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No caso da categoria de saúde, o aumento foi puxado pelo reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentos ao final de março e de 1,20% nos planos de saúde. Nos alimentos, a alta veio por parte dos itens básicos, como o tomate (+ 10,64%), o leite longa vida (+ 4,96%) e o queijo (+ 1,97%). Para os alimentos fora do domicílio, a inflação teve uma variação de 0,60% para 0,66% entre março e abril, sendo que a refeição saiu de 0,41% e foi a 0,51%. No Boletim Focus de 12 de maio, o Banco Central do Brasil trouxe a atualização das previsões para a economia brasileira neste ano e no próximo. Em relação ao IPCA, foi estimado em 6,03% (alta em comparação a previsão de um mês atrás) para 2023 e em 4,75% para 2024 (baixa). Já o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 1,02% ao final deste ano (alta mensal) e 1,38% no término do próximo (baixa). O câmbio deve encerrar 2023 em torno de R$ 5,20 (baixa em comparação a 4 semanas) e fechar 2024 em R$ 5,20 (baixa). Por fim, a taxa Selic foi mantida nos níveis indicados um mês atrás: em 12,50% em 2023 e 10,00% no próximo ano. No agro mundial e brasileiro, após 12 meses consecutivos de baixas nos Preços de Alimentos da FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), o indicador registrou alta mensal em abril, de 0,8%, em relação a março, fechando em 127,2 pontos. Apesar da alta na comparação ao mês anterior, os preços ainda estão 20% abaixo do mesmo mês de 2022. Já o índice internacional de preços de cereais fechou abril em 136,1 pontos, quase 20% abaixo de abril passado, justificada pela baixa em diversos produtos da categoria. No caso do milho, a queda mensal foi de 2,3%, impulsionada pela maior oferta na América do Sul. Já o trigo, os preços caíram 2,3% por conta da disponibilidade do cereal para exportação na Rússia e Austrália. Neste mês de maio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o 1° acompanhamento mensal para a safra global de grãos em 2023/24. No milho, o órgão projeta uma produção mundial em 1,219 bilhão de t, alta de 6,0% em comparação a 2022/23 ou 69,4 milhões de t adicionais. A alta é justificada pela previsão de “retorno” na oferta do cereal em países como Estados Unidos e Argentina, ambos afetados pelo clima no ciclo passado. Entre os principais produtores, o cenário será o seguinte: Estados Unidos irá produzir 387,7 milhões de t (+11,2); China deve entregar 280,0 milhões de t (+ 1,0%); Brasil outros 129,0 milhões de t (-0,7%); e Argentina outros 54,0 milhões de t (+ 45,9%). Na Ucrânia, por conta do triste cenário, a produção será a menor das últimas 10 safras com 22 milhões de t (-18,5%). Ainda em relação ao milho, vale o destaque de que a “baixa” de 0,7% na estimativa para a produção brasileira é justificada não por fatores negativos que afetem a produção, mas sim pelo resultado excelente que o ciclo atual deve entregar ao final de 2022/23. Vale lembrar que a produção de 2021/22 foi de 116,0 milhões de t; em 2022/23 a previsão é de 130,0 milhões de t; e para a próxima, o USDA reajusta para 129,0 milhões de t. Em nossa visão, há chances de superarmos estes resultados, a depender do clima e recuperação dos preços do grão (estímulo aos agricultores). Já em relação ao comércio internacional, vale o destaque de que o Brasil deve exportar 56,0 milhões de t neste próximo ciclo, passando de vez os Estados Unidos, que irão embarcar 54,0 milhões de t. Ou seja, estamos diante de uma mudança estrutural e não mais conjuntural, como observado em 22/23. Como resultado da maior oferta de milho em 2023/24, os estoques finais devem ficar em 312,9 milhões de t, alta de 5,2% no comparativo com o ciclo anterior. Para a cultura da soja, os números chamam bastante atenção! Isso porque o USDA estima uma oferta global de 410,6 milhões de t da oleaginosa, um crescimento de 10,9% ou 40,2 milhões de t a mais do que 2022/23. No Brasil, principal produtor, a oferta deve crescer de 155,0 (22/23) para 163,0 (23/24) milhões de t, alta de 5,2%. Com esse resultado, aproximadamente 40% da soja produzida no mundo será do nosso país. Outros países se destacam: Estados Unidos irão ofertar 122,7 milhões de t (+ 5,4%); Argentina outros 48,0 milhões de t (+ 48,1%); e China deve produzir 20,5 milhões de t (+1,0%). Em relação as transações envolvendo a soja, 56,0% do comércio global será do Brasil, com exportações em 96,5 milhões de t (+ 3,8%). Na sequência, aparece os Estados Unidos com 53,8 milhões de t (-2,0%) e 31,2% de participação. Consequência da alta expressiva na produção, os estoques globais de soja devem somar 122,5 milhões de t ao final de 2023/24, o maior valor da história, 21,2% superior ao do ciclo passado ou 21,5 milhões de t a mais. Vamos ficar de olho se estes números se confirmam, uma vez que eles serão a principal referência para o comportamento dos preços. No algodão, o USDA indica que a produção deve ser menor em 2023/24, em 0,5%, estimada em 25,2 milhões de t. O principal impacto deve ser registrado na China, cuja oferta será de 5,98 milhões de t (- 10,5%). Índia, Estados Unidos e Brasil completam a lista com produções em 5,55 (+4,1%), 3,38 (+7,9%) e 2,89 (+1,9%), respectivamente. Já o consumo global deve crescer 6,0% neste novo ciclo, totalizando 25,3 milhões de t. Por fim, do lado das exportações, os Estados Unidos devem seguir na ponta com 2,93 milhões de t embarcadas da pluma (+7,1%), mas veem o Brasil se aproximar com 1,89 milhão de t (+ 26,0%) e já responder por 20,0% do comércio mundial da pluma. Por falar nos Estados Unidos, o ritmo de plantio segue acelerada. No milho, até o dia 14 de maio, 65% das áreas já haviam sido plantadas, contra 45% há um ano e 59% na média das últimas 5 safras. Já na soja, o progresso era de 49% no mesmo período, contra 27% na mesma data de 2022 e 36% na média dos 5 ciclos anteriores. Quase 30% das lavouras de milho já emergiram (25% na média histórica) e 20% para a soja (11% nos últimos 5 ciclos). Dados são também do USDA. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 8° levantamento com o acompanhamento da safra 2022/23 de grãos no país, revisando para cima a estimativa de produção: era de 312,5 milhões de t (abril) e foi a 313,9 milhões de t (maio). Se confirmada, a oferta será 15,2% superior à do ciclo passado. O reajuste veio, principalmente, em função da boa evolução das lavouras de milho 2ª safra pelo país. Ao todo, o cereal deve entregar 125,5 milhões de t (+11,0%), sendo 27,04 milhões de t (+ 8,1%) na 1ª safra; 96,14 milhões de t (+ 11,9%) na 2ª safra; e 2,35 milhões de t na 3ª safra (+ 6,2%). Com a colheita praticamente finalizada no país, a produção de soja foi também revista para cima pela Conab, de 153,63 milhões de t em abril para 154,81 milhões de t agora em maio. Com isso, a produção da oleaginosa deve crescer 23,3% este ciclo. Já no algodão, a previsão é de 2,90 milhões de t de pluma, 13,6% a mais do que as 2,55 milhões de t colhidas em 2021/22. Em relação a comercialização da soja,…
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Saem as Primeiras Estimativas da Safra 2023/24
Prof. Dr. Marcos Fava Neves, Vinicius Cambaúva e Vitor Nardini Marques
Na economia mundial e brasileira, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) cresceu 0,61% em abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os três principais segmentos que registraram alta mensal foram o de “Saúde e Cuidados Pessoais”, que cresceu 1,49%; o de “Vestuário”, cuja alta foi de 0,79%; e o de “Alimentação e Bebidas”, com crescimento de 0,71%. No caso da categoria de saúde, o aumento foi puxado pelo reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentos ao final de março e de 1,20% nos planos de saúde. Nos alimentos, a alta veio por parte dos itens básicos, como o tomate (+ 10,64%), o leite longa vida (+ 4,96%) e o queijo (+ 1,97%). Para os alimentos fora do domicílio, a inflação teve uma variação de 0,60% para 0,66% entre março e abril, sendo que a refeição saiu de 0,41% e foi a 0,51%.
No Boletim Focus de 12 de maio, o Banco Central do Brasil trouxe a atualização das previsões para a economia brasileira neste ano e no próximo. Em relação ao IPCA, foi estimado em 6,03% (alta em comparação a previsão de um mês atrás) para 2023 e em 4,75% para 2024 (baixa). Já o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 1,02% ao final deste ano (alta mensal) e 1,38% no término do próximo (baixa). O câmbio deve encerrar 2023 em torno de R$ 5,20 (baixa em comparação a 4 semanas) e fechar 2024 em R$ 5,20 (baixa). Por fim, a taxa Selic foi mantida nos níveis indicados um mês atrás: em 12,50% em 2023 e 10,00% no próximo ano.
No agro mundial e brasileiro, após 12 meses consecutivos de baixas nos Preços de Alimentos da FAO (Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), o indicador registrou alta mensal em abril, de 0,8%, em relação a março, fechando em 127,2 pontos. Apesar da alta na comparação ao mês anterior, os preços ainda estão 20% abaixo do mesmo mês de 2022. Já o índice internacional de preços de cereais fechou abril em 136,1 pontos, quase 20% abaixo de abril passado, justificada pela baixa em diversos produtos da categoria. No caso do milho, a queda mensal foi de 2,3%, impulsionada pela maior oferta na América do Sul. Já o trigo, os preços caíram 2,3% por conta da disponibilidade do cereal para exportação na Rússia e Austrália.
Neste mês de maio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o 1° acompanhamento mensal para a safra global de grãos em 2023/24. No milho, o órgão projeta uma produção mundial em 1,219 bilhão de t, alta de 6,0% em comparação a 2022/23 ou 69,4 milhões de t adicionais. A alta é justificada pela previsão de “retorno” na oferta do cereal em países como Estados Unidos e Argentina, ambos afetados pelo clima no ciclo passado. Entre os principais produtores, o cenário será o seguinte: Estados Unidos irá produzir 387,7 milhões de t (+11,2); China deve entregar 280,0 milhões de t (+ 1,0%); Brasil outros 129,0 milhões de t (-0,7%); e Argentina outros 54,0 milhões de t (+ 45,9%). Na Ucrânia, por conta do triste cenário, a produção será a menor das últimas 10 safras com 22 milhões de t (-18,5%).
Ainda em relação ao milho, vale o destaque de que a “baixa” de 0,7% na estimativa para a produção brasileira é justificada não por fatores negativos que afetem a produção, mas sim pelo resultado excelente que o ciclo atual deve entregar ao final de 2022/23. Vale lembrar que a produção de 2021/22 foi de 116,0 milhões de t; em 2022/23 a previsão é de 130,0 milhões de t; e para a próxima, o USDA reajusta para 129,0 milhões de t. Em nossa visão, há chances de superarmos estes resultados, a depender do clima e recuperação dos preços do grão (estímulo aos agricultores).
Já em relação ao comércio internacional, vale o destaque de que o Brasil deve exportar 56,0 milhões de t neste próximo ciclo, passando de vez os Estados Unidos, que irão embarcar 54,0 milhões de t. Ou seja, estamos diante de uma mudança estrutural e não mais conjuntural, como observado em 22/23. Como resultado da maior oferta de milho em 2023/24, os estoques finais devem ficar em 312,9 milhões de t, alta de 5,2% no comparativo com o ciclo anterior.
Para a cultura da soja, os números chamam bastante atenção! Isso porque o USDA estima uma oferta global de 410,6 milhões de t da oleaginosa, um crescimento de 10,9% ou 40,2 milhões de t a mais do que 2022/23. No Brasil, principal produtor, a oferta deve crescer de 155,0 (22/23) para 163,0 (23/24) milhões de t, alta de 5,2%. Com esse resultado, aproximadamente 40% da soja produzida no mundo será do nosso país. Outros países se destacam: Estados Unidos irão ofertar 122,7 milhões de t (+ 5,4%); Argentina outros 48,0 milhões de t (+ 48,1%); e China deve produzir 20,5 milhões de t (+1,0%).
Em relação as transações envolvendo a soja, 56,0% do comércio global será do Brasil, com exportações em 96,5 milhões de t (+ 3,8%). Na sequência, aparece os Estados Unidos com 53,8 milhões de t (-2,0%) e 31,2% de participação. Consequência da alta expressiva na produção, os estoques globais de soja devem somar 122,5 milhões de t ao final de 2023/24, o maior valor da história, 21,2% superior ao do ciclo passado ou 21,5 milhões de t a mais. Vamos ficar de olho se estes números se confirmam, uma vez que eles serão a principal referência para o comportamento dos preços.
No algodão, o USDA indica que a produção deve ser menor em 2023/24, em 0,5%, estimada em 25,2 milhões de t. O principal impacto deve ser registrado na China, cuja oferta será de 5,98 milhões de t (- 10,5%). Índia, Estados Unidos e Brasil completam a lista com produções em 5,55 (+4,1%), 3,38 (+7,9%) e 2,89 (+1,9%), respectivamente. Já o consumo global deve crescer 6,0% neste novo ciclo, totalizando 25,3 milhões de t. Por fim, do lado das exportações, os Estados Unidos devem seguir na ponta com 2,93 milhões de t embarcadas da pluma (+7,1%), mas veem o Brasil se aproximar com 1,89 milhão de t (+ 26,0%) e já responder por 20,0% do comércio mundial da pluma.
Por falar nos Estados Unidos, o ritmo de plantio segue acelerada. No milho, até o dia 14 de maio, 65% das áreas já haviam sido plantadas, contra 45% há um ano e 59% na média das últimas 5 safras. Já na soja, o progresso era de 49% no mesmo período, contra 27% na mesma data de 2022 e 36% na média dos 5 ciclos anteriores. Quase 30% das lavouras de milho já emergiram (25% na média histórica) e 20% para a soja (11% nos últimos 5 ciclos). Dados são também do USDA.
No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o 8° levantamento com o acompanhamento da safra 2022/23 de grãos no país, revisando para cima a estimativa de produção: era de 312,5 milhões de t (abril) e foi a 313,9 milhões de t (maio). Se confirmada, a oferta será 15,2% superior à do ciclo passado. O reajuste veio, principalmente, em função da boa evolução das lavouras de milho 2ª safra pelo país. Ao todo, o cereal deve entregar 125,5 milhões de t (+11,0%), sendo 27,04 milhões de t (+ 8,1%) na 1ª safra; 96,14 milhões de t (+ 11,9%) na 2ª safra; e 2,35 milhões de t na 3ª safra (+ 6,2%).
Com a colheita praticamente finalizada no país, a produção de soja foi também revista para cima pela Conab, de 153,63 milhões de t em abril para 154,81 milhões de t agora em maio. Com isso, a produção da oleaginosa deve crescer 23,3% este ciclo. Já no algodão, a previsão é de 2,90 milhões de t de pluma, 13,6% a mais do que as 2,55 milhões de t colhidas em 2021/22.
Em relação a comercialização da soja, até o dia 05 de maio, 51% do volume produzido em 2022/23 havia sido vendido pelos agricultores brasileiros (versus 61% no mesmo período de 2021/22). Já em relação a próxima safra, 2023/24, o ritmo de venda antecipada também segue lento: 6,0% de avanço contra 12,0% na mesma data de 2022/23. Os dados fazem parte de levantamento da consultoria Safras & Mercado.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) o déficit de armazenagem de grãos em 2023 no Brasil pode chegar a 118,5 milhões de t; resultado de uma produção em torno de 312,5 milhões de t versus capacidade de armazenagem em 194,0 milhões de t. Este déficit é 41,2% superior ao registrado na safra passada (83,9 milhões de t), comportamento que tem impactado diretamente o mercado e preços internos dos grãos.
Nas culturas de inverno, a Conab indica uma queda de 9,4% na produção total de 2022/23, que podem ser impactadas pelo clima e investimentos nas lavouras. A previsão é de 11,2 milhões de t, com destaque para o trigo (9,55 milhões de t |- 9,4%). Vale lembrar que os cultivos de inverno ainda estão em fase inicial de plantio, ou seja, os números ainda estão sujeitos a variações mais significativas.
No campo, as lavouras de milho 2ª safra encontram-se diante dos seguintes estágios fenológicos, segundo a Conab: 49,3% está em enchimento de grãos; 32,0% em floração; 14,1% em desenvolvimento vegetativo e apenas 4,1% em maturação. Nenhuma área registrou colheita do cereal de safrinha, até o momento. Já no algodão, temos o seguinte cenário: 61,6% das lavouras encontram-se em formação das maças; 37,9% estão sob maturação; e 0,2% já foi colhido.
Em relação ao trigo, a colheita tem evoluído bem nas últimas semanas, especialmente nos estados de Goiás, Minhas Gerais e Bahia, onde os avanços são de 90,0%, 97,4% e 90,0%, respectivamente. Na região Sul do Brasil, principal produtora, apenas o estado do Paraná já registra operações de colheita, com 39,0% de progresso. Rio Grande do Sul e Santa Catarina ainda estão em estágios anteriores, em vista do período de cultivo durante a safra de inverno. Com isso, a média nacional de colheita do trigo alcançou 25,3% até o dia 13 de maio, segundo a Conab, contra 16,2% no mesmo período do ano passado.
Na atualização mensal de maio, o Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária de 2023 foi estimado em R$ 1,215 trilhão, alta de 4,7% em relação ao ano anterior. Nas cadeias de produção agrícola (lavouras), o VBP deve ser de R$ 868,9 bilhões (+ 8,0%), enquanto que na pecuária o resultado esperado é de R$ 347,9 bilhões (- 2,6%). Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), as culturas que devem ter melhor desempenho neste ano são a mandioca (+ 37,3%), laranja (+ 28,3%), o feijão (+ 20,9%), enquanto soja, milho e cana-de-açúcar devem crescer 10,5%, 6,5% e 10,1%, respectivamente. Os destaques negativos ficam para as carnes bovina e de frango.
Nas exportações, o agronegócio brasileiro vendeu US$ 14,75 bilhões em abril, queda de 0,6% no comparativo com o mesmo mês de 2022, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Com o resultado, o setor representou 53,9% de todas as exportações brasileiras no mês. Segundo o Mapa, foram 14,3 milhões de t embarcadas de soja (+25,0%), 134 mil t de carne bovina (- 27,8%), 369 mil t de milho (-31,9%), 969 mil t de açúcar (-26,2%) e o etanol com 193 milhões de litros (+ 104,7%).
- O top 5 dos produtos mais exportados pelo setor, em função da receita, foi formado em 1° lugar o complexo soja com US$ 8,89 bilhões, alta de 10,3% no comparativo mensal, sendo que a soja em grãos participou de 87,2% (US$ 7,75 bilhões). O volume total da categoria também cresceu, 21,2%, somando 16,2 milhões de t.
- Em 2° aparecem as carnes, segmento que registrou queda de 19,2% nas receitas com US$ 1,74 bilhão exportado, dos quais: US$ 827 milhões foram relativos a carne de frango (+ 3,2%); US$ 619 milhões a carne bovina (-43,8%); e US$ 249 milhões para a suína (+ 30,5%).
- Em 3° ficaram os produtos florestais com US$ 1,24 bilhão (-16,3%), sendo que celulose, madeiras e papel participaram com 53,0%, 30,8% e 16,2%, respectivamente.
- Na sequência (4°) ficou o complexo sucroalcooleiro com US$ 617 milhões (+ 3,8%), destaque para alta de 84,8% nas receitas de etanol (US$ 157 milhões).
- Por fim, em 5°, ficou o café com receita de US$ 583 (-20,7%).
Do lado das importações, o agro adquiriu US$ 1,22 bilhões em abril (- 7,0%), o que resulta em um saldo de US$ 13,52 bilhões, praticamente o mesmo registrado em abril passado. No acumulado de 2023, exportamos US$ 50,60 bilhões (+ 4,3%), importamos US$ 5,69 bilhões ( +11,9%) e somamos um saldo de US$ 44,91 bilhões (+ 3,38%).
Ainda sobre o comércio internacional, uma boa notícia é que o Brasil já recebeu autorização de 18 novos mercados para exportações de agroprodutos em 2023; é o que informou o Mapa em nota. Entre os destaques estão a abertura da carne suína no México, a ampliação das cotas de carne de frango no Reino Unido e a reabertura de alguns produtos pela Argentina.
Na cadeia da laranja, o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e a Markestrat divulgaram, no último dia 10 de maio, a 1ª estimativa para a safra 2023/24 de laranja no Cinturão Citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste de Minas Gerais. O órgão prevê uma colheita de 309,34 milhões de caixas (40,8 kg), alta de 1,55% no comparativo com a safra passada (2022/23). Entre os fatores que sustentam a projeção estão: 1) a bienalidade negativa de produção, o que resulta em menor carga de frutos por árvore; 2) o índice de chuvas acima da média histórica; 3) o florescimento menos expressivo em algumas variedades tardias; e 4) a incidência e severidade do greening.
Outro fato relevante neste mês foi o registro dos primeiros casos de gripe aviária de alta patogenicidade no Brasil, detectados em aves marinhas no estado do Espirito Santo. O comunicado foi feito pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que declarou “estado de alerta”, com a finalidade de ampliar a mobilização do setor em prol dos cuidados veterinários e zootécnicos. Apesar do relato, o Brasil segue com o status de país livre de influenza aviária e não há riscos para a alimentação humana.
Maio também foi mês de realização da edição de 2023 da Agrishow, uma das maiores feiras de tecnologia e inovação agrícola do mundo, que acontece em Ribeirão Preto – SP. O evento registrou R$ 13,29 bilhões em vendas, alta de 9,5% na comparação com a edição anterior (2022). Participaram do evento mais de 195 mil pessoas, 5 mil a mais do que o público do ano passado. Já a Prefeitura de Ribeirão preto informou que a feira gerou 5 mil empregos temporários na cidade, além do aumento de 24% nos resultados de comércios, bares e restaurantes.
E concluindo a nossa análise do agronegócio, seguem os preços dos principais produtos do setor na data de fechamento da nossa coluna:
A soja, para entrega em cooperativa do estado de São Paulo, estava cotada em R$ 134,30/sc (60 kg) no preço FOB e em R$ R$ 129,30/sc para mar/24. Já o milho físico registrava preços em R$ 57,00/sc e futuros (B3) em R$ 62,95/sc para nov/23 e R$ 68,60/sc para mar/24. O algodão (Base Esalq) estava em R$ 125,48/@. Outros produtos registravam os seguintes preços com base no Cepea/Esalq: boi gordo em 273,60/@; café arábica em R$ 1.037,39/sc (60kg); o trigo Paraná em R$ 1.438,83/t; e a laranja para indústria em R$ 40,00/cx (40,8kg) a prazo.
Os cinco fatos do agro para acompanhar em junho são:
- Seguir olhando semanalmente para as atualizações do progresso da safra de grãos nos Estados Unidos. Como vimos, o ritmo de plantio e desenvolvimento das lavouras segue bastante positivo. Com a nova projeção da oferta global de grãos bastante superior em 2023/24, o comportamento da mega safra americana deve balizar bastante os preços nos próximos meses.
- No Brasil, seguir de olho no clima e desenvolvimento da nossa 2ª safra de milho. Ao que parece, a expectativa é cada vez mais positiva, com a previsão de 125 milhões de t se confirmando. Vamos torcer para que as frentes frias a caminho ou mesmo os efeitos do El Niño não prejudicam as lavouras.
- Observar o câmbio, que segue tendência de queda. Há um mês, estava em R$ 5,08, foi a R$ 4,88 em 13 de maio e registrava R$ 4,94 na data de fechamento da nossa coluna. Vale lembrar que isso é positivo do ponto de vista dos preços dos insumos (boa parte com matérias-primas importadas), mas impacta também as cotações das commodities agrícolas negociadas em dólar.
- Seguir acompanhando as definições relativas ao Plano Safra 2023/24. A previsão inicial é de que seria lançado em maio, mas até o fechamento do nosso artigo (16), ainda não haviam sido divulgadas informações. Importante analisar a questão de juros e disponibilidade de crédito.
- Por fim, seguir acompanhando os outros fatos de conjuntura no cenário nacional e internacional: Guerra entre Rússia e Ucrânia; economia global; as discussões do arcabouço fiscal no Brasil e outros.
Marcos Fava Neves é Professor Titular (em tempo parcial) das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio. Acompanhe outros materiais na página DoutorAgro.com e no canal do Youtube.
Vinícius Cambaúva é associado na Markestrat Group, mestrando em Administração de Organizações pela FEA-RP/USP e especialista em comunicação estratégica no agronegócio.
Vitor Nardini Marques é associado na Markestrat Group, mestrando em Administração de Organizações pela FEA-RP/USP e especialista em inteligência de mercado para o agronegócio.
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