Chuvas e planejamento da forragem
Quando as chuvas variam, o planejamento da forragem precisa acompanhar. A chuva influencia o crescimento das pastagens, a oferta de alimento e a saúde do rebanho. Saber disso ajuda a evitar pastejo excessivo e quedas de produção. Com esse conhecimento, você ajusta o manejo da área para cada período do ano.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Como as chuvas influenciam a forragem
A chuva determina o ganho de massa verde. Em períodos de chuvas fortes, a forragem cresce rápido, mas pode exigir mais manejo para evitar superpastejo. Em tempos secos, a produção cai, e é preciso fazer conservação. A qualidade da forragem também muda com a umidade do solo, o que afeta o ganho de peso do gado.
Estimando a produção de forragem com as chuvas
Use dados locais de precipitação e histórico de safras. Registre a altura da pastagem e a produção por hectare, para estimar a disponibilidade semanal. Combine isso com o número de animais, para planejar a alimentação sem desperdício. NDVI, quando disponível, pode indicar áreas mais produtivas para manejo diferenciado.
Conservação e manejo durante a entressafra
Quando a pastagem não atende a demanda, conserve excedentes em forragem armazenada, como silagem ou feno. Corte na altura correta, faça ensilagem rápida e proteja o material com uma boa vedação. Planeje a rotação de pastagens para manter a qualidade e reduzir perdas. Use a reserva para cobrir picos de demanda, sem precisar comprar alimento extra.
Práticas rápidas para o dia a dia
- Monitore a precipitação semanal e compare com a média histórica para ajustar o manejo.
- Ajuste o pastejo conforme a umidade do solo e a disponibilidade de forragem.
- Planeje reservas de forragem para cobrir períodos de seca ou chuva irregular.
- Use o NDVI como guia simples para alternar áreas com maior ou menor produção.
Estimativa de produção de forragem ao longo do ano
Estimativa de produção de forragem ao longo do ano é essencial para planejar alimentação do rebanho. Ela ajuda a evitar falta ou sobra e reduz custos com compra externa. Com dados simples, você projeta estoques mês a mês e ajusta o pastejo conforme a chuva.
Como estruturar a estimativa
Para começar, liste a área de pastagem disponível. Faça uma medição simples da área. Registre a altura média da forragem a cada mês. Use uma regra prática: produção por hectare = altura × fator de conversão. Considere a qualidade, que varia com o amadurecimento.
Exemplo prático
Exemplo prático. Suponha 20 ha de pastagem boa. Em junho, a altura média é 18 cm. A produção estimada é 8 t/ha. Logo, cerca de 160 t de forragem disponível no mês. Guarde 20% para períodos de seca.
Dicas rápidas
- Atualize as estimativas com as chuvas do mês.
- Mantenha um estoque mínimo de reserva para seca.
- Use NDVI como guia simples de áreas mais produtivas.
- Considere variações por espécie caso haja pastagens mistas.
Riscos do manejo: superpastejo e subpastejo
Riscos do manejo: superpastejo e subpastejo são dois problemas reais no campo. Eles aparecem quando a gente deixa o pasto receber o uso errado da força do rebanho. O resultado é a queda da produção, a recuperação lenta da pastagem e mais custo no dia a dia.
O que são esses dois modos de pastejo
Superpastejo ocorre quando há muitos animais ou quando o pastejo dura demais em uma mesma área. A forragem fica muito baixa, a raiz fica exposta e o solo compacta. A recuperação fica lenta, abrindo espaço para plantas invasoras e erosionar o solo.
Subpastejo é o contrário: pouca pressão de pasto ou muito tempo entre as entradas dos animais. A área fica subutilizada, as plantas crescem demais e viram lençóis de folhas velhas. A oferta de alimento fica irregular, e o ganho do rebanho cai por falta de palatabilidade e qualidade.
Quais são os riscos do superpastejo
- Redução da biomassa disponível para o gado, levando à fome de qualidade.
- Queda na digestibilidade da forragem e no valor nutricional.
- Solo compactado, o que atrasa a rebrota e aumenta a erosão após chuvas.
- Desboras de plantas perenes, abrindo espaço para invasoras que dificultam a recuperação.
- Aumento do risco de lesões por piso áspero ou lamacento.
- Ganho de peso menor e maior custo com suplementação.
Riscos do subpastejo
- Ingestão insuficiente e menor ganho diário por animal.
- Forragem velha com menor digestibilidade, piorando o desempenho.
- Pastagem mal distribuída, com áreas muito altas e outras desprovidas de alimento.
- Proteção do solo reduzida, elevando erosão em períodos de chuva.
- Desuniformidade na qualidade de forragem, gerando gastos extras com alimentação.
Como identificar sinais precoces
- Altura média da forragem cai abaixo de 4-6 cm no final do pastejo.
- Observação de solo exposto, compactação e pegadas concentradas em áreas.
- Recoleta lenta da forragem após o manejo, com retorno visivelmente demorado.
- Alteração na saúde do rebanho, como menor ganho de peso ou apetite reduzido.
Boas práticas para evitar os dois extremos
- Divida o campo em piquetes com tamanho adequado para a sua carga.
- Defina um residual de forragem: mantenha pelo menos 4 a 6 cm de forragem ao final do pastejo.
- Faça rotação rápida de animais. Evite deixar os animais por tempo demais no mesmo lugar.
- Monitore a recuperação da pastagem a cada ciclo. Use 7 a 14 dias como referência de rebrota.
- Distribua a pressão de pastejo conforme a disponibilidade de água e o clima. Em períodos de seca, ajuste o número de animais.
- Use indicadores simples, como a altura média, para decidir quando mover os animais. Em áreas com recuperação lenta, reduza a lotação.
- Considere tecnologias simples, como NDVI, para identificar áreas com menor produção e priorizar manejo diferenciado.
Benefícios de um manejo equilibrado
Com equilíbrio, a forragem permanece de boa qualidade, a rebrota é mais rápida e o solo fica protegido. A produção do rebanho se mantém estável e os custos com alimentação externa tendem a cair. Além disso, o pasto se recupera mais rápido, aumentando a vida útil da área.
Conservação de forragem e estratégias de reserva
Conservação de forragem e estratégias de reserva são pilares para manter o alimento do rebanho estável, mesmo quando a chuva falha. O segredo está em colher no momento certo, armazenar com cuidado e planejar as reservas para tempos difíceis.
Conservação prática da forragem
Para silagem, corte com a altura ideal, compacte bem e proteja o material com vedação firme. A umidade correta depende da cultura, mas, no geral, fica entre 60% e 70% para silagem de milho. Adições químicas só quando necessário e com orientação técnica. Feno requer secagem rápida até chegar a 15%–20% de umidade e armazenamento em local seco para evitar mofo.
Pastagens diferentes pedem métodos variados. Em áreas com maior risco de chuva, a silagem pode ser mais segura que o feno. Em regiões secas, o manejo de reserva se torna ainda mais crucial para evitar déficits na alimentação.
Estratégias de reserva para o rebanho
Defina metas de estoque mensal com base no tamanho do rebanho e na disponibilidade de pastagem. Um bom objetivo é manter alimento suficiente para 2 a 3 meses, ajustando conforme a estação. Separe as reservas por tipo (silagem, feno, concentrados) para não misturar e perder qualidade. Registre entradas, saídas e condições climáticas para orientar futuras compras ou plantios.
Qualidade e segurança do alimento
Cheque cor, cheiro e textura da forragem armazenada. Mofo, cheiro azedo ou aparência amarelada indicam deterioração e devem ser descartados. Armazene em áreas bem ventiladas, protegidas de roedores e de intempéries. Evite contaminação cruzada mantendo os compartimentos organizados e limpos.
Rotação e uso eficiente
Use o estoque mais antigo primeiro e mantenha um cronograma mensal de consumo. Planeje o uso por lote, para que nada fique esquecido. Se possível, combine reserva com rotação de pastagem para reduzir custos externos e manter a qualidade da alimentação.
Dicas rápidas
- Monitore o saldo de estoque toda semana e ajuste as previsões.
- Priorize silagem em áreas com infiltração alta e boa disponibilidade de matéria-prima.
- Use métodos simples de avaliação de qualidade, como aparência e cheiro, para decidir o que utilizar primeiro.
- Considere NDVI ou outras ferramentas simples para identificar áreas com maior ou menor produção e planejar a reserva accordingly.
Recursos e pesquisas da Epamig na recuperação de pastagens
Recursos e pesquisas da Epamig na recuperação de pastagens oferecem caminhos práticos para transformar áreas degradadas em pastagens produtivas. A Epamig reúne estudos, protocolos e suporte técnico que ajudam o produtor a planejar, implementar e monitorar a recuperação com mais segurança.
Principais linhas de pesquisa
- Diagnóstico detalhado da degradação da pastagem e do solo, incluindo avaliação de cobertura, compactação e disponibilidade de água.
- Uso do NDVI, índice que mostra a saúde da vegetação, para mapear áreas com baixa produção e orientar manejo diferenciado.
- Adubação e manejo de solo, com calagem, fósforo e potássio, além de adubação verde com leguminosas para renovar a raiz e a textura do solo.
- Seleção de espécies forrageiras adaptadas ao clima local, como braquiárias e leguminosas de cobertura, para aumentar a produção e a qualidade.
- Práticas de restauração de solo, com rotação de piquetes, cobertura permanente e manejo da água para reduzir erosão e compactação.
- Controle de plantas invasoras e manejo de pragas com métodos simples, eficazes e sustentáveis.
- Monitoramento contínuo por meio de visitas técnicas, dados de produção e feedback de produtores para ajustar as estratégias.
Ferramentas e recursos disponíveis
- Publicações técnicas, manuais, vídeos e treinamentos oferecidos pela Epamig para orientar cada etapa.
- Modelos de rotação de piquetes, planos de adubação e listas de verificação para diagnóstico rápido.
- Mapas de produtividade, planilhas de estoque de forragem e uso de NDVI como guia de manejo.
- Parcerias com universidades e instituições locais para projetos de demonstração e transferências de tecnologia.
Como aplicar no campo
- Comece pelo diagnóstico da pastagem atual e do solo, incluindo altura da forragem e cobertura do solo.
- Defina metas claras de recuperação da biomassa e da palatabilidade para o rebanho.
- Escolha estratégias adequadas, combinando espécies, adubação e manejo de piquetes.
- Planeje a rotação de pastagem e a sequência de adubação para cada área.
- Monitore o andamento com NDVI e observação direta da rebrota, ajustando o manejo conforme necessário.
- Documente resultados e use o feedback para ampliar ou adaptar as práticas nas próximas saídas.
Resultados esperados
Com as ações orientadas pela Epamig, a pastagem tende a recuperar cobertura pétrea do solo, aumentar a biomassa disponível, melhorar a qualidade da forragem e reduzir custos com suplementação externa. A resiliência contra secas cresce e o ganho de peso do rebanho se torna mais estável.
Cálculos de consumo animal por grupo na produção
Cálculos de consumo por grupo ajudam a planejar a alimentação com precisão e reduzir desperdícios na fazenda. A ideia é prever quanto alimento cada grupo precisa diariamente para manter o peso, a saúde e a produção.
Grupos comuns e por que separar
- Vacas leiteiras em lactação (grande demanda de nutrientes para manter a produção de leite).
- Bezerras e novilhas em engorda (ganho de peso diário para chegar ao peso de abate).
- Novilhas de reposição (crescimento para entrar no rebanho com boa palatabilidade e saúde).
Fatores que influenciam o consumo
- Peso vivo do animal e do grupo.
- Estágio de produção (lactação, crescimento, reposição).
- Qualidade e digestibilidade da forragem disponível.
- Condições ambientais, temperatura e disponibilidade de água.
- Eficiência de ração e disponibilidade de nutrientes na dieta.
Método prático em 5 passos
- Defina os grupos e o peso médio de cada um. Ex.: vacas lactantes 600 kg, bezerras 180 kg, novilhas 320 kg.
- Estime a manutenção base, usando 0,02 times o peso para DM diária. Ajuste para produção: lactação acrescenta ~0,005 por kg de peso; ganho de peso acrescenta ~0,003 a 0,006 por kg.
- Calcule o consumo diário de cada grupo: DMI ≈ BW × (0,02 + ajuste). Ex.: vacas lactantes 600 × (0,02 + 0,005) ≈ 15 kg/animal/dia.
- Multiplique pelo número de animais em cada grupo para obter o consumo total diário do grupo.
- Adicione uma margem de segurança de 5% a 10% para perdas, dias de pastejo ruim e variações sazonais.
Exemplo prático
Grupo A: Vacas leiteiras, 40 animais, 600 kg cada. DMI ≈ 15 kg/animal/dia. Consumo total: 600 kg/dia.
Grupo B: Bezerras em engorda, 30 animais, 180 kg cada. DMI ≈ 4,5 kg/animal/dia. Consumo total: 135 kg/dia.
Grupo C: Novilhas de reposição, 50 animais, 320 kg cada. DMI ≈ 7,4 kg/animal/dia. Consumo total: 370 kg/dia.
Total diário estimado para o plantel: cerca de 1.105 kg de matéria seca. Adicionando 10% de reserva, o ajuste ficaria em torno de 1.215 kg/dia, ajudando a cobrir variações sazonais e perdas.
Notas úteis
- Use NDVI ou observação direta para ajustar estimativas conforme a produção de pastagem muda ao longo do mês.
- Documente os números em uma planilha para facilitar revisões mensais.
- Revise as categorias conforme o manejo muda, mantendo o equilíbrio entre custo e produção.
Dicas práticas para o período seco e chuvoso
Durante o período seco e chuvoso, a gestão de forragem precisa ser ágil e bem planejada. A chuva influencia o crescimento das pastagens, mas a disponibilidade varia muito entre áreas e semanas. Por isso, é essencial prever, ajustar e monitorar a alimentação do rebanho com cuidado.
Como prever a oferta de forragem
Comece medindo a altura média da pastagem e estimando a biomassa disponível. Registre as entradas de água, a espécie dominante e a qualidade da forragem. Use o NDVI, que é um índice simples que mostra a saúde da vegetação, para identificar áreas com maior ou menor produção. Anote as variações mensais para ajustar o estoque.
Estratégias para o período seco
- Reduza a lotação para manter um residual de 4 a 6 cm de forragem no final do pastejo.
- Priorize reservas de silagem ou feno para sustentar o rebanho nos meses mais secos.
- Planeje a compra de ração concentrada com antecedência para evitar faltas.
- Faça rotação rápida de piquetes para favorecer a recuperação da pastagem.
- Monitore a disponibilidade de água e o consumo do gado diariamente.
Estratégias para o período chuvoso
- Controle o pastejo para evitar superpastejo e compactação do solo.
- Ajuste a rotação conforme o crescimento rápido das plantas, mantendo qualidade.
- Use áreas com maior disponibilidade de água para reter forragem de qualidade.
Monitoramento e ajustes práticos
- Registre semanalmente a produção estimada e o consumo diário por grupo.
- Ajuste o estoque com base na evolução do clima e na rebrota da pastagem.
- Utilize dados simples, como altura da pastagem, para decidir quando mover os animais.
Cuidados com qualidade e desperdícios
Armazene bem a silagem e o feno para evitar mofo. Mantenha água limpa e sombra para reduzir o estresse do animal. Descarte forragem deteriorada e utilize apenas aquilo que mantém palatabilidade e digestibilidade.
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Saiba Mais Sobre Dr. João Maria
Dr. João Silva é um renomado zootecnista especializado em pecuária de leite, com mais de 2 Décadas de experiência no setor. Com doutorado pela Universidade Federal de Viçosa e diversas certificações, Também é autor de inúmeros artigos científicos e livros sobre manejo e produção de leite.
Dr. João é reconhecido por sua contribuição significativa à indústria e seu compromisso com a qualidade e a inovação na produção leiteira.