Em seis meses, choveu mais que o esperado para o ano todo na região do Pantanal em MS

Em seis meses, choveu mais que o esperado para o ano todo na região do Pantanal em MS

No primeiro semestre de 2023, o município de Corumbá, que concentra a maior parte do Pantanal sul-mato-grossense (60%), registrou precipitação acumulada de 1.046 milímetros – volume 13% superior à média histórica anual, que é de 921 milímetros. milímetros.

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Em Aquidauana e Miranda – municípios também localizados na planície pantaneira – a precipitação acumulada superou em muito a média do semestre; e na região de São Gabriel do Oeste, Coxim, Rio Verde, que fazem fronteira e abrigam importantes rios subsidiários do Pantanal, as chuvas também foram abundantes.

Os dados estão no Análise Meteorológica elaborado pela equipe técnica do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e Clima), órgão vinculado à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), com informações registradas pelo Inpe (Instituto Nacional e Pesquisas Espaciais), Cemaden ( Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e por estações meteorológicas próprias da Semadesc.

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Em todos os municípios monitorados, a precipitação acumulada superou a média histórica do semestre. Em Campo Grande, o índice pluviométrico foi de 1.191,8 milímetros entre 1º de janeiro e 30 de junho, o que representa 47,5% acima da média histórica para o período. Em grande parte do estado a precipitação acumulada ficou entre 800 e 1.400 milímetros.

As cheias que podem ser observadas no Pantanal estão diretamente ligadas à quantidade de chuvas na região. Não é pelo transbordamento do rio Paraguai, que ainda permanece em sua calha natural, observa o professor Carlos Roberto Padovani, pesquisador da Embrapa Pantanal. “As chuvas que ocorrem no planalto, na região onde o rio Paraguai encontra os rios Cuiabá e São Loureço, são o que influenciam a enchente no Pantanal causada pelo transbordamento do rio Paraguai”estresses.

Segundo Padovani, o nível do rio Paraguai já está baixando na região do planalto, o que pressupõe que não haverá transbordamento este ano.

Mesmo assim, a enchente provocada pelas chuvas interrompe um período crítico de baixa pluviosidade que teve como principal consequência as queimadas ocorridas em 2019 e 2020 quando o Pantanal queimou e teve parte substancial de sua área consumida pelo fogo.

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Neste ano, apesar da seca que já começou e vai continuar durante todo o inverno – com chuvas esparsas – o risco de incêndios de grande porte no Pantanal é menor.

“Fatores meteorológicos podem atingir condições ideais em meados de julho para ocorrência de incêndios, mas fatores climáticos são desfavoráveis, como chuvas acima da média que causaram alagamentos na planície”pondera o pesquisador do Cemtec/MS Vinicius Sperling.

Carlos Padovani traz outra preocupação para o debate. “Como as chuvas de janeiro a junho foram acima da média, favoreceu o crescimento da vegetação herbácea e arbustiva e a formação de biomassa, que acaba secando na seca anual de julho, agosto e setembro e favorece as queimadas com maior intensidade”complementa.

Fonte: Ascom Semadesc/Governo do MS

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