Scot Consultoria afirma que expectativa de melhora nas pastagens, que permite o pecuarista reter a boiada no pasto, colabora com o cenário de alta.
Queda do boi gordo deve ser menos intensa na segunda quinzena do mês por conta do feriado do Carnaval. Foto: Governo de Mato Grosso
O início do mês deve ser favorável aos preços da arroba do boi gordo. De acordo com a Scot Consultoria, há expectativa de que o consumo melhore já que a população vai estar mais capitalizada, com o pagamento de salários.
Com essa tendência de melhora na procura de carne bovina, indústrias com escalas entre um e três dias tendem a ir às compras para garantir seus estoques do produto. Esse movimento contrasta com o cenário do mês de janeiro, onde parte dos frigoríficos estava com escalas de abate enxutas e sem necessidades de novas compras.
“As indústrias não faziam esforços para alongar escalas porque o escoamento no Brasil estava ruim. Janeiro tradicionalmente é o pior mês de consumo do ano. Mas aquele movimento de baixa das últimas quatro semanas perdeu força”, diz Marina Zaia, analista da Scot.
A consultoria enfatiza ainda que além da demanda por carne ser maior neste período, os estoques mais baixos e a expectativa de melhora nas pastagens, que permite o pecuarista reter a boiada no pasto, colaboram com o cenário de preços mais altos. “No entanto, nós não vamos ver preços como em novembro, quando a arroba atingiu R$ 200”, afirma o analista Felippe Reis.
Outro fator que deixa os preços com tendência de alta por mais tempo o é Carnaval. Normalmente, na segunda quinzena do mês, o consumo de carne reduz, mas com o feriado, a queda das cotações deve ser mais amena. “O Carnaval deve garantir uma melhora no consumo e diminuir essa pressão de baixa que a gente observa nas segundas quinzenas”, diz Reis.
Exportações
O surto de coronavírus na China é ponto de atenção. A Scot afirma que a doença pode, de certa forma, limitar a demanda por carne bovina e desaquecer a economia chinesa. Por outro lado, os analistas destacam que pode surgir um movimento onde a população irá evitar carnes de origem duvidosa e procurar alimentos com procedência de origem.
“A gente tem um bom manejo sanitário e isso pode garantir que eles (chineses) busquem carne daqui”, diz Felippe.