Após ‘fundo do poço’, dividendos podem secar em ano de ‘vacas magras’; entenda – Money Times

Após ‘fundo do poço’, dividendos podem secar em ano de ‘vacas magras’; entenda – Money Times

Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!
Devido aos impactos dos ciclos negativos da proteína nas margens de curto prazo, o BTG acredita que a empresa pode ultrapassar seus limites de alavancagem (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker/Foto arquivo)

Nesta terça-feira (6), o BTG Pactual realizou uma reunião com a direção do JBS (JBSS3)que trouxe algumas perspectivas sobre os principais indicadores da empresa.

Segundo o banco, as restrições para a JBS incluem algumas unidades da empresa, o ciclo de commodities, prioridades de alocação de capital e listagem nos Estados Unidos.

Veja abaixo os principais pontos:

Os dividendos vão secar?

Em 2019, a JBS adotou uma política de gestão de liquidez, que buscou manter a alavancagem da empresa entre 2-3x, com limite máximo de 4,25x. Se o índice ultrapassar 3,75x, a empresa não pagará dividendos extraordinários.

Com isso, devido aos impactos dos ciclos negativos da proteína nas margens de curto prazo, o BTG acredita que a empresa pode ultrapassar seus limites de alavancagem em 2023, o que pode afetar o pagamento de dividendos.

Isto não representa, no entanto, uma preocupação de liquidez ou mesmo muito de balanço, “especialmente tendo em conta os esforços de gestão de passivos desenvolvidos nos últimos anos”.

“Em última análise, o ponto de equilíbrio do fluxo de caixa de US$ 3 bilhões parece estar ao alcance, mesmo em um ciclo de baixa. Acreditamos também que a diversificação da JBS deve começar a render frutos em breve”, prevê.

Para o BTG, a disciplina na alocação de capital da empresa deve colocar as ambições de crescimento em segundo plano.

Balanço BTG da JBS

Na visão do BTG, os resultados da empresa devem se recuperar em quase todas as praças, após atingir o “fundo do poço” no 1T23.

Segundo o banco, não há fatores que possam fazer as margens consolidadas da JBS voltarem aos patamares históricos, o que deve limitar o avanço das ações por enquanto.

Com isso, o BTG não só vê a JBS com um balanço forte para navegar bem nesse ambiente, como a simples normalização das margens em certas divisões para 2024 deve se traduzir em um FCF (Free Cash Flow) yield acima de dois dígitos e resultar em convincentes jogar.

O banco acredita que os resultados recentes do 1T23 não refletem o poder de lucro da JBS.

“Os ciclos da proteína retrocederam em praticamente todos os lugares e mesmo a diversificação das empresas não produziu os resultados esperados”, apontam.

recuperação por unidades

Para a US Beef, unidade da JBS nos Estados Unidos, o BTG prevê desaceleração no ciclo atual, o que deve manter as margens pressionadas para 2023 e 2024.

Já para a Pilgrim’s Pride Corporation (PPC) e a Seara, o BTG vê recuperação, mas a alta oferta de aves dificulta a recuperação de preços e evita a superação de margens, enquanto o impacto da queda nos custos dos grãos deve ser ainda mais forte na segunda metade de 2023.

Já para a US Pork (unidade suína), o banco projeta um atraso na recuperação devido ao excesso de oferta de animais que continua prejudicando as operações verticalizadas da JBS no país, embora haja anúncios de que alguns concorrentes podem racionalizar a oferta.

Por fim, JBS Brasil e Austrália devem se beneficiar da melhora na oferta de gado, bem como da menor presença dos Estados Unidos nos mercados globais.

BTG recomenda comprar para as ações da JBS, com preço-alvo de R$ 35 e potencial de valorização de 97%.

Agro News