Já é tradição em qualquer comemoração brindar com espumante para comemorar uma conquista, uma vitória ou a realização de um sonho. Mas a história dessa bebida onipresente em qualquer festa e evento começou há muitos anos, na França, no século XVII, na região de Champagne. A região já produzia vinhos tranquilos. Neste período, os vinhos eram comercializados em barricas e, por isso, tendiam a ser efervescentes, o que dificultava o seu transporte para locais mais distantes e a sua conservação. Assim, em 1680, com a criação das garrafas pelos ingleses, ficou mais fácil comercializar o vinho.
No entanto, os vinhos Champagne passaram por uma segunda fermentação na garrafa, pressurizando e fazendo com que as rolhas fossem jogadas para longe, além de explodir as garrafas. O monge Benedict Don Pérignon estava encarregado dos vinhos e teve uma ideia para resolver o problema: reforçar as garrafas. Conta-se que, ao abrir uma garrafa com rolha, ficou tão impressionado com a espuma que disse que estava bebendo estrelas. “No início, o espumante era uma bebida muito doce, que até alguns ingleses, os principais consumidores da época, não gostavam, por isso houve algumas mudanças na produção e na criação da denominação brut, além de uma mudança no armazenamento temperatura”, explica Ricardo Henriques, enólogo da rio sol.
O método de produção do espumante ficou conhecido como Champenoise, e tornou-se famoso em todo o mundo. No século 19, a bebida ganhou o status que tem até hoje e se tornou um símbolo de elegância. “A única diferença entre champanhe e espumante é o local de produção, já que o champanhe só é produzido na região de Champagne, na França”, aponta Henriques. No Brasil, a produção de espumantes teve início em 1913, no Rio Grande do Sul. Apesar de ser uma bebida que tem forte ligação com festas e eventos, o espumante combina perfeitamente com outras ocasiões mais descontraídas, e tem sido visto cada vez com mais frequência em diversos lugares.
Pela quantidade certa de acidez presente na bebida, o espumante acaba sendo uma bebida versátil que pode ser consumida tanto como acompanhamento quanto sozinho, e acompanha bem pratos leves ou mesmo os mais elaborados. “Por ter um teor alcoólico moderado, ser leve no palato, ter um perfil frutado e ser servida fresca, é uma bebida apreciada por consumidores de diferentes idades e gostos porque é de fácil aceitação”, sublinha Henriques. O espumante Brut é a coringa se a ideia é um drink para harmonizar com diversos pratos. Já o demi-sec vai bem com aperitivos, enquanto o doce espumante harmoniza com frutas e chocolates.
Apesar de também ser uma bebida sempre relacionada com o verão por ser servida a baixas temperaturas, o espumante também pode ser apreciado em dias mais frios. Nesse caso, o ideal é optar por espumantes mais encorpados. E para quem não abre mão de aproveitar a bebida extremamente gelada no verão, uma técnica que pode parecer improvável para alguns pode ajudar a manter a bebida gelada, que é colocar gelo na taça do espumante. “Essa técnica virou tendência no verão europeu, porém, para colocar gelo na taça do espumante, é preciso que seja um vinho com sabor mais intenso, para evitar que fique muito aguado”, diz Henriques.
A taça mais indicada para apreciar um espumante e que preserva as bolhas presentes na bebida é a taça tipo flute, que é mais alongada e com boca estreita. A haste do copo deve ser longa o suficiente para segurar o copo e evitar que a bebida esquente. E a tradição de sacudir o espumante antes de abri-lo não é indicada, pois isso pode prejudicar o sabor da bebida, além de perder parte do líquido que está na garrafa. “Seja na praia com os amigos ou sozinho em casa assistindo a um filme, fato é que o consumo de espumante não deve ser apenas para grandes comemorações, pois é uma bebida que pode ser apreciada de diversas formas e vai bem em diversas ocasiões. ”, finaliza Henriques.
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(Tatiane Bertolino/Sou Agro)


