Gâmbia, Venezuela, Senegal, Serra Leoa, Estados Unidos, Cabo Verde, Peru, Bolívia, Canadá e Panamá lideraram as compras de arroz (base casca) do Brasil em fevereiro. As exportações do cereal somaram 103.755 t no mês passado, com receita de US$ 30,5 milhões. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (10) pela Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), que trabalha para incluir a China entre os destinos do produto nacional.
Ainda de acordo com Abiarroz, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os resultados de fevereiro ficaram abaixo dos obtidos no mesmo mês de 2022, quando o volume exportado foi de 129 mil toneladas, representando US$ 37,9 milhão.
Nos dois primeiros meses de 2023, os embarques de arroz brasileiro chegaram a 252.588 t, com receita de US$ 78,6 milhões. No mesmo período de 2022, o Brasil exportou 270.964 t, com divisas de US$ 82,5 milhões, informa Abiarroz.
As exportações de arroz beneficiado em fevereiro somaram 5.642 t, com divisas de US$ 2,6 milhões. As compras de cereais processados, de maior valor agregado, foram lideradas pelos EUA, seguidos por Cabo Verde, Peru, Bolívia, Canadá, Gâmbia, Panamá, Bahamas, Venezuela e Angola.
mercado chinês
Uma das prioridades da Abiarroz em 2023 é a abertura de novos mercados, principalmente a China. “O mercado chinês é extremamente importante para o arroz, pois é o maior produtor e consumidor mundial do produto”, afirma a gerente de Exportação da Abiarroz, Carolina Matos.
Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetam queda de 2% na produção chinesa de grãos em 2023. No entanto, o USDA também prevê alta de 1% no consumo do produto.
“O arroz brasileiro já está presente em mais de 100 mercados e pode sustentar a oferta do produto na região asiática”, aponta Carolina. A missão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, destaca, será uma grande oportunidade para aprofundar as relações bilaterais.
“A Abiarroz tem trabalhado junto ao governo brasileiro para incluir o produto beneficiado na agenda de negociações entre os dois países”, enfatiza o gerente de exportação da entidade.
“Além de ter um produto de qualidade inquestionável, a orizicultura vem intensificando suas ações sustentáveis. Na compra do arroz beneficiado, o passivo responsável pelas emissões de gás metano, a casca do arroz, é reaproveitada no Brasil por indústrias e cooperativas como forma de geração de energia limpa”, acrescenta.