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A Revista Roper’s apresentou em sua última edição uma entrevista exclusiva com os candidatos à presidência da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Quarto de Milha (ABQM).
E fazendo parte na corrida eleitoral, conversamos com o candidato Jonatas Dantas Filho, natural de Uiraúna (PB), o criador e empresário cresceu imerso no universo dos cavalos. Influenciado pelo pai, Jonatas Dantas, um vaqueiro apaixonado por cavalo e Vaquejada.
São mais de 30 anos dedicados ao Quarto de Milha sempre inovando a forma de comunicar e ousando com eventos de grande magnitude e movimentando a raça. Além de ser o responsável por levantar a bandeira da segurança jurídica nos esportes equestres.
Confira a entrevista com Jonatas Dantas
Revista Ropers Sport’s: Fale sobre a sua relação e trajetória com a raça Quarto de Milha:
Jonatas Dantas: Desde a infância, sempre fui apaixonado por cavalo. Meu pai competia em vaquejada. E foi depois de um bolão de vaquejada em Xerém, no Rio de Janeiro, que senti que meu destino estava ligado ao Quarto de Milha. Tenho mais de 30 anos de dedicação e trabalho pela raça. Essa paixão pelo cavalo Quarto de Milha foi abençoada quando Deus colocou na minha história um cavalo fora de série, o Roxão. Falo sempre que cavalo é família e amizade, é paixão e respeito, porque vivemos isso em nossa casa. A gente tinha uma ligação muito forte, até espiritual eu diria, com o Roxão. Minhas filhas, cresceram no mundo do cavalo, competindo e compartilhando essa paixão pela raça. Outra satisfação que tenho nessa trajetória é a união que as pessoas do Quarto de Milha mostraram na mobilização em Brasília, em defesa da Emenda Constitucional dos Esportes Equestres. Para ser forte, a gente precisa estar unido. Mas nossa batalha pela segurança jurídica ainda não terminou. O ativismo está no STF, querendo derrubar nosso direito, e nós temos de continuar unidos para fazer valer o que conquistamos no Congresso.
RS: Por que você decidiu se candidatar à presidência da ABQM?
Jonatas Dantas: Pra mim, a pergunta não é por quê. Mas para quê? Pra gente não perder as conquistas que teve. Não podemos voltar atrás na segurança jurídica que conseguimos com a Emenda Constitucional. O ativismo já foi para cima de várias modalidades, a Vaquejada, Três Tambores, Laço, e agora quer até proibir a embocadura no Hipismo. Se a gente não reagir, vão acabar com nossos esportes. Pra reagir, temos de estar unidos, ter cada vez mais estudos técnicos e científicos e fortalecer a entidade. Nossa chapa vai criar a ABQM Jovem e a ABQM Mulher. Queremos manter muita coisa que está dando certo, como o aumento das premiações e do número de associados da ABQM. Mas vamos também melhorar outros pontos, como reduzir custos de inscrições, melhorar a estrutura dos eventos, diminuir burocracia, fazer o aperfeiçoamento constante do APP de Inspeção e simplificar o Stud Book.
RS: Quais são os principais motivos e objetivos que o levaram a querer liderar a Associação?
Jonatas Dantas: O nome da nossa chapa já diz o que motivou o nosso time: União e Segurança. Sem União não vamos manter a Segurança Jurídica que conquistamos. E sem Segurança não tem União, não tem pista, não tem planejamento, não tem o investimento que precisamos. É preciso reconhecer o trabalho que foi feito nos últimos 4 anos. Temos uma entidade mais forte, que fez o dever de casa e está com a saúde financeira em dia. O cavalo e a ABQM não pararam na pandemia. Ao contrário, ganhamos mais associados, crescemos. Mas isso aconteceu porque teve uma gestão profissional, de pessoas com experiência e competência. Não existe mais nenhum benefício ou ajuda para diretores. Eu paguei do meu bolso todas as viagens para Brasília, hotel, passagem e alimentação, para defender o cavalo. Esse orçamento, que existia para a diretoria em outras gestões, agora vai todo para o cavalo, para a pista, para os eventos. A gente não quer que a entidade seja usada para atender interesses particulares, como já aconteceu num passado nem tão distante. Queremos fazer uma gestão em prol dos associados, pelo bem do cavalo Quarto de Milha: esse é o compromisso da chapa União e Segurança.
RS: Como suas experiências e habilidades o qualificam para este cargo tão importante?
Jonatas Dantas: Estamos num momento muito importante: ou trabalhamos para confirmar e garantir os avanços que tivemos, ou corremos o risco de perder muito do que já conquistamos. O ativismo está sempre pronto para atacar nossos esportes. E sempre tem quem queira usar a ABQM para fins particulares. Por isso, não falo de mim. Falo de nós, de todo o time de vice-presidentes, de conselheiros e de pessoas que estão juntas nessa caminhada. Olhem a história e o trabalho dessas pessoas. Todas estão abrindo mão do tempo em que deveriam estar com a família ou nos seus negócios para fazer uma ABQM unida e forte, com segurança para todo mundo ligado ao cavalo. São pessoas que já mostraram sua competência e dedicação. Compare a trajetória de cada um. Veja onde cada um estava e o que fez nas duas maiores crises do Quarto de Milha. Onde estavam na luta contra o ativismo e pela emenda constitucional dos esportes equestres? Nós estávamos em Brasília. E na pandemia, que paralisou muitas atividades no Brasil? Se avançamos nesse período, foi porque teve planejamento, trabalho, competência e união. Para construir o futuro da ABQM, é importante ver o passado de cada um, conhecer a história de cada um em prol do cavalo.
RS: Quais são suas principais propostas para impulsionar o crescimento da raça Quarto de Milha no Brasil?
Jonatas Dantas: Eu não tenho dúvidas de que na hora que conseguirmos vencer o ativismo no STF e mostrar que ninguém derruba mais os esportes equestres, vamos dar um salto muito grande na raça Quarto de Milha. Eu te pergunto: sem segurança jurídica, quem vai investir, planejar e competir? Como você vai para um evento, ou uma prova, se não sabe se ela vai acontecer por culpa dos ativistas? Nosso programa de gestão prevê a ampliação do Departamento Jurídico e a elaboração de estudos técnicos e científicos que mostrem a verdade sobre os esportes. Temos de nos antecipar aos ativistas. Agora mesmo, no Hipismo, tinha um estudo, publicado em universidade, mostrando que a embocadura não faz mal ao cavalo. Se não tivesse esse estudo, seria mais fácil para os ativistas suspenderem as provas. Temos de combater as falsas acusações e vencer o ativismo com estudos técnicos que provem a verdade do que acontece nos nossos esportes. Queremos melhorar muito a estrutura dos eventos e as condições de quem vai competir. Vamos aumentar as premiações para mais colocações, como forma de incentivar mais competidores. E vamos reduzir custos de inscrições. Aliás, isso já começou agora, no Potro do Futuro, em Araçatuba.
RS: Como você vê atualmente o mercado do cavalo Quarto de Milha no país?
Jonatas Dantas: Está em ascensão e acredito que o Quarto de Milha tem tudo para viver uma época de ouro. Os números da ABQM indicam isso. Ganhamos 10 mil novos sócios em quatro anos. Passamos de 35 mil para 45 mil sócios. Quem consegue crescer 30% em quatro anos se não tiver um mercado favorável? Temos mais competidores do que antes. Muitas modalidades estão tendo um crescimento expressivo. É o que vemos hoje no Ranch Sorting, Apartação, nos Laços, Balizas, Tambores. Os esportes equestres cresceram e vão crescer mais ainda. E tem outros dados importantes. Primeiro, o Quarto de Milha está no Brasil todo, em todos os Estados. Tem mercado nacional e até internacional, com presença nos países vizinhos. Outro dado é que temos quase 50 mil animais cujos proprietários e criadores têm até 10 cavalos. Ou seja, um potencial muito grande para dobrarmos de tamanho num curto espaço de tempo. E essa raça tem o principal: quem conhece e trabalha com o Quarto de Milha se apaixona.
RS: Quais são as oportunidades e desafios que você identifica?
Jonatas Dantas: Nosso maior desafio é garantir a segurança jurídica. Por isso, vamos ampliar o Departamento Jurídico da ABQM, para enfrentar o ativismo e garantir, com estudos técnicos e científicos, os esportes do cavalo. A gente tem de lembrar que fomos impedidos de realizar todas as provas em Bauru, Avaré e Londrina. Que Governador Valadares, em Minas, ficou cinco anos proibida de realizar uma vaquejada. Que o Nordeste sofreu o que sofreu com tanta perseguição às vaquejadas. Precisamos de uma ABQM que lute contra isso.
A principal oportunidade é profissionalizar os eventos cada vez mais. Vamos melhorar a estrutura: os acessos, alimentação, atividades, recursos de água e luz, banheiros. Precisamos estudar investimentos em estruturas de alvenaria em alguns centros das modalidades. Vamos focar cada vez mais no bem-estar dos associados, dos convidados e do cavalo.
E vamos continuar a incentivar as modalidades. O fomento para as associações saiu de menos de R$ 20 mil para R$ 120 mil para cada uma. Tinha associação de modalidade que não recebia nada. E hoje recebe R$ 120 mil de fomento a provas oficializadas. Então, o crescimento que tivemos não foi por acaso. Foi por paixão, mas também por trabalho e incentivo.
No sábado, você, leitor, poderá conferir a segunda parte desta entrevista.
Por Verônica Formigoni e Natália de Oliveira/Revista Roper’s Sports
Fotos: Divulgação
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