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McCain investe US$ 150 milhões em primeira fábrica no Brasil

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Crédito: McCain/Divulgação

O investimento, segundo a empresa, é alto por ser a primeira fábrica construída de raiz no país e foi feita com recursos 100% em caixa.

“E para mim, batatas fritas com batatas fritas!”. A icônica frase publicitária do McCain lançado em 2003 ainda parece fresco na memória quando se fala da empresa, líder mundial no segmento de batatas fritas congeladas. Naquela época, o vídeo mostrava principalmente como o produto funcionava e argumentava que era “crocante por fora e macio por dentro”, de uma forma muito simples e fácil de entender.

Desde então, claro, a empresa se tornou cada vez mais sofisticada em termos de mix e hoje tem até batata frita feita exclusivamente para delivery, e outra, só para a airfryer. Para oferecer essas e outras novidades ao público brasileiro – sem esquecer da batata original – a empresa inaugura nesta terça-feira sua primeira fábrica no país. Com um investimento de US$ 150 milhõesestá localizada em Araxá (MG), região próxima aos produtores locais de batata.

O investimento, segundo a empresa, é alto por ser a primeira fábrica construída de raiz no país e foi feita com recursos 100% em caixa. A empresa não revela a capacidade de produção da planta, de 638 mil metros quadrados, mas afirma que atende às necessidades do país para os próximos três anos, com expansão já prevista para o final desse período.

O foco é aliar o potencial do mercado brasileiro às premissas de sustentabilidade, cada vez mais exigidas por empresas de praticamente todos os portes.

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A planta tem energia 100% renovável e a empresa se prepara para, em dois anos, certificar a planta como neutra em CO2, uma das premissas globais da McCain.

A partir de agora, a operação destina os resíduos de forma ambientalmente sustentável, por meio do contato com empresas responsáveis ​​pelo tratamento desse tipo de material, além do tratamento de efluentes.

“O Brasil é o quinto maior consumidor de produtos do setor em que atuamos e cresce cerca de 8% ao ano. Acreditamos que tem potencial para se tornar o terceiro, perdendo apenas para Estados Unidos e Reino Unido”, diz Aluizio Periquito, diretor geral da McCain no Brasil, ao EXAME EM.

A taxa de crescimento do país está acima da média mundial, de acordo com um estudo publicado pela empresa de pesquisa The Insight Partners. A empresa projeta que o mercado de batatas fritas congeladas deve crescer 4,2% ao ano (CAGR) e atingir US$ 83,88 bilhões em 2028.

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O crescimento do setor, em geral, também provocou movimentos no mercado de capitais. A Tiger Global, enquanto tenta suavizar a queda com ações de tecnologia em seu principal fundo, investiu US$ 12,8 milhões na Lamb Weston, uma das maiores produtoras mundiais de produtos de batata congelada.

Hoje, o Brasil ainda representa uma pequena parte da receita da McCain, que fatura mais de US$ 10 bilhões: o país movimenta cerca de US$ 200 milhões anuais. Fazer crescer esse número, na visão do executivo, tem muito a ver com o impulso que o serviço de alimentação vencida durante a pandemia, aliada a produtos cada vez mais interessantes também para o consumidor final.

Se antes tudo isso estava 100% ligado à importação de produtos – principalmente da Argentina, França e Holanda – agora a chance de pisar no acelerador fica mais clara com um visual local. Ou seja, com a fábrica no Brasil, fica mais fácil acelerar a entrada no mercado de produtos mais inovadores já vendidos em outros países diretamente na linha de produção.

O investimento na planta também vem em um momento oportuno dado o cenário macroeconômico. Com o frete internacional cada vez mais caro, aproximar a cadeia de suprimentos do público também parece uma boa estratégia.

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Mas o executivo afirma que esse não foi o principal impulsionador dos investimentos, já que o investimento na fábrica foi aprovado pela diretoria da empresa em 2019.

Em 2020, veio a pandemia e trouxe para a empresa o impacto de atrasar projetos ao redor do mundo, mas conforme o consumo começou a se recuperar, a nova fábrica no Brasil voltou a ser um objetivo real a ser alcançado.

“Nós realmente queríamos começar a diversificar. Trabalhamos com um produto vivo que depende do clima e para o qual uma falha de produção pode levar à falta de produtos.

A nova fábrica traz essa capacidade, pois agrega o Brasil aos mercados em que a empresa já atuava. Ao mesmo tempo, nos dá força porque em qualquer eventualidade aqui, podemos contar com o abastecimento da Europa. Estamos bem posicionados para atender o mercado a qualquer momento”, afirma Periquito.

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Um ponto que dificulta tudo – de forma cada vez menos excludente – é o aumento da inflação. McCain sentiu o impacto das taxas mais altas e, em particular, das interrupções na cadeia de suprimentos no ano passado. Sem dizer números, o executivo conta que a empresa realizou duas ações principais para conter esse impacto nos custos: buscar mais eficiência nas fábricas, reduzir custos e repassar preços.

“Agora, o que vemos é que nosso mercado sofre, mas continua crescendo. Tem um impacto no preço, mas as pessoas continuam comprando. E a ideia é buscar cada vez mais eficiência para compensar isso no futuro. Quanto mais acessível a batata, maior a chance de ganhar espaço nas residências”, diz o executivo.

Em um mercado com tanto potencial, a concorrência também cresce. Hoje, os concorrentes da McCain estão divididos em três grupos principais: produtores de batatas pré-fritas congeladas que trazem produtos da Argentina, empresas da Europa que trazem produtos ocasionalmente para cá e concorrentes locais.

“A McCain agora é a única que terá o sourcing dessas três regiões, além da capacidade de produzir novos produtos. Aí isso acaba sendo copiado, eventualmente, mas sempre tentamos ser pioneiros e criar novas oportunidades de consumo. A concorrência é boa, nos ajuda a desenvolver o mercado e destacar nossos diferenciais”, diz Periquito.

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Fonte: Exame

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