O Impacto Positivo do Sistema Silvipastoril para a Pecuária
O impacto negativo das mudanças climáticas é um tópico crescente na produção animal. O sistema silvipastoril atua como regulador microclimático nas fazendas, com o potencial de aliviar o efeito do ambiente térmico incidente sobre os animais criados a pasto. Além disso, auxilia na diminuição das emissões de gases de efeito estufa, promove a biodiversidade e o uso eficiente da terra, com agregação de valor e renda para as áreas de pastagens. Mas, apesar dos benefícios, a adoção desse sistema ainda enfrenta obstáculos no Brasil.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Diferença Entre Arborização de Pastagens e Sistema Silvipastoril
Existem duas formas de integrar árvores à pastagem: arborização de pastagens e sistema silvipastoril. Enquanto a arborização de pastagens foca no sombreamento para o conforto térmico dos animais de forma mais informal, o sistema silvipastoril é um plantio planejado que busca não apenas o sombreamento, mas também a melhoria qualitativa das pastagens e o uso da madeira de forma sustentável. A escolha entre os dois depende da finalidade e do manejo adequado das espécies arbóreas.
Benefícios do Sistema Silvipastoril para a Saúde Animal
O sistema silvipastoril proporciona diversos benefícios para a saúde e bem-estar dos animais criados a pasto. Além de reduzir a carga térmica e oferecer sombreamento de qualidade, contribuindo para o comportamento natural dos animais, ele também melhora a produtividade, reduzindo comportamentos agonísticos e promovendo uma interação mais tranquila entre os animais e os humanos. No entanto, apesar das vantagens, a adoção desse sistema ainda é limitada no Brasil devido a preconceitos e falta de conhecimento.
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Auxílio no conforto térmico e no comportamento dos animais
O sistema silvipastoril traz benefícios significativos para a saúde e bem-estar dos animais, impactando diretamente na produtividade. Com a redução da carga térmica e o sombreamento de qualidade, os animais apresentam menos comportamentos agonísticos, como disputas e cabeçadas, e uma maior expressão de comportamentos naturais, como a agregação social entre os animais. Isso resulta em uma relação mais calma entre humanos e animais, reduzindo o estresse e facilitando o manejo dos animais, o que leva a níveis mais altos de bem-estar animal.
Tecnologia
A sensação de conforto é crucial para o bem-estar animal na pecuária, seja de leite ou de corte, uma vez que influencia diretamente na produção. O hormônio do estresse, cortisol, pode afetar a produção de leite nas vacas e comprometer a qualidade dos produtos pecuários. Assim, pesquisas buscam monitorar o ambiente para garantir condições ideais. Um método inovador chamado ADEF (Autonomous Data logger to measure Environmental Factors) foi desenvolvido por pesquisadores da UFPR, utilizando sensores simples para monitorar temperatura e umidade, viabilizando a análise do conforto térmico dos animais.
Sistema ADEF
O ADEF é uma solução de baixo custo, composta por componentes independentes que medem variáveis ambientais de forma eficiente e precisa. Com a capacidade de operar de maneira autônoma, o sistema fornece dados detalhados, permitindo avaliar o impacto do ambiente térmico no conforto e comportamento dos animais, como no caso das vacas leiteiras. A possibilidade de comerciar o sistema em larga escala está presente, contudo, adaptar o projeto para uma interface mais acessível é necessário para ampliar sua utilização.
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Benefícios do Sistema Silvipastoril para os Animais e o Meio Ambiente
Considerações sobre o Futuro do Sistema Silvipastoril
O sistema silvipastoril apresenta inúmeras vantagens, tanto para os animais quanto para o meio ambiente, e seu potencial de impacto positivo é significativo. A partir da implementação adequada desse sistema, é possível observar melhorias no conforto térmico e no comportamento dos animais, resultando em maior produtividade e bem-estar.
É crucial destacar que, apesar dos benefícios evidentes do sistema silvipastoril, ainda há uma necessidade de ampliar sua adoção e conscientizar os produtores sobre as vantagens que essa prática pode oferecer. O professor Frederico ressalta a importância de enxergar a pecuária a pasto de forma holística, considerando os serviços ecossistêmicos prestados pelas árvores e pelos animais.
O avanço da tecnologia também desempenha um papel fundamental no desenvolvimento e monitoramento do sistema silvipastoril. A criação do sistema ADEF demonstra o potencial de inovação e melhoria contínua nessa área, possibilitando um acompanhamento mais preciso e eficiente das variáveis ambientais que impactam o conforto dos animais.
Diante desse cenário, é fundamental incentivar a pesquisa, a adoção e a evolução do sistema silvipastoril, visando garantir benefícios sustentáveis para a produção animal, a biodiversidade e o meio ambiente como um todo.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Sistema Silvipastoril: Benefícios para os Animais e o Meio Ambiente
O sistema silvipastoril tem sido uma prática cada vez mais relevante na produção animal, atuando como regulador microclimático nas fazendas e proporcionando diversos benefícios ambientais e econômicos. Descubra mais sobre essa técnica inovadora e sustentável.
FAQs sobre o Sistema Silvipastoril
1. Qual a diferença entre arborização de pastagens e sistema silvipastoril?
No sistema silvipastoril, o plantio de árvores é planejado e estruturado, visando não apenas o sombreamento para os animais, mas também a melhoria da qualidade das pastagens e o uso da madeira de forma sustentável. Já a arborização de pastagens consiste em plantar árvores de forma dispersa ou em núcleos, principalmente para o sombreamento dos animais.
2. Como o sistema silvipastoril auxilia no conforto térmico dos animais?
O sistema proporciona sombreamento de qualidade e quantidade, reduzindo a carga térmica sobre os animais e promovendo um ambiente mais confortável. Isso resulta na redução de comportamentos agonísticos e na expressão de comportamentos naturais dos bovinos, contribuindo para o bem-estar e a produtividade dos animais.
3. Por que nem todos os produtores adotam o sistema silvipastoril?
Alguns produtores podem ter preconceitos em relação ao uso de árvores em pastagens, receando competição com a vegetação forrageira ou dificuldades no manejo de maquinários agrícolas. No entanto, experiências bem-sucedidas demonstram os benefícios do sistema silvipastoril para a pecuária e o meio ambiente.
4. Como a tecnologia pode auxiliar no monitoramento do sistema silvipastoril?
O uso de tecnologias como o sistema ADEF (Autonomous Data logger to measure Environmental Factors) permite o monitoramento contínuo e preciso de variáveis ambientais, como temperatura e umidade, contribuindo para a análise do conforto térmico dos animais e a otimização do sistema silvipastoril.
5. Existe a possibilidade de comercialização do sistema ADEF?
O sistema ADEF apresenta potencial para ser comercializado em larga escala, porém, é necessário adaptar o projeto para torná-lo mais acessível e amigável, visando facilitar o uso mesmo para aqueles sem experiência em programação. Isso pode implicar em custos adicionais de desenvolvimento.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
O impacto negativo das mudanças climáticas é um tópico crescente na produção animal. O sistema silvipastoril atua como regulador microclimático nas fazendas, com o potencial de aliviar o efeito do ambiente térmico incidente sobre os animais criados a pasto. Além disso, auxilia na diminuição das emissões de gases de efeito estufa, promove a biodiversidade e o uso eficiente da terra, com agregação de valor e renda para as áreas de pastagens
A presença das árvores na pastagem contribui para geração de diversos serviços ambientais e benefícios econômicos. Mas há diferenças. Segundo Frederico Márcio Corrêa Vieira, professor doutor da UTFPR, Campus Dois Vizinhos, na área de Agronomia/Agrometeorologia, existe o sistema silvipastoril e a arborização de pastagens. “A arborização de pastagens consiste em se plantar árvores, sejam dispersas ou em núcleos (arboretos), visando o sombreamento para o conforto térmico dos animais. Este tipo de disposição arbórea tem sido na sua grande maioria compostas por espécies nativas, com plantio não uniforme. Também muitos pecuaristas aproveitam a presença prévia de árvores para esta finalidade, incrementando com o plantio de outras. Mas não segue uma métrica ou outra utilidade que não seja o sombreamento”. Já no sistema silvipastoril, é o plantio planejado, com a finalidade de sombreamento para o conforto dos animais, a melhoria qualitativa das pastagens e o uso da madeira, dentro das melhores técnicas de manejo silviculturais. “Requer técnica, espaçamento de plantio e a escolha da melhor espécie arbórea dentro da finalidade que se deseja no futuro” explica Frederico.
Para quem quer implementar o sistema silvipastoril, Frederico ressalta que não é preciso ter um espaço grande, mas é importante saber a finalidade. “Os produtores em geral buscam sombra para os animais, mas o sistema é muito mais do que isso. Vale se preocupar com a melhoria da pastagem e também no uso da madeira no futuro. O espaçamento e o tamanho da linha também são importantes. Conheço produtores que tem o sistema silvipastoril em uma área pequena, e muito bem manejado, com ótimos resultados”.
Auxílio no conforto térmico e no comportamento dos animais
O sistema proporciona, ainda, diversos benefícios para a saúde e bem-estar do animal, melhorando a produtividade. O professor Frederico explica que devido à redução da carga térmica, o sombreamento em qualidade e quantidade, os animais reduzem comportamentos agonísticos, isto é, disputas, cabeçadas, dentre outros. Em contrapartida, o sistema auxilia na expressão dos comportamentos naturais dos bovinos, como por exemplo a agregação social entre animais de alta e baixa hierarquia. “Como se tornam mais calmos, a relação humano-animal também é incrementada positivamente, pois o nível de estresse é reduzido e os funcionários conseguem manejar os animais com mais facilidade. Enfim, os animais possuem amplo espaço para escolherem onde estarão e com quais coespecíficos compartilharão este espaço. Isto auxilia na manutenção de ótimos níveis de bem-estar animal”.
Embora muitos produtores adotem o sistema silvipastoril, o número ainda é pequeno diante da dimensão territorial do Brasil e a quantidade de áreas de pastagem subutilizada ou degradadas. Isso acontece, segundo o professor Frederico devido aos muitos preconceitos quanto ao uso de árvores em pastagens, seja por competir e não deixar crescer a pastagem, ou por atrapalhar o manejo de maquinários agrícolas. “A experiência nos mostra o contrário, ou seja, produtores muito bem-sucedidos com sistemas silvipastoris, com áreas grandes ou pequenas, com eucalipto ou outras espécies – incluindo as espécies nativas, tão importantes na restauração ecológica das paisagens paranaenses”
O professor Frederico ressalta que precisamos enxergar a pecuária a pasto como sendo uma rede ecossistêmica, ou seja, árvores realizando serviços ecossistêmicos para animais e pastagens, animais realizando seus serviços de ciclagem de nutrientes para as pastagens e árvores oferecendo sombra de quantidade e qualidade para o conforto térmico dos animais. “No final, os ecossistemas e o clima agradecem. Vale a tentativa e, principalmente, consultar e visitar sistemas já consolidados. Certamente será um grande apoio para quem está inseguro e deseja começar um novo sistema silvipastoril”.
Tecnologia
Na pecuária, seja de leite ou de corte, a sensação de conforto é um fator crucial para o bem-estar animal e é frequentemente objeto de pesquisas devido ao seu impacto direto na produção. O cortisol, conhecido como o hormônio do estresse, pode reduzir a produção de leite nas vacas e comprometer a qualidade dos produtos pecuários, além de aumentar a susceptibilidade dos animais a doenças.
Mas, como monitorar se o ambiente está na temperatura e umidade ideais. Em uma tese premiada pela Capes, os pesquisadores Matheus Deniz e Karolini Tenffen de Sousa, do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da UFPR, desenvolveram um método versátil utilizando sensores simples que viabiliza essa inovação, o ADEF (Autonomous Data logger to measure Environmental Factors). Os testes com o ADEF foram realizados na Estação de Pesquisa em Agroecologia – IDR-Paraná, que em 2009 iniciou a implantação do sistema silvipastoril, totalizando 18 hectares. Segundo Evandro Richter, veterinário do IDR-Paraná e responsável pela produção animal, foram utilizadas espécies nativas e exóticas. “As árvores atendiam os critérios estabelecidos para escolha das espécies, ou seja, deveriam ser leguminosas, de crescimento rápido, com boa formação de copa, e com possibilidade de fornecimento de produtos madeiráveis. Além da implantação do componente florestal, participamos de um estudo financiado pelo CNPQ e comandado pelo professor Frederico sobre o uso de espécies de bambu para implantação de um sistema silvipastoril em uma área de quatro hectares da Estação e se comprovou a viabilidade da espécie Oldhamil para o sistema na região centro-sul do Paraná” explica Evandro.
Sistema ADEF
Para Karolini Tenffen é importante ter o monitoramento contínuo, detalhado e o ADEF proporciona isso. “Com sua capacidade de operar de maneira independente, o sistema permite a mensuração de um grande volume de dados de forma eficiente e sem intervenção humana”.
Ainda de acordo com Karolini, o sistema é composto por componentes de baixo custo com controle baseado em um microcontrolador, programado por software de código aberto, que medem simultaneamente variáveis ambientais. “O ADEF mede de forma autônoma e precisa a temperatura do ar, a umidade, a temperatura de uma massa, que em nossas pesquisas utilizamos para coletar temperatura de solo e a temperatura de globo negro, para determinar indicadores de conforto térmico para o gado”.
O sistema foi criado, conforme explica Karolini, porque eles precisavam de uma solução barata e eficiente para coletar dados microclimáticos. “Nosso objetivo principal com o ADEF foi avaliar como o ambiente térmico afeta o conforto e comportamento das vacas leiteiras.
Existe a possibilidade de comercializar o sistema ADEF em larga escala, mas Karolini reforça que o projeto precisa ser adaptado para que o equipamento fique mais fácil de usar, mesmo para quem não entende nada de programação. “Isso provavelmente vai exigir uma interface mais amigável, o que pode aumentar o custo de desenvolvimento”.
Fonte: Assessoria IDR-Paraná
