Vários alimentos puxaram a inflação em janeiro de 2023, incluindo a cenoura. Em alguns dos principais pólos produtores do país, a hortaliça atingiu alta de 150% em relação ao preço de dezembro.
Na região produtora de São Gotardo (MG), as cenouras “sujas” eram vendidas a R$ 50 a caixa de 29 quilos. Em dezembro de 2022, o preço médio era de R$ 18,28 a caixa, ou seja, um aumento de mais de 170% no valor. Em Cristalina (GO), o preço chegou a R$ 45 a caixa no mesmo mês.
chuva excessiva
A alta valorização do produto deveu-se à grande queda na oferta, provocada pelas fortes chuvas que atingiram as regiões produtoras. O aumento das chuvas dificulta a entrada de máquinas no campo, seja para o plantio ou para a colheita.
Apesar das fortes chuvas, alguns produtores conseguiram entregar cenouras de boa qualidade. O índice de irrigação registrado foi irrelevante, e os produtores que possuem mais tecnologia têm obtido sucesso com o uso da refrigeração.
No final de janeiro, o regime de chuvas estava mais próximo da normalidade e a produção também deve se normalizar gradativamente. No entanto, não é provável que haja grandes recuos nos preços, pois não há expectativa de superávits de produção tão cedo.
Leia também:
Inflação
Não foram só as cenouras que tiveram aumento de preço no início de 2023. Segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), coletados pelo Índice Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço de 124 itens subiu em janeiro, enquanto 63 apresentaram redução.
Com isso, o grupo Alimentação e Bebidas registrou inflação de 0,59%. Nos últimos doze meses, a inflação do grupo chegou a 11%. O produto que registrou maior aumento de preço foi a abobrinha, com o valor ao consumidor final registrando alta de 44,05% no mês. Em seguida, ficaram a cenoura, com aumento de 17,55%, o morango, com aumento de 16,46%, a tangerina com 15,51% e a batata, com aumento de 14,14%.
Apesar do aumento de preços, o IPCA apresentou desaceleração na alta em relação a dezembro de 2022, quando apurado foi de 0,62%. Os produtos que registraram as maiores quedas foram o limão, com queda de 36,4% nos preços em relação a dezembro, e a cebola, com queda de 22,7%.
Outro indicador que pode afetar o agronegócio é o preço dos combustíveis; em janeiro, o IPCA registrou inflação de 0,68% no preço desses produtos.
Dados da cenoura no Brasil
A cenoura é uma hortaliça cultivada em todo o território nacional e, consequentemente, muito popular na mesa do brasileiro. Podendo ser consumida crua ou em diversos tipos de preparo, a cenoura é um item marcante no almoço da maioria das famílias.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a produção anual estimada de cenoura no Brasil é de 900 mil toneladas. A hortaliça está entre as 10 hortaliças mais cultivadas no país, sendo que mais da metade dessa produção está concentrada em Minas Gerais.
A agricultura familiar é um dos fatores mais importantes para a produção de cenoura, o sistema mais utilizado neste caso é o plantio a céu aberto em canteiro, utilizando sistema de irrigação por aspersão convencional. Nesse cenário, a produtividade varia de acordo com o clima, no inverno, por exemplo, são colhidas de 30 a 40 toneladas por hectare, e no verão de 20 a 30 toneladas por hectare.
Fonte: Sebrae, Embrapa Infoteca, HF Brasil, Money Times
Esse conteúdo foi útil para você?
2268800verificação de cookiesCenoura: por que o preço do vegetal disparou?