Segundo as consultorias, houve novamente registro de negócios na faixa de R$ 300 a arroba em São Paulo. No entanto, esse ainda é o teto dos preços neste momento, com dificuldades de avançar acima dessas cotações.
O mercado físico do boi gordo segue com preços firmes nas principais praças pecuárias pelo país. Entretanto, apesar de novamente serem registrado negócios na faixa de R$ 300 a arroba em São Paulo, esse ainda é o teto dos preços neste momento, com dificuldades de avançar acima dessas cotações.
A movimentação cambial e a potencial valorização dos preços em dólar pagos pela tonelada da carne bovina no mercado internacional são fatores importantes que podem colaborar para esse movimento, disse Iglesias da Agência Safras&Mercado. Além disso, é bom lembrar que o mercado interno tem um maior consumo diante do feriado de carnaval e as festividades, o que pressiona as indústrias a buscar com maior ênfase a matéria prima.
Nesta terça-feira, 14 de fevereiro, os frigoríficos das praças de São Paulo ofertaram R$ 5/@ a mais para o boi gordo “comum” (destinado sobretudo ao mercado interno), para a novilha gorda e para o “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade), informa a Scot Consultoria.
Assim, o boi está cotado em R$285,00/@, a vaca em R$261,00/@ e a novilha em R$275,00/@, preços brutos e a prazo, apontou a consultoria. Já o Indicador do Boi Gordo, do Cepea, mantém os preços acima de R$ 300,00/@ desde a abertura da semana, conforme o gráfico abaixo. A instituição também aponta que esses valores são os mais altos dos últimos 30 dias úteis.
O “boi China” também subiu R$5,00/@, sendo cotado em R$295,00/@, preço bruto e a prazo. Segundo o app da Agrobrazil, parceira do Compre Rural, os preços seguem acima da referência para as praças do Sudeste, para animais dessa categoria.
Pecuarista de Frutal, interior de Minas Gerais, o valor informado foi de R$ 305,00/@ com o pagamento no prazo de 30 dias e abate programado para o dia 23 de fevereiro. Veja a imagem abaixo.
Ranking dos valores da arroba, boi destinado ao mercado interno
Confira onde está a arroba mais cara e a mais barato do país, comparando as principais praças pecuárias, PREÇOS PARA NO FECHAMENTO DO DIA 14 DE FEVEREIRO, segundo a Scot Consultoria:
- São Paulo: R$ 274,00/@
- Bahia: R$ 266,00/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 259,00/@
- Rio de Janeiro: R$ 259,00/@
- Minas Gerais: R$ 254,00/@
- Goiânia: R$ 246,00/@
- Mato Grosso: R$ 240,00/@
- Tocantins: R$ 235,00/@
- Rondônia: R$ 229,00/@
O preço médio da arroba do boi gordo caiu em Rondônia, revelou a mais recente cotação divulgada pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). O preço médio pago ao produtor pela arroba era de R$ 227,93, valor 1,30% menor do que o comercializado na semana anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda é ainda maior, sendo de 22%. Na época, o preço médio da arroba do boi era de R$ 292,84.
No Centro-Norte do país, o mercado ainda conta com maior volume de animais ofertados, no entanto com preços acomodados durante a semana, sem a pressão de queda que estava presente em semanas anteriores.
O grande problema ainda é a diferença na formação de receitas entre frigoríficos que atuam apenas no mercado doméstico e aqueles que exportam, em especial para a China. Os frigoríficos exportadores têm muito mais fôlego para pagar valores maiores pela arroba do boi gordo, completou.
Nos Estados da região Centro-Sul, segundo a S&P Global, as escalas de abate das indústrias se encontram reduzidas. “Há operações escaladas em torno de 4 e 6 dias devido à dificuldade em comprar a boiada gorda, sobretudo em relação a animais destinados para exportação”, afirmam os analistas.
Por outro lado, observa a S&P Global, muitas unidades de abate ainda estão se valendo de ofertas de fêmeas para complementar lacunas em suas escalas. “Os baixos preços da bezerrada afastam os pecuaristas das atividades, que acabam elevando a oferta de fêmeas, sobretudo de vacas, gerando um desequilíbrio no mercado”, afirma a S&P Global.
Neste sentido, apesar da maior firmeza nos preços do boi gordo, a consultoria não acredita em avanços mais incisivos da arroba. “De toda maneira, os fundamentos ainda condicionam um ambiente de preços mais atrativos aos pecuaristas”, diz a S&P Global.
Exportações
Durante os oito primeiros dias de fevereiro/23, o Brasil exportou 47,17 mil toneladas de carne bovina in natura, uma média de 5,9 mil toneladas/dia, uma queda de 19% em relação à média diária de janeiro/23 e recuou de 29% sobre a média diária de fevereiro/22, informa a Agrifatto, com base nos dados divulgados nesta terça-feira (14/2) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Segundo os analistas, essa queda nos embarques é atribuída ao menor apetite dos importadores da China, que ficaram ausentes dos negócios no período de comemorações do Ano Novo chinês.
Atacado da carne bovina
O mercado atacadista apresentou preços mais altos para a carne bovina.
Segundo Iglesias, até mesmo cortes nobres apresentaram reajustes nos últimos dias, a exemplo da alcatra e da picanha. Com a reposição mais lenta entre atacado e varejo durante a segunda quinzena do mês a tendência é por menor propensão a reajustes.
A situação das proteínas concorrentes ainda é um limitador, em especial da carne de frango, que ainda apresenta dificuldades no decorrer do primeiro bimestre, assinalou Iglesias. O quarto traseiro foi precificado a R$ 20,90 por quilo, alta de R$ 0,40. O quarto dianteiro foi cotado a R$ 15,70 por quilo, alta de R$ 0,20. A ponta de agulha ficou no patamar de R$ 15,45, alta de R$ 0,30.
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