A Associação Nacional dos Criadores de Coleiras do Livro Genealógico (ANC) assume, a partir deste mês de junho, o registo das manadas de búfalos das raças Murrah, Mediterrâneo, Jafarabadi e Carabao
A delegação foi concedida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e atende a um pedido encaminhado pela Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB). A migração de registros, explica o presidente da ABCB, Caio Rossato, faz parte de um projeto de reestruturação nacional que busca fortalecer a criação de raças bubalinas e disseminar seu uso no campo e o consumo de produtos bubalinos. “Acreditamos muito que, a partir da profissionalização do serviço de registro genealógico, quem ganha é o criador. Nossa expectativa é muito boa. ANC e ABCB serão grandes parceiros para a expansão da bubalinocultura no Brasil”.
Criador e proprietário de um laticínio no município de Pilar do Sul (SP), Rossato defende que o registro é de fundamental importância para qualquer fazenda que tenha como objetivo selecionar animais mais eficientes, produtivos e adaptados. “Sem conhecer as famílias das pessoas com quem você está trabalhando, é impossível fazer uma seleção confiável. Qualquer rebanho que realiza melhoramento genético precisa registrar seus animais, conhecendo seus antepassados e descendentes”, enfatizou. A meta da ABCB é manter a marca de 3 mil cabeças registradas por ano.
Segundo o presidente da ANC, Joaquin Villegas, a adesão dos bubalinos ao sistema da associação fortalece o projeto de profissionalização do registro de animais de raça no país, algo que transcende a pecuária de corte e inclui também cavalos e búfalos. “As raças bubalinas são voltadas para a produção de leite, e os diferenciais das linhagens e raças existentes no Brasil precisam ser preservados por meio de um minucioso e minucioso trabalho de registro”completou em recente visita a rebanhos do interior de São Paulo.
Villegas conferiu a força das fazendas da região de Sarapuí, Alambari e Pilar do Sul (SP) e visitou o Laticínio Família Rossato, que trabalha com a produção de queijos e derivados feitos com 100% de leite de búfala. Também participaram da delegação o presidente do Conselho Técnico Deliberativo (CDT) da ANC, Flávio Montenegro Alves; o Superintendente Suplente do ANC, Braulli Ferrari; e o coordenador do Promebo, Laerte Rochel.
Investidor da raça Murrah, o médico e pecuarista Otavio Bernardes destaca a importância do registro dos animais, hábito adotado desde a década de 1970 no Sítio Paineiras da Ingaí. Com 120 búfalas em lactação que rendem 1.000 litros/dia, a propriedade está localizada em Alambari (SP), região onde a bubalicultura se tornou uma importante atividade econômica, pois os solos são fracos para o desenvolvimento de atividades mais exigentes em termos de nutrição. . “O diferencial do nosso rebanho é que ele é conhecido e rastreado. Se só tivéssemos controle sem registro, não teríamos rastreabilidade”cita, lembrando que o processo garante destaque aos criadores brasileiros na seleção de outros países produtores da América Latina, como Venezuela e Colômbia.
Organizados em cooperativa, os pecuaristas da região podem vender seus produtos em escala para diferentes regiões, inclusive laticínios localizados a mais de 400 quilômetros de distância. “O leite de búfala tem um grande valor agregado e isso faz com que as pessoas venham buscar de longe”conta.
ANC
A National Herd-Book Collare Breeders Associations (ANC) é a mais antiga entidade de registro de animais do Brasil. Atualmente, atua com o registro de mais de 40 raças, entre bovinos de corte, equinos e, agora, búfalos. Com sede em Pelotas (RS), atua em todo o território nacional por meio de fiscais técnicos selecionados e constantemente avaliados. Desde 1974, a ANC também trabalha para melhorar os rebanhos por meio do Programa de Melhoramento de Bovinos de Corte (Promebo). O ANC é patrocinado pela Supra em 2023.
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