Noticias do Jornal do campo Soberano
Boa leitura!
O mercado da pecuária de corte vem enfrentando alguns desafios nos últimos tempos, especialmente após a suspensão das exportações de carne bovina para a China, devido à detecção de um caso atípico de doença da vaca louca no Pará. Essa situação impactou negativamente as exportações e, consequentemente, os preços do boi gordo vêm registrando quedas desde o final do mês passado.

Para entender melhor as perspectivas do mercado da pecuária de corte no curto, médio e longo prazo, o Canal Rural entrevistou Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, no telejornal ‘Mercado e Empresa’. Vamos conferir os principais pontos abordados nessa entrevista.

**1. Os reflexos do mercado interno e externo no preço do boi gordo**

Um dos principais fatores que explicam a diferença entre os preços do gado vivo no mercado físico e os preços da carne no atacado é a atuação dos frigoríficos. Com a suspensão das exportações para a China, os frigoríficos direcionaram a carne que seria exportada para o mercado interno. Isso resultou em uma queda no preço do gado gordo para os pecuaristas. Já no varejo, as oscilações de preços são pequenas, pois os retalhistas estão focados em recuperar suas margens perdidas durante a pandemia, sem estar conscientes da situação enfrentada pelos produtores no mercado grossista.

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**2. Perspectivas para os preços no médio e longo prazo**

Com o retorno das exportações para a China, espera-se uma recuperação nos preços do gado de corte. No entanto, é importante ressaltar que essa recuperação pode ser gradual devido à oferta rápida da carne bovina chinesa, o que pode contaminar o mercado interno. Atualmente, os pecuaristas estão vendendo um tipo específico de gado que a China não compra, o que contribui para a manutenção dos preços estáveis para o consumidor final.

**3. Diversificação de mercados para o agronegócio brasileiro**

Embora a China seja o maior mercado de commodities agrícolas do mundo, é fundamental para o agronegócio brasileiro diversificar suas exportações. Nesse sentido, é importante conquistar pequenos mercados, como o México e a Indonésia, que recentemente abriram seus mercados para a carne bovina brasileira. A conquista desses mercados deve ser feita de forma estratégica, visando reduzir a dependência da exportação para a China e expandir as oportunidades para o setor do agronegócio.

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Em conclusão, o mercado da pecuária de corte no Brasil enfrenta desafios decorrentes da suspensão das exportações para a China. No entanto, espera-se uma recuperação gradual dos preços do boi gordo com a retomada das exportações. É fundamental que o agronegócio brasileiro diversifique seus mercados, conquistando pequenos mercados e reduzindo a dependência da China. Essas estratégias contribuirão para fortalecer o setor e garantir a sustentabilidade do agronegócio no país.

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Com as exportações de carne bovina suspensas para a China após a detecção de um caso atípico de doença da vaca louca no Pará, no dia 22 de fevereiro, os preços do boi gordo vêm caindo desde o final do mês passado.

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+ Prestes a completar um mês, embargo da China impacta negativamente exportações de carne bovina

E para saber como está o mercado da pecuária de corte no curto, médio e longo prazo, o Canal Rural entrevistou Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria. Ele participou da edição desta quarta-feira (22) do telejornal ‘Mercado e Empresa’.

Entrevista sobre o preço do gado

Alcides Torres, da Scot Consultoria: preços do gado devem subir com retorno das exportações para a China | Foto: Canal Rural/reprodução

Confira abaixo os principais pontos da entrevista com Alcides Torres. Na pauta, as perspectivas para os preços do boi.

Os preços do gado vivo estão mais fracos no mercado físico, mas os preços da carne no atacado ainda estão firmes. O que explica isso?

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O preço do gado gordo caiu para os pecuaristas porque os frigoríficos estão mais retraídos, pois redirecionaram a carne que seria exportada [para a China] para o mercado interno. Na segunda quinzena de março, as exportações caíram. Mas quando vamos para o varejo a oscilação é muito pequena.

Porquê isso? Porque os retalhistas estão a recuperar a margem perdida durante a pandemia e não estão muito conscientes do drama que está a acontecer com os produtores no mercado grossista. Como resultado, o consumidor sente pouco os efeitos da suspensão das exportações sobre o preço da carne.

Quando o mercado brasileiro de carne bovina reabrir para a China, como você vê os preços no longo e médio prazo?

China consome 60% da carne exportada [pelo Brasil]. Esperamos que a recuperação aconteça agora, com a viagem do Presidente da República à China. E voltando às exportações, primeiro temos que ter o retorno da oferta de carne bovina da China, que normalmente tem oferta rápida e isso acaba contaminando o mercado.

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O pecuarista, hoje, está com o gado, está vendendo justamente aquele gado mais velho, que a China não compra. E ele está vendendo mulheres que não estão grávidas agora. Mas com a volta da China, deveremos ver uma recuperação no preço do gado de corte. E isso não deve mudar a situação do consumidor final, pois as oscilações já são tão fracas que não deveriam alterar tanto o preço do quilo da carne.

Continuaremos a ser líderes nas exportações, mas dependeremos sempre do mercado chinês? Onde mais podemos expandir?

Isso é muito lento. Por exemplo: o México abriu agora o mercado para a carne bovina brasileira. Mas isso levou 12 anos! Tivemos a vitória [do mercado] da Indonésia, país cujo consumo per capita de carne é de 1,2 kg (temos potencial para crescer muito lá). Também tivemos um aumento nas exportações para os Estados Unidos.

Para substituir um mercado como o chinês, que é o maior do mundo pensando em commodities agrícolas, é preciso fazer assim: conquistar pequenos mercados. Tecer uma colcha de retalhos grande o suficiente para dependermos menos da China, para onde continuaremos a exportar.

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Editado por: Anderson Scardoelli.

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