exportações crescem mas preços internos ainda são desafio para produtor

exportações crescem mas preços internos ainda são desafio para produtor

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No primeiro trimestre de 2023, o setor de suínos brasileiro registou um crescimento moderado face ao mesmo período do ano anteriorsegundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Foram abatidos 14,14 milhões de suínos, totalizando cerca de 1,29 milhão de toneladas de carcaças. Este aumento representou apenas 3,55% em toneladas em relação ao primeiro trimestre de 2022, e 1,27% em relação ao último trimestre do ano passado.

“Esses números mostram uma desaceleração no crescimento da produção em relação aos períodos anteriores. No primeiro trimestre de 2022, o aumento havia sido de 6,9% em relação ao mesmo período de 2021, e o ano passado fechou com crescimento de 5,41% em relação ao ano anterior”, destaca Iuri Pinheiro Machado, consultor de mercado da ABC.

carne suína: exportação

Um fator que tem contribuído para o equilíbrio do mercado interno é a bom desempenho de exportação.

No quadrimestre deste ano, foram embarcadas 43,5 mil toneladas de carne suína in natura, a mais do que no mesmo período do ano passado. Essas exportações estão ajudando a “secar” o mercado interno, já que, enquanto a produção no primeiro trimestre teve aumento de 3,55% em relação ao mesmo período do ano passado, a disponibilidade interna cresceu apenas 1,18%, representando um aumento de 12,2 mil toneladas.

Porém, mesmo diante desse cenário de desaceleração do crescimento da produção e da disponibilidade interna, os preços da carne suína não aumentaram como esperado pelos produtores.

Embora tenha havido um aumento em relação ao início do ano passado, os preços ainda estão abaixo do esperado. Em fevereiro deste ano, alguns produtores chegaram a receber mais de 8 reais o quilo vivo em alguns mercados, mas em março e abril houve queda nos preços pagos aos produtores, que só se reverteu em meados de maio.

citações

Foto: Seara

Um fator que influencia na queda do preço da carne suína é a redução do preço do boi gordo, que reduz a diferença de preço entre a carne suína e a bovina. A discrepância entre as carnes caiu de 160% nos primeiros cinco meses de 2022 para 81% neste ano.

“Com a queda do preço do boi e a expectativa de maior abate de animais neste ano, a proteína bovina volta a competir em preço com a suína, dificultando uma reação positiva nos preços pagos aos suinocultores”, diz Machado.

Redução de preço

No entanto, uma boa notícia para os suinocultores é redução nos custos de produção de ração. Com a aproximação da colheita de uma segunda safra muito grande de milho, além de uma safra recorde de soja, os preços do farelo de soja e do milho caíram significativamente nos meses de abril e maio de 2023. Essa redução no custo da ração é uma vantagem para os produtores, pois contribui para melhorar a margem de lucro.

Diante desse cenário, o setor de suinocultura no Brasil enfrenta desafios para manter a rentabilidade e impulsionar o crescimento da produção.

“Enquanto as exportações seguem em ritmo favorável, o mercado interno tem tido dificuldades em elevar os preços aos produtores. A redução dos custos com alimentação é uma boa notícia, mas é necessário um monitoramento constante das condições de mercado e uma gestão eficiente para garantir a sustentabilidade da atividade suinícola”, reitera Machado.

Canal Rural