas nas praça do Paraná, onde o poder de compra dos pecuaristas cedeu depois das fortes quedas nos preços da arroba do boi gordo no mercado físico.
Na região Sudeste, diz a IHS, a semana também foi de ajustes negativos nos preços de animais jovens de São Paulo e das praças de Minas Gerais, em função da fraca atuação dos compradores.
No Centro-Oeste, o ambiente no mercado de reposição foi de preços aparentemente mais firmes, com repiques de compras de animais depois das baixas acumuladas no último trimestre do ano passado, informa IHS
Dados Scot – Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo, para as categorias de machos, durante a semana houve recuo nas cotações para o boi magro (-1,1%), garrote (-1,6%) e bezerro desmamado (-1,3%), quando comparados com a primeira semana de janeiro/23. Por sua vez, para o bezerro de ano, houve aumento de 1,9% na mesma base de comparação.
Para as fêmeas, na praça paulista, houve recuo para todas as categorias, de 2,2%, 1,2%, 2,5% e 1,1% para vaca magra, novilha, bezerra de ano e bezerra à desmama, respectivamente, no mesmo comparativo.
Segundo os analistas da Scot, para a ponta compradora, há um cenário de oportunidade, mas recuos mais significativos são aguardados para o período, consequentemente favorecendo a relação de troca com o boi gordo, que também sinaliza queda nas cotações.