Salvando espécies em extinção com inseminação artificial: o estudo inovador da Unesp

Um estudo inédito realizado pela Unesp em parceria com a Embrapa pode ser a solução para salvar espécies ameaçadas de extinção em todo o mundo. A técnica de inseminação artificial transcervical em cervídeos desenvolvida pelos pesquisadores apresenta resultados promissores, sendo mais segura, eficiente e menos invasiva do que os métodos tradicionais.

Contribuição para a conservação da fauna

Publicado na renomada revista científica Nature Research, o estudo demonstrou uma eficácia de 50% em veados-catingueiros, uma porcentagem considerada excelente pelos especialistas. Essa nova técnica promete ser uma ferramenta fundamental na conservação das espécies, permitindo a reprodução assistida e o aumento populacional, além de contribuir para programas de reintrodução ao meio ambiente.

Desafios e perspectivas

Apesar dos resultados animadores, o método desenvolvido pela Unesp enfrentou desafios em relação à anatomia cervical dos cervídeos. A adaptação da técnica, com instrumentos cirúrgicos e procedimentos específicos para cada espécie, foi essencial para o sucesso do estudo e sua aplicação em veados-catingueiros, uma espécie modelo inicialmente, mas já em expansão para outras espécies mais ameaçadas.

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Técnica inovadora de inseminação artificial transcervical

A pesquisa desenvolvida pela Unesp em parceria com a Embrapa resultou em uma técnica revolucionária de inseminação artificial transcervical em cervídeos. Esse método, mais seguro e menos invasivo, apresentou uma eficácia de 50%, superando a laparoscopia, que possui apenas 30% de eficácia.

Adaptação da técnica para espécies ameaçadas

Com resultados promissores em veados-catingueiros, a equipe está expandindo os estudos para outras espécies de cervídeos mais ameaçadas, como o veado-mateiro-pequeno e o veado-campeiro. A técnica desenvolvida permite o intercâmbio de material genético entre populações em cativeiro e vida livre, contribuindo para a conservação da fauna.

Desafios e avanços na pesquisa

A adaptação da técnica para cervídeos exigiu modificações nos instrumentos utilizados, devido às diferenças anatômicas entre cervídeos e ovinos. Além disso, a anatomia cervical complexa dos cervídeos representou um desafio superado pela equipe, que desenvolveu métodos para facilitar a deposição do sêmen no útero desses animais.

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Conclusão

Em conclusão, o estudo realizado pela Unesp em parceria com a Embrapa apresenta uma importante e inovadora técnica de inseminação artificial transcervical em cervídeos, que pode ser crucial para a conservação de espécies ameaçadas de extinção. A abordagem menos invasiva e mais eficiente desenvolvida pelos pesquisadores se mostrou altamente eficaz, com resultados promissores, como a eficácia de 50% obtida no teste com veados-catingueiros.

Além disso, o impacto positivo que essa técnica pode ter na reprodução de espécies em cativeiro e seu potencial para programas de reintrodução e aumento populacional são muito significativos. Com a adaptação e aplicação em outras espécies, incluindo aquelas mais ameaçadas, essa metodologia pode ser uma valiosa ferramenta para a preservação da biodiversidade e a proteção de animais em risco.

Portanto, os avanços alcançados por esse estudo abrem portas para a utilização de biotecnologias na conservação da fauna e representam um passo importante na proteção e recuperação de espécies vulneráveis. O desenvolvimento contínuo e a aplicação dessa técnica em diferentes contextos ecoam um chamado para a atenção e preocupação com a preservação da vida selvagem em todo o mundo.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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O avanço da técnica de inseminação artificial transcervical em cervídeos

Um estudo inédito realizado por pesquisadores da Unesp de Jaboticabal (SP) em parceria com a Embrapa pode ser crucial para a conservação de espécies ameaçadas de extinção em todo o mundo.

FAQs

1. Qual foi o resultado da pesquisa realizada pela Unesp?

O estudo desenvolveu uma técnica de inseminação artificial transcervical em cervídeos, que se mostrou mais segura, eficiente e menos invasiva para a reprodução de espécies, com uma eficácia de 50%.

2. Como essa técnica se diferencia da laparoscopia?

A laparoscopia, método comumente utilizado, apresenta eficácia de cerca de 30% e é mais invasiva, aumentando o risco de morte dos animais devido a complicações pós-operatórias.

3. Em que consiste a técnica de inseminação artificial transcervical?

No procedimento, as fêmeas são sedadas e um instrumento é utilizado para facilitar a deposição do sêmen por meio de pipetas, sem a necessidade de anestesia geral ou incisões abdominais.

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4. Por que os veados-catingueiros foram escolhidos como modelo para o estudo?

A espécie foi selecionada por ser abundantemente disponível, pouco vulnerável e servir como um modelo para desenvolver a técnica, que agora está sendo adaptada para outras espécies mais ameaçadas.

5. Qual é a importância das biotecnologias da reprodução para a conservação da fauna?

As tecnologias oferecem métodos seguros e eficazes para a reprodução de espécies ameaçadas, permitindo o aumento populacional e contribuindo para programas de reintrodução ao meio ambiente.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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Veados-catingueiros foram modelo para estudo da Unesp em Jaboticabal, SP, que desenvolveu técnica de inseminação artificial em animais — Foto: José Maurício Barbanti/Unesp

Um estudo inédito realizado por pesquisadores da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Jaboticabal (SP) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pode ser o caminho para salvar espécies ameaçadas de extinção em todo o mundo.

Isso porque, a partir da inseminação artificial transcervical em cervídeos, a equipe liderada pelo professor José Maurício Barbanti desenvolveu um método mais seguro, mais eficiente e menos invasivo para a reprodução de espécies.

A pesquisa foi realizada pelo Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da FCAV e publicada na revista científica Nature Research, uma das mais importantes da atualidade.

A técnica foi testada em cerca de 20 veados-catingueiros e apresentou 50% de eficácia, porcentagem considerada excelente pelos pesquisadores.

Técnica foi testada em cerca de 20 veados-catingueiros e apresentou 50% de eficácia — Foto: José Maurício Barbanti/Unesp

Para se ter uma ideia, a laparoscopia, método mais utilizado para inseminação artificial de animais silvestres, tem eficácia de cerca de 30%. No procedimento, o animal recebe anestesia geral inalatória e tem o abdômen cortado e a cavidade abdominal insuflada com gás carbônico.

“Laparoscopia é uma técnica bastante invasiva, porque tem de virar o animal praticamente de ponta-cabeça, onde for insuflar o abdômen dele. Quando você insufla o abdômen, ele regurgita muito o rúmen [primeiro compartimento do estômago do animal]. Por mais que você faça algum jejum, não consegue tirar todo o líquido dali, então o bicho regurgita muito, dá depressão respiratória, então tem uma série de problemas com a laparoscopia”, diz Barbanti.

Segundo ele, a laparoscopia ainda aumenta o risco de morte de animais.

“Quando voltam da anestesia, muitos animais acabam aspirando o conteúdo ruminal e isso dá uma pneumonia e essa pneumonia, muitas vezes, leva à morte. Já chegamos a perder alguns indivíduos com essa técnica de laparoscopia. Ela é segura, mas existem problemas”.

Por isso que o método de inseminação artificial transcervical desenvolvido pela Unesp é tão importante. Na técnica, a fêmea é sedada e é utilizado um instrumento para afastar as paredes da vagina, facilitando a deposição do sêmen por meio de pipetas.

Com os resultados animadores alcançados, outros estudos serão desenvolvidos para aplicação e adaptação do método em outras espécies ameaçadas, diz a médica veterinária Gabriella Saloni Duarte, doutoranda pelo Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos (Nupecce) da FCAV.

“As biotecnologias da reprodução tornam-se cada vez mais úteis para a conservação da fauna. A reprodução de espécies em cativeiro, por meio de reprodução assistida, pode auxiliar o aumento populacional e o encaminhamento para programas de reintrodução ou acréscimo de espécies ao meio ambiente”.

Veado-catingueiro é uma das 8 espécies de cervídeos encontradas no território brasileiro — Foto: Divulgação/Uece

Ainda segundo Gabriella, as tecnologias de reprodução assistida possibilitam o intercâmbio de material genético entre populações de cativeiro e vida livre, evitando a depressão endogâmica e a perda de material genético nas pequenas populações, além de reduzir os riscos de translocação de animais para fins reprodutivos, permitindo a união de casais que apresentem incompatibilidade sexual.

“Os resultados alcançados são de suma importância para que agora se adapte a técnica para espécies ameaçadas. Um novo estudo vem sendo desenvolvido no Nupecce adaptando a técnica para cervo-do-pantanal, espécie ameaçada de extinção e que apresenta novos desafios”.

Novo estudo do Nupecce vai adaptar técnica de inseminação artificial para cervo-do-pantanal, espécie ameaçada de extinção — Foto: Michele Gimenes

Método é adaptação de técnica já utilizada

O novo método desenvolvido por pesquisadores da Unesp é uma adaptação da técnica de inseminação artificial transcervical já utilizada em caprinos e ovinos.

A diferença, explica Gabriella, está principalmente na contenção química utilizada em cervídeos.

“A contenção química também difere da de ovinos, onde os animais passam apenas por uma tranquilização, ficando em estação com bloqueio epidural, o que é inviável em cervídeos, pois, além da alta sensibilidade ao estresse, podem vir a óbito caso encerrem o procedimento sem os movimentos pélvicos”.

Apesar da semelhança anatômica entre cervídeos e ovinos, as dimensões são diferentes e a equipe também precisou adaptar instrumentos utilizados no procedimento.

“Cervídeos apresentam uma vagina bem mais estreita que a dos ovinos e muito mais longa. Logo, foram desenvolvidos instrumentais cirúrgicos adaptados para as espécies: espéculos, pinças pozzis, pipetas de inseminação, pinça de fixação cervical e protocolos anestésicos e analgesia”.

Segundo a veterinária, também há diferença no posicionamento do animal para o procedimento.

“Ovinos ficam em estação e cervídeos recebem contenção química e ficam em decúbito esternal, com membros pélvicos flexionados”.

Técnica de inseminação artificial desenvolvida pela Unesp em Jaboticabal, SP, é compatível com a anatomia do animal — Foto: José Maurício Barbanti/Unesp

A anatomia cervical de cervídeos, explica Gabriella, foi um dos maiores obstáculos para que o estudo pudesse apresentar resultados satisfatórios.

“A técnica de inseminação artificial via transcervical não era aplicada, pois a anatomia cervical destas espécies apresentam alguns desafios. A cérvix é a porção final da vagina e, nestas espécies, apresenta diversos anéis cervicais desalinhados, tortuosos e com dimensões reduzidas, sendo o maior obstáculo para viabilizar a inseminação artificial transcervical”.

O método desenvolvido pelos pesquisadores da Unesp faz a fixação e tração cervical por meio de pinças para alinhar os anéis cervicais, facilitando a transposição e a deposição do sêmen no útero.

Ainda segundo a veterinária, o estudo se concentrou em veados-catingueiros porque a espécie é classificada com risco de extinção pouco preocupante pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês).

Além disso, é uma das mais abundantes tanto na natureza quanto no cativeiro, e tem ampla distribuição na América do Sul.

“Geralmente, se preconiza utilizar uma espécie abundante e pouco vulnerável inicialmente, para que, posteriormente, após a validação da técnica, possa se aplicar em espécies ameaçadas, oferendo assim, menor risco a estas. Isso faz com que tais espécies possam servir como modelo experimental para estudos reprodutivos, que poderão ser aplicados futuramente em espécies com algum grau de ameaça e que não permitem um manejo tão intenso”.

Veado-catingueiro foi utilizado como modelo experimental para estudo que pode ser aplicado futuramente em espécies ameaçadas de extinção — Foto: José Maurício Barbanti/Unesp

Apesar de ter começado com veados-catingueiros, o estudo já abrange outras espécies de cervídeos mais ameaçadas, diz Barbanti.

“O projeto inicial foi feito com o veado-catingueiro, mas hoje a gente já está usando pra veado-mateiro-pequeno, veado-campeiro, que são espécies bem mais ameaçadas, bem mais sensíveis. A técnica foi estabelecida com o veado-catingueiro como uma espécie modelo e hoje já transferida para espécies ameaçadas”.

Técnica desenvolvida pelos pesquisadores da Unesp em Jaboticabal (SP) faz a fixação e tração cervical por meio de pinças para alinhar os anéis cervicais — Foto: José Maurício Barbanti/Unesp

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