Os dois cereais têm janelas e ciclos diferentes de plantio, produtor deve se planejar e garantir sementes.
Ascassez de chuvas afeta plantio no Brasil Central
As condições climáticas adversas entre setembro e outubro no Brasil Central, com escassez de chuvas, atrasaram o início do plantio da soja, colocando em risco a segunda safra. No entanto, o sorgo granífero, de ciclo de cultivo menor e necessidade reduzida de água, surgiu como opção viável após a colheita tardia da soja. A adoção do sorgo como “esteio” pode reduzir consideravelmente o risco do agricultor, proporcionando maior rentabilidade.
Alternativa para reduzir riscos na produção de grãos
O sorgo granífero tornou-se uma opção para os produtores de grãos diante do risco de escassez hídrica ou temperaturas extremas que podem prejudicar o cultivo de milho semeado tardiamente. O sorgo, graças ao avanço tecnológico, está consolidando sua importância no sistema de produção, garantindo rentabilidade ao agricultor e contribuindo para a estabilidade na produção de grãos.
Vantagens da combinacao sorgo e milho
De acordo com Willian Sawa, diretor-executivo da Latina Seeds, a dobradinha de milho e sorgo assegura rentabilidade tanto para a pecuária quanto para a agricultura. O plantio tardiamente da soja abre espaço para a safrinha de milho de alta performance, enquanto o sorgo é uma opção valiosa nos locais com atraso considerável na semeadura da soja.
Atrasos em alguns estados
O plantio da soja atrasou em território brasileiro, elevando a preocupação sobre a possibilidade de comprometimento da segunda safra. As condições climáticas adversas contribuíram para esse cenário, resultando em replantio em algumas áreas, bem como atrasos significativos na semeadura da oleaginosa. No entanto, o cultivo de sorgo grão está em plena expansão, apresentando avanço significativo na área plantada e na produção, em comparação ao ano anterior.
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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Os dois cereais têm janelas e ciclos diferentes de plantio, produtor deve se planejar e garantir sementes.
A escassez de chuvas e/ou precipitações irregulares no Brasil Central entre setembro e outubro foram suficientes para ligar o sinal de alerta entre os produtores brasileiros. Sem condições ideais de cultivo em
sequeiro, muita gente teve de atrasar a entrada da soja (safra de verão), o que, em princípio, poderia comprometer a segunda safra caso se levasse em conta apenas o cultivo do milho. No entanto, a possibilidade de uso do sorgo granífero após a colheita da soja plantada mais tardiamente, pode reduzir sensivelmente este risco, funcionando como uma espécie de “esteio” ou “seguro” para o agricultor, abrindo a possibilidade de maior rentabilidade para todo o sistema.
Como o sorgo tem um ciclo menor de cultivo (alguns necessitam de 20 dias a menos do que o milho) e menos necessidade de água no solo (até metade, dependendo da semente), ele tornou-se opção ao produtor em situações em que o milho, em plantio mais tardio, pode ser comprometido por uma escassez hídrica ou frio intenso (geadas). Isso se consolidou fundamentalmente nas últimas safras graças ao avanço tecnológico da cultura do sorgo no Brasil e também aos cuidados e ajustes de manejo por parte do produtor.
Willian Sawa, diretor-executivo da Latina Seeds (empresa de desenvolvimento, produção e comercialização de sementes de milho e sorgo), avalia as opções e tendências tanto para a pecuária quanto para a agricultura: “Os pecuaristas do Brasil Central estão preocupados em fazer uma boa safra de milho e sorgo para garantir volume suficiente de silagem de planta inteira (volumoso energético) tendo assim o que oferecer ao gado nos meses secos de inverno”.
Já para quem está focado na produção de grãos na safrinha, Sawa, que é uma das lideranças do Movimento + Sorgo, entende que a dobradinha dos cereais tem tudo para assegurar rentabilidade ao agricultor: “As áreas ‘do cedo’ da soja na safra de verão, darão lugar à safrinha de milho de alta performance. Já onde houve atraso considerável na semeadura da soja, o sorgo granífero ou sorgo palhada são as opções”.
Atrasos em alguns estados
Nas últimas semanas foram vários os relatos de atraso na semeadura da soja e alerta para eventual comprometimento da segunda safra, geralmente semeada a partir de janeiro no Brasil Central. Algumas consultorias informaram que ao final de outubro, 40% da área esperada para soja no Brasil havia sido semeada, contra 46% em igual período do ano passado. Em recente entrevista ao “Notícias Agrícolas”, a diretora administrativa da Aprosoja SP (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de São Paulo), Anna Paula Nunes, informou que há um atraso médio de 15 dias na entrada da oleaginosa em terras paulistas. Em Mato Grosso, já existem relatos de replantio de talhões da safra de verão (soja) e certa apreensão quanto à possibilidade da ocorrência de veranicos e episódios de calor extremo nos meses de novembro e dezembro.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o cultivo de sorgo grão está em plena expansão no Brasil. De acordo com boletim datado de setembro de 2023, a área plantada saiu de 1.130.400 ha na safra 21/22 para 1.417.800 ha na safra 22/23, representando um avanço de 25,4%. No mesmo comparativo, a produção teve um desempenho ainda maior (fruto de mais produtividade), saindo de 3.120.400 t para 4.786.800 t, um surpreendente salto de 53,4% em apenas um ano.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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FAQ sobre o plantio de sorgo e milho
O cultivo de milho pode ser comprometido por escassez hídrica?
Sim, em situações de atraso na semeadura ou escassez de água, o milho pode ser comprometido, mas o sorgo granífero pode ser uma opção viável para compensar esses fatores.
Qual é a principal vantagem do cultivo de sorgo em comparação com o milho?
O sorgo tem um ciclo de crescimento menor e requer menos água no solo do que o milho, o que o torna uma opção atraente em condições adversas de plantio.
Como foram os números de produção de sorgo na safra passada?
De acordo com a Conab, a área plantada de sorgo teve um avanço significativo de 25,4% e a produção aumentou em 53,4% em comparação com a safra anterior.
