O impacto do modo de confinamento nos machos suínos

O bem-estar dos animais de criação, em especial dos suínos, é um assunto de extrema importância para garantir a qualidade dos produtos e o tratamento ético dos animais. Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), revelou que o modo de confinamento dos suínos machos pode ter um impacto significativo sobre o bem-estar de sua prole.

Os efeitos do confinamento na emoção dos filhotes

As descobertas desse estudo mostraram que os suínos machos submetidos a diferentes condições de alojamento influenciaram o desenvolvimento emocional de seus filhotes. De maneira surpreendente, a pesquisa constatou que apenas quatro semanas vivendo em celas foram suficientes para que os machos tenham filhotes com alterações emocionais ligadas a medo e ansiedade, além de níveis elevados de cortisol na saliva quando expostos a desafios.

Suínos: como aconteceu a pesquisa

Para realizar essa investigação, 138 leitões com 25 dias de vida foram submetidos a testes comportamentais e análises de saliva, a fim de verificar os níveis de estresse. Os machos suínos que participaram do estudo foram submetidos a diferentes condições de alojamento, o que permitiu aos pesquisadores observar a influência desse fator no comportamento e bem-estar de seus filhotes.

Próximos passos

Os resultados desse estudo abrem caminho para investigações futuras que visem compreender melhor os efeitos do confinamento na fisiologia e comportamento dos suínos, bem como as implicações disso para a qualidade dos produtos e o tratamento ético dos animais. As descobertas também fornecem subsídios para uma reflexão sobre práticas de criação que possam assegurar o bem-estar dos animais e, consequentemente, a qualidade dos produtos.
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Suínos: como funcionou a pesquisa

O estudo avaliou 138 leitões com 25 dias de vida, submetendo-os a testes comportamentais para avaliar a emocionalidade e análises de saliva para medir os níveis de cortisol, um indicador de estresse. Os doadores do sêmen para inseminação das fêmeas foram submetidos a um de três tipos de tratamento de confinamento, e os pesquisadores demonstraram que as condições de alojamento dos pais influenciaram os comportamentos da prole. Os resultados apontaram modificações nos estados emocionais indicativos de ansiedade e medo nos filhotes dos machos suínos criados em celas, além de um aumento dos níveis de cortisol. Estudos anteriores do grupo também mostram que o tipo de confinamento afeta a fisiologia dos testículos dos adultos, assim como o desenvolvimento do cérebro dos leitões, destacando a importância de oferecer um ambiente que promova o bem-estar dos suínos.

Próximos passos

Pesquisas adicionais estão em andamento para investigar possíveis mudanças epigenéticas transmitidas para os filhotes devido ao tratamento a que os machos são submetidos. Estudos anteriores do grupo também demonstraram a influência do tipo de confinamento na fisiologia dos testículos dos adultos. Outras pesquisas mostraram como o ambiente de gestação das fêmeas afeta o desenvolvimento do cérebro dos leitões e interferem na microbiota vaginal, afetando a absorção de nutrientes e a proteção contra doenças nos filhotes. Os estudos têm influenciado as práticas de criadores de reprodutores, levando a uma maior atenção ao bem-estar dos suínos, com o objetivo final de realizar estudos que ofereçam insights relevantes para a saúde humana.

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Os impactos do bem-estar animal na produtividade

O estudo que mostrou como o modo de confinamento dos suínos machos afeta o bem-estar de seus filhotes revela a importância de considerar a influência do ambiente e das condições de criação na produtividade e saúde dos animais. Aplicar essas descobertas na prática pode trazer benefícios significativos para a indústria, mostrando que o bem-estar animal não é apenas uma preocupação ética, mas também uma estratégia para melhorar a eficiência e os lucros. O próximo passo é utilizar esses insights para desenvolver práticas de criação mais sustentáveis e que promovam o bem-estar de todos os envolvidos.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Suínos: como funcionou a pesquisa

Um estudo apoiado pela Fapesp demonstrou que o modo de confinamento dos suínos machos afeta profundamente o bem-estar dos filhotes. Os experimentos realizados na FMVZ-USP mostram que quatro semanas vivendo em celas são suficientes para que os machos tenham filhotes com alterações emocionais ligadas a medo e ansiedade, além de níveis elevados de cortisol na saliva quando expostos a desafios. A pesquisa é fundamental para compreender a importância do bem-estar animal na produção suinícola e pode abrir caminho para intervenções que garantam maior qualidade de vida aos suínos.

Perguntas Frequentes sobre o Bem-Estar dos Suínos

1. Qual foi o objetivo da pesquisa?

O objetivo principal da pesquisa foi investigar como o modo de confinamento dos suínos machos pode afetar o bem-estar e o desenvolvimento emocional dos filhotes, contribuindo para uma compreensão mais abrangente do impacto das condições de criação na produção suinícola.

2. Como funcionaram os experimentos?

No estudo, 138 leitões com 25 dias de vida foram submetidos a testes comportamentais para avaliar a emocionalidade, e análises de saliva foram realizadas para verificar níveis de cortisol, um indicador de estresse. Os doadores do sêmen que deu origem aos porquinhos foram submetidos, por quatro semanas, a um de três tipos de tratamento: celas em que apenas se levantavam e deitavam, baias individuais com mais espaço ou baias individuais enriquecidas. Após a realização dos experimentos, foram feitos testes de paternidade para determinar de qual tratamento veio o pai de cada leitão.

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3. Qual foi o impacto do confinamento dos machos nas condições emocionais da prole?

Os resultados demonstraram que as condições de alojamento dos pais influenciaram os comportamentos da prole. Os filhotes dos machos suínos criados em celas apresentaram modificações nos estados emocionais indicativos de ansiedade e medo, além de um aumento nos níveis de cortisol após a aplicação dos testes comportamentais.

4. Quais são os próximos passos da pesquisa?

Os pesquisadores estão conduzindo estudos adicionais para investigar as mudanças epigenéticas transmitidas para os filhotes, bem como o impacto do ambiente de gestação das fêmeas e do período pós-cio no bem-estar e desenvolvimento dos leitões. Além disso, estão explorando os efeitos do tipo de confinamento na fisiologia dos testículos dos adultos.

5. Qual a relevância desses estudos para a indústria suinícola?

Os resultados dos estudos já estão influenciando decisões de criadores de reprodutores, mostrando que o bem-estar animal pode aumentar a produtividade e os lucros. Além disso, a pesquisa busca oferecer um modelo suíno para estudos relevantes à saúde humana, destacando a importância do cuidado com os animais em toda a cadeia produtiva.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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Estudo apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicado na revista Frontiers in Animal Science aponta que o modo de confinamento dos suínos machos – e não apenas das fêmeas, como se sabia – afeta profundamente como os filhotes lidam com estresse, o que interfere no bem-estar desses animais.

Uma série de experimentos realizados na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), em Pirassununga, mostrou que quatro semanas vivendo em celas são suficientes para que os machos tenham filhotes com alterações emocionais ligadas a medo e ansiedade, além de níveis elevados de cortisol na saliva quando expostos a desafios.

“Enquanto os óvulos são formados ainda na vida intrauterina da fêmea, os espermatozoides se formam a partir da puberdade e de forma contínua. Os machos, portanto, podem servir como sentinelas do que está acontecendo, dando a possibilidade de intervir para obter leitões com maior bem-estar”, explica Adroaldo José Zanella, professor da FMVZ-USP que coordenou o estudo.

O trabalho integra o projeto “A contribuição do macho para o desenvolvimento de fenótipos robustos e o papel mitigador do bem-estar das fêmeas suínas”, apoiado pela Fapesp e coordenado por Zanella.

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Suínos: como funcionou a pesquisa

Nos experimentos, 138 leitões com 25 dias de vida foram submetidos a testes comportamentais, para avaliar a emocionalidade, e análises de saliva, a fim de verificar níveis de cortisol, um indicador de estresse.

Apenas após a realização dos experimentos foram feitos testes de paternidade para determinar de qual tratamento veio o pai de cada leitão. Isso porque o sêmen dos animais em condições contrastantes foi misturado antes de inseminar as fêmeas, portanto, cada fêmea gestou leitões de vários pais.

Os doadores do sêmen que deu origem aos porquinhos foram submetidos, por quatro semanas, a um de três tipos de tratamento: ficaram em celas em que apenas se levantavam e deitavam, condições de alojamento utilizadas em criações comerciais; em baias individuais, com mais espaço; ou em baias individuais enriquecidas.

Nesta última, recebiam um banho diário e estímulos táteis: eram escovados diariamente e tinham acesso a feno para mastigar ou se deitar. Alimentação e disponibilidade de água foram iguais para todos os tratamentos.

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Os pesquisadores demonstraram que as condições de alojamento dos pais influenciaram os comportamentos da prole. Em todos os testes comportamentais, filhotes dos machos suínos criados nas celas apresentaram modificações nos estados emocionais indicativos de ansiedade e medo.

Testes de saliva mostraram, ainda, um aumento dos níveis de cortisol após a aplicação dos testes comportamentais nos filhotes dos machos criados em celas e baias. Nos leitões cujos pais viveram em baias enriquecidas não houve diferença nas medições antes e depois dos testes.

Os resultados são condizentes com outro estudo do grupo, que usou os mesmos animais e tratamentos. No artigo, os pesquisadores mostram que os machos criados nas baias enriquecidas deram origem a mais leitões vivos e que sobreviveram ao primeiro mês de vida.

Além disso, os leitões originados dos machos suínos alojados nas celas tinham uma percepção maior da dor, um indicador de que o ambiente ao qual o pai é exposto alterou a percepção do filho, o que pode influenciar em seu bem-estar.

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Próximos passos

“Estamos realizando outros estudos que mostram que o tipo de tratamento a que os machos são submetidos provoca mudanças epigenéticas [no genoma] que são, possivelmente, transmitidas para os filhotes”, conta Leandro Sabei, primeiro autor do artigo, realizado durante doutorado na FMVZ-USP.

Em um estudo anterior do grupo, os pesquisadores demonstraram que o tipo de confinamento influencia a própria fisiologia dos testículos dos adultos.

“Nos suínos criados em celas, ocorre o princípio de uma degeneração testicular. O sêmen fica mais aglutinado e a temperatura do testículo mais alta, o que pode comprometer a fertilidade”, complementa Thiago Bernardino de Almeida, primeiro autor daquele trabalho e coautor do atual, ambos realizados durante seu doutorado com bolsa da Fapesp.

Em outro estudo proveniente do mesmo projeto, o grupo demonstrou como o ambiente de gestação das fêmeas afeta o desenvolvimento do cérebro dos leitões.

Outra publicação dos pesquisadores mostrou como cinco dias em celas durante o período após o cio causa estresse e interfere na microbiota vaginal das fêmeas, o que pode afetar a absorção de nutrientes e a proteção contra doenças nos filhotes.

“Nossos trabalhos já estão influenciando nas decisões de criadores de reprodutores, que estão vendo que o maior bem-estar aumenta a produtividade e os lucros. O objetivo agora é realizar estudos ainda mais robustos de todas as fases da vida dos animais, além de oferecer o modelo suíno para estudos relevantes a humanos”, encerra Zanella.

O Ligados & Integrados está na tela do Canal Rural de segunda a quinta-feira às 11h45 e sexta-feira às 11h30.

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