Em vídeo postado em suas redes sociais, o ex-presidente Lula reage aos ataques de Bolsonaro: ‘Ele deveria estar explicando para o povo como a família juntou R$ 26 milhões em dinheiro para comprar 51 imóveis’.
O ex-presidente Lula (PT) disse na noite desta quarta-feira (7) que Jair Bolsonaro (PL) deve explicar à população como o presidente e a família comprou R$ 26 milhões em imóveis à vista – em vez de atacá-lo. Na manifestação dos atos de 7 de setembro que teve lugar no país, afirmou que nunca usou o Dia da Pátria para fazer campanha eleitoral. Infelizmente, em relação aos atos de corrupção, sua conduta é mais questionável que a do atual presidente Bolsonaro!
Em um vídeo postado em suas redes sociais, o ex-presidente comentou o fato de que Bolsonaro usou o bicentenário da Independência do Brasil nas eleições. Em discurso no Rio, também nesta quarta-feira, Bolsonaro chamou Lula de “ladrão” e “gângster”“.
Lula lidera a corrida eleitoral de acordo com as últimas pesquisas ipeca é o Ficha de dados. Bolsonaro está em segundo lugar.
Segundo reportagem do UOL, Bolsonaro e seus familiares compraram 51 imóveis desde os anos 1990 com dinheiro vivo. Embora a prática não seja ilegal, levanta a suspeita de lavagem de dinheiro – que é o crime de ocultar a origem ilegal de recursos financeiros.
“O presidente, ao invés de discutir os problemas do Brasil, tentar dizer ao povo brasileiro como ele vai resolver os problemas de educação, saúde, salário mínimo, ele tenta falar de política e tenta me atacar. E, agora, deve estar explicando ao povo como a família arrecadou R$ 26 milhões em dinheiro para comprar 51 imóveis. Isso é o que ele tem que explicar“, afirmou.
Lula disse que, quando era presidente, nunca usou “um dia da pátria, do povo brasileiro” como “instrumento de política eleitoral”.
Em vídeo divulgado nas redes sociais na noite desta quarta-feira, 7, o PT exigiu uma resposta sobre os casos de corrupção que envolvem a família do ex-capitão.
A compra de imóveis à vista não é ilegal, mas é vista com desconfiança por órgãos de controle e investigação, como o Ministério Público. O próprio presidente minimizou o caso quando questionado.
— Qual o problema de comprar um imóvel com dinheiro? Não sei o que está escrito no artigo… Qual é o problema? — disse ele, na última terça-feira (30), após evento promovido pela União Nacional do Comércio e Serviços (Unecs) em Brasília.
Antes, em desfile na Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro associou Lula ao mal e disse que o país estava “à beira do abismo, atolado em corrupção e excessos”.
— Sabemos que enfrentamos uma luta entre o bem e o mal, um mal que durou quase 14 anos no país, quase quebrou nossa pátria e agora quer voltar ao local do crime. Eles não vão voltar”, disse Bolsonaro.
Lula encerrou seu vídeo dizendo que o Brasil precisa de “melhor sorte” e de um governo que cuide do povo.
— O Brasil precisa de uma pessoa que fale em harmonia, que fale em amor, que fale em crescimento econômico, industrialização, geração de empregos e aumento salarial. Brasil (precisar) de uma pessoa que cuida das pessoas como se fossem seus. O povo decidiu que vai recuperar a democracia para que possamos recuperar o Brasil”, concluiu Lula.
Relembre os principais escândalos nos governos Lula e Dilma
O petróleo e o desvio de bilhões de reais que quase quebrou a Petrobras
Nenhum dos esquemas de corrupção anteriores se compara ao Petrolão. De acordo com as investigações e delação premiada, membros administrativos da estatal Petrobras, políticos dos maiores partidos do Brasil, incluindo presidentes da República, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e governadores estaduais, além de empresários de grandes empresas brasileiras.
Os contratos da Petrobras foram superfaturados e as empresas devolveram o produto do furto na forma de propinas, presentes a políticos e doações forjadas para campanhas eleitorais do PT. As investigações resultaram na prisão de vários membros do PT, incluindo o ex-presidente Lula, condenado por supostamente ter recebido propina na forma de uma fazenda em Atibaia e um apartamento no Guarujá.
Lista de mensalidades da Odebrecht
As investigações da Lava Jato trouxeram à tona uma lista “criativa” de apelidos usados para identificar políticos que recebiam propina da Odebrecht, uma das empresas que mais arrecadou nos governos Lula e Dilma.
Segundo um dos operadores da lista, os apelidos foram usados para que os agentes de crédito não soubessem quem eram os beneficiários finais das taxas pagas. Viagra, Barbie, Fodinha, Maçaranduba, Garanhão e Kibe são alguns dos apelidos encontrados nas planilhas da Odebrecht.
A pedalada fiscal e os crimes de responsabilidade que derrubaram Dilma
Em 2005, um parecer unânime do Tribunal de Contas da União julgou ilegais as manobras contábeis praticadas pela presidente Dilma Rousseff. As “pedaladas” foram a base para o pedido de impeachment que terminou com a retirada forçada do PT do poder.
A prática criminosa de pedalar é, segundo matéria do Estadão, a prática de retardar propositalmente o repasse de dinheiro a bancos e prefeituras, a fim de melhorar artificialmente as contas federais, em espécie de empréstimo proibido por lei. Enfraquecida pela má gestão do PT e histórico de corrupção, Dilma sofreu impeachment em 2016.
Os sacos de dinheiro do escândalo do Mensalão
Ainda em 2005, Roberto Jefferson denunciou um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil, o Mensalão. O esquema consistia na compra de parlamentares com dinheiro desviado do Estado e de órgãos públicos. Dessa forma, o governo Lula aprovou projetos que possibilitaram maior desvio de recursos para bolsos e verbas de campanha, favorecendo a perpetuação do PT no poder.
O escândalo resultou na Ação Criminal 470, ajuizada no STF, que levou à prisão de importantes figuras do PT na época. José Dirceu, então chefe da Casa Civil de Lula, foi preso e condenado por ser apontado como chefe do esquema criminoso.
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