Otimização Genética na Pecuária Leiteira da Nigéria
A pecuária de leite na Nigéria está passando por um processo de melhoramento genético, graças ao projeto desenvolvido pela FAO, Embrapa e Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. A inseminação artificial e edição do genoma estão sendo aplicadas para aumentar a produção diária de leite das vacas nigerianas Bunaji e Gudali em parceria com o sêmen da raça Girolando do Brasil. A expectativa é elevar a produção para 10 a 15 litros por vaca, representando uma melhoria significativa na sustentabilidade da produção leiteira de pequena escala na região.
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Desenvolvimento
Girolando: a revolução brasileira para a pecuária de leite tropical
A raça sintética Girolando é fruto do cruzamento entre as raças Gir e Holandesa, combinando o melhor de ambas. Criada em 1989, ela se tornou uma peça fundamental no desenvolvimento da pecuária de leite brasileira. O objetivo era ter uma genética bovina produtiva e adaptada às condições tropicais do país. Com o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando, a raça passou por uma verdadeira revolução. A produção média de leite subiu incríveis 170% em 22 anos, alcançando 6.930 kg em 2023. Além disso, a comercialização de sêmen cresce a cada ano, tornando a Girolando a raça preferida para a produção de leite nas regiões tropicais.
Ganhos para ambos os países
O projeto de aplicação da Girolando na Nigéria não só beneficia o país africano, mas também o Brasil. Além de incrementar a exportação de sêmen, embriões e animais, o Brasil exporta tecnologia de ponta desenvolvida na área genômica da raça Girolando. A cooperação entre os dois países promete expandir para outras nações africanas e do Oriente Médio. A proposta já despertou interesse na Arábia Saudita. A exportação de animais e embriões beneficia os criadores brasileiros e amplia o mercado nacional e internacional para a raça.
Conclusão
A raça Girolando representa uma revolução na pecuária de leite tropical, unindo o melhor das raças Gir e Holandesa. Sua aplicação na Nigéria promete elevar a produção de leite no país, trazendo benefícios econômicos e tecnológicos para ambos os países. O desenvolvimento genético da raça no Brasil posiciona o país como referência mundial em genética bovina para produção de leite em regiões de clima tropical. A parceria entre Embrapa e FAO abre novas oportunidades de cooperação internacional e promete transformar a realidade da produção leiteira na África Subsaariana.
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Conclusão
A parceria entre a Nigéria e o Brasil no melhoramento genético do rebanho nigeriano através da raça Girolando traz benefícios significativos para ambos os países. Além de aumentar a exportação de sêmen, embriões e animais, a tecnologia desenvolvida pelo Brasil está sendo compartilhada, contribuindo para a produção leiteira sustentável na África. A iniciativa também abre portas para a cooperação internacional em outras regiões, como a Arábia Saudita, demonstrando o potencial do Brasil como referência mundial em genética bovina para produção de leite em climas tropicais. Este projeto ilustra como a inovação e a colaboração entre países podem impulsionar setores-chave como a pecuária leiteira, promovendo o desenvolvimento econômico e sustentável em escala global.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Análise: Projeto de melhoramento genético do rebanho bovino na Nigéria
O projeto visa melhorar a viabilidade econômica e a sustentabilidade da produção leiteira de pequena escala na África Subsaariana, utilizando raças bovinas locais adaptadas às condições da região. Iniciativas como inseminação artificial e edição do genoma são fundamentais para aumentar a produção de leite no país.
FAQs:
1. Quais raças de vacas estão sendo inseminadas na Nigéria?
As raças nigerianas Bunaji e Gudali estão sendo inseminadas com sêmen da raça sintética brasileira Girolando.
2. Qual é a expectativa de produção diária de leite por vaca com o melhoramento genético?
A pecuária de leite nigeriana tem capacidade de elevar a produção diária para 10 a 15 litros por vaca.
3. Qual o objetivo do projeto da FAO e Embrapa na Nigéria?
O projeto visa melhorar o rebanho nigeriano por meio de técnicas como inseminação artificial e edição do genoma, visando a sustentabilidade da produção leiteira na região.
4. Quais os benefícios para o Brasil com o projeto na Nigéria?
O Brasil pode incrementar exportação de sêmen, embriões, e tecnologia de avaliação genômica da raça Girolando.
5. Como a raça Girolando revolucionou a pecuária de leite tropical no Brasil?
O cruzamento das raças Gir e Holandesa resultou na raça sintética Girolando, adaptada às condições tropicais e com elevada produção de leite, tornando-se preferida nas regiões tropicais.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo
Projeto prevê o melhoramento genético do rebanho nigeriano por meio de técnicas como inseminação artificial, edição do genoma e outras biotecnologias. Objetivo é melhorar a viabilidade econômica e a sustentabilidade da produção leiteira de pequena escala na África Subsaariana, utilizando as raças bovinas locais, já adaptadas às condições da região. Idealizado pela Organização das Nações Unidas, trabalho tem participação da Embrapa e da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. Expectativa é estender parceria para a transferência de tecnologia em pastagens, alimentação e manejo. Produtores de leite da Nigéria, no oeste da África, estão inseminando vacas das raças nigerianas Bunaji e Gudali com sêmen da raça sintética brasileira Girolando. O trabalho é feito em parceria com a Embrapa e o objetivo é alavancar a produção de leite no país, cuja média é de dois litros diários por vaca. Segundo o diretor da Agência Nacional para o Desenvolvimento da Biotecnologia Agrária (NABDA) da Nigéria, Abdullahi Mustapha, com o melhoramento genético dos rebanhos locais, a pecuária de leite nigeriana tem capacidade de elevar a produção diária para 10 a 15 litros por vaca. “Já começamos a fazer as inseminações artificiais do gado nigeriano com o sêmen Girolando do Brasil”, diz Mustapha. Mais de 600 vacas foram inseminadas e, segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite (MG) Marcos Vinícius G. B. Silva, já nasceram 250 bezerras F1 (meio sangue de Girolando/raça nigeriana). A expectativa inicial é realizar 2 mil inseminações em cem fazendas que fazem parte do projeto. O diretor de pesquisa em genética, genômica e bioinformática da NABDA, Oyekanmi Nash, diz que os produtores nigerianos vão esperar que as novas vacas entrem em produção para substituir paulatinamente o rebanho. Ainda segundo ele, de início, as novas vacas produziriam entre cinco e dez litros de leite e progrediriam sem perder a boa adaptabilidade das espécies nigerianas às condições locais. O próximo passo da NABDA é fazer a análise genômica das vacas F1 para identificar quais características os animais resultantes dos cruzamentos herdaram dos pais e prever o potencial das novas vacas para a produção de leite. FAO e Embrapa na África O projeto Biotechnologies for Sustainable Dairy production in Africa (Biotecnologias para a produção leiteira sustentável na África) foi desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com a presença da Embrapa. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando participa indiretamente do projeto com informações sobre o pedigree dos touros e outros dados zootécnicos. Já a Nigéria seleciona as propriedades, treina os inseminadores e fornece o suporte para obtenção e coleta de dados. O projeto prevê o melhoramento genético do rebanho nigeriano por meio de técnicas como inseminação artificial, edição do genoma e outras biotecnologias. O objetivo é melhorar a viabilidade econômica e a sustentabilidade da produção leiteira de pequena escala na África Subsaariana, utilizando as raças bovinas locais, já adaptadas às condições da região. Em breve, a parceria deverá ser estendida para a transferência de tecnologia em pastagens, alimentação e manejo. Foto: Marcos Vinícius G.B. Silva Ganhos para ambos os países De grande importância para a Nigéria, o projeto também é bom para o Brasil. “Além de incrementar a exportação de sêmen, embriões e animais Girolando, estamos exportando tecnologia de ponta, desenvolvida pelo Brasil, que é a avaliação genômica da raça Girolando”, afirma o pesquisador. Silva diz ainda que a Empresa está cumprindo seu papel, já que a África é uma das prioridades para a Embrapa no que se refere à cooperação internacional. Ações como essa deverão ser expandidas para outros países africanos e do Oriente Médio. A Arábia Saudita, por exemplo, já demonstrou interesse em participar do projeto e uma proposta semelhante já foi encaminhada às autoridades daquele país. Além da exportação de sêmen e de tecnologia, outra vantagem para a pecuária nacional é que um grande mercado de venda de animais e embriões se abre para os criadores brasileiros. Gigante da África A Nigéria tem cerca de 210 milhões de habitantes, sendo o país mais populoso do continente africano e o sexto mais populoso do mundo. A previsão é que até 2050 o país se torne umas das 20 maiores economias mundiais. No entanto, a maior parte da população nigeriana ainda vive na pobreza absoluta. Mustapha informa que as crianças nigerianas não consomem sequer 10% da quantidade de leite necessária. O país importa anualmente cerca de US$ 1,5 bilhão em produtos lácteos, mas Mustapha acredita que a Nigéria tem condições para ser exportador de leite para outros países africanos. “Temos um grande rebanho bovino, capacidade de alimentá-lo e pesquisadores em condições para tornar as raças nigerianas mais produtivas”, afirma. “Muitos países transformaram geneticamente seus rebanhos e estão produzindo leite em maior quantidade e melhor qualidade e nós também podemos realizar isso”, conclui. Girolando: a revolução brasileira para a pecuária de leite tropical O desenvolvimento da raça sintética Girolando, resultante do cruzamento das raças Gir e Holandesa, foi definido pelo pesquisador da Embrapa Rui da Silva Verneque como o “milagre da pecuária de leite brasileira”. A raça taurina Holandesa (Bos taurus) é a que possui maior volume de produção, resultado de muitos séculos de seleção. No entanto, por ser oriunda do clima temperado europeu, os animais são mais vulneráveis ao calor e às doenças tropicais. Já a raça zebuína Gir (Bos indicus) tem origem nas regiões tropicais da Índia, sendo mais adaptada ao calor e a endo e ecto parasitas. Com o objetivo de reunir o melhor das duas raças, em 1989 o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento homologou a raça sintética “Girolando”. Buscou-se com isso dotar o Brasil de uma genética bovina produtiva e adaptada às condições tropicais, agregando o que há de melhor nas raças Gir e Holandesa. Menos de uma década depois, em 1997, com a parceria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, foi criado pela Embrapa Gado de Leite o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG). O objetivo do PMGG é avaliar animais para a produção de leite e outras 32 características de importância econômica, incorporando, a cada ano, novos aspectos de avaliações, resultados, tecnologias e informações para os criadores. Com uma década do Programa, além do teste de progênie, os criadores também passaram a receber informações acerca dos genótipos, marcadores moleculares, avaliações do sistema linear (Sistema de Avaliação Linear Girolando – SALG) e genética para idade ao primeiro parto, além da avaliação genômica de fêmeas da raça. Nos últimos anos, a raça Girolando passou por uma revolução. A produção de leite média em até 305 dias na raça, em 2000, alcançava 3.683 kg e, já em 2023, esse índice subiu para 6.930 kg, representando aumento de aproximadamente 170% no período de 22 anos. O número de características avaliadas foi estendido de apenas três, em 2020, para 33, em 2023, além de outros 12 índices e compostos. Outro ponto importante se refere à comercialização de sêmen no Brasil, que cresce ano a ano, sendo hoje a raça com maior expansão. Em 2023, foram produzidas 825.099 doses de sêmen, o que representa um aumento de mais de 11% em relação ao ano anterior. Segundo Silva, devido a estes e a outros fatores, a raça Girolando vem ganhando cada vez mais reconhecimento nacional e internacional, tornando-se, desta forma, a preferida para produção de leite nas regiões tropicais. No Brasil, a raça possui grande aceitação e cerca de 80% do leite produzido no País provêm de animais Girolando, sendo capazes de manter bom nível de produção em diferentes sistemas de manejo e de condições climáticas. As ações voltadas para o melhoramento da raça tornaram o Brasil uma referência mundial em genética bovina para produção de leite em regiões de clima tropical. Prova disso são as importações da genética bovina nacional. “O tamanho desse mercado é incalculável, a julgar pelo interesse de alguns países, que incluem potências econômicas como a China, além dos países africanos”, conclui o pesquisador. Foto: Zineb Benchekchou
Foto: Marcos Vinícius G.B. Silva
O projeto prevê o melhoramento genético do rebanho nigeriano por meio de técnicas como inseminação artificial, edição do genoma e outras biotecnologias
Produtores de leite da Nigéria, no oeste da África, estão inseminando vacas das raças nigerianas Bunaji e Gudali com sêmen da raça sintética brasileira Girolando. O trabalho é feito em parceria com a Embrapa e o objetivo é alavancar a produção de leite no país, cuja média é de dois litros diários por vaca. Segundo o diretor da Agência Nacional para o Desenvolvimento da Biotecnologia Agrária (NABDA) da Nigéria, Abdullahi Mustapha, com o melhoramento genético dos rebanhos locais, a pecuária de leite nigeriana tem capacidade de elevar a produção diária para 10 a 15 litros por vaca.
“Já começamos a fazer as inseminações artificiais do gado nigeriano com o sêmen Girolando do Brasil”, diz Mustapha. Mais de 600 vacas foram inseminadas e, segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite (MG) Marcos Vinícius G. B. Silva, já nasceram 250 bezerras F1 (meio sangue de Girolando/raça nigeriana). A expectativa inicial é realizar 2 mil inseminações em cem fazendas que fazem parte do projeto.
O diretor de pesquisa em genética, genômica e bioinformática da NABDA, Oyekanmi Nash, diz que os produtores nigerianos vão esperar que as novas vacas entrem em produção para substituir paulatinamente o rebanho. Ainda segundo ele, de início, as novas vacas produziriam entre cinco e dez litros de leite e progrediriam sem perder a boa adaptabilidade das espécies nigerianas às condições locais.
O próximo passo da NABDA é fazer a análise genômica das vacas F1 para identificar quais características os animais resultantes dos cruzamentos herdaram dos pais e prever o potencial das novas vacas para a produção de leite.
FAO e Embrapa na África
O projeto Biotechnologies for Sustainable Dairy production in Africa (Biotecnologias para a produção leiteira sustentável na África) foi desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com a presença da Embrapa. A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando participa indiretamente do projeto com informações sobre o pedigree dos touros e outros dados zootécnicos. Já a Nigéria seleciona as propriedades, treina os inseminadores e fornece o suporte para obtenção e coleta de dados.
O projeto prevê o melhoramento genético do rebanho nigeriano por meio de técnicas como inseminação artificial, edição do genoma e outras biotecnologias. O objetivo é melhorar a viabilidade econômica e a sustentabilidade da produção leiteira de pequena escala na África Subsaariana, utilizando as raças bovinas locais, já adaptadas às condições da região. Em breve, a parceria deverá ser estendida para a transferência de tecnologia em pastagens, alimentação e manejo.
Foto: Marcos Vinícius G.B. Silva
Ganhos para ambos os países
De grande importância para a Nigéria, o projeto também é bom para o Brasil. “Além de incrementar a exportação de sêmen, embriões e animais Girolando, estamos exportando tecnologia de ponta, desenvolvida pelo Brasil, que é a avaliação genômica da raça Girolando”, afirma o pesquisador. Silva diz ainda que a Empresa está cumprindo seu papel, já que a África é uma das prioridades para a Embrapa no que se refere à cooperação internacional.
Ações como essa deverão ser expandidas para outros países africanos e do Oriente Médio. A Arábia Saudita, por exemplo, já demonstrou interesse em participar do projeto e uma proposta semelhante já foi encaminhada às autoridades daquele país. Além da exportação de sêmen e de tecnologia, outra vantagem para a pecuária nacional é que um grande mercado de venda de animais e embriões se abre para os criadores brasileiros.
Gigante da ÁfricaA Nigéria tem cerca de 210 milhões de habitantes, sendo o país mais populoso do continente africano e o sexto mais populoso do mundo. A previsão é que até 2050 o país se torne umas das 20 maiores economias mundiais. No entanto, a maior parte da população nigeriana ainda vive na pobreza absoluta. Mustapha informa que as crianças nigerianas não consomem sequer 10% da quantidade de leite necessária. O país importa anualmente cerca de US$ 1,5 bilhão em produtos lácteos, mas Mustapha acredita que a Nigéria tem condições para ser exportador de leite para outros países africanos. “Temos um grande rebanho bovino, capacidade de alimentá-lo e pesquisadores em condições para tornar as raças nigerianas mais produtivas”, afirma. “Muitos países transformaram geneticamente seus rebanhos e estão produzindo leite em maior quantidade e melhor qualidade e nós também podemos realizar isso”, conclui. |
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Rubens Neiva (MTb 5.445/MG)
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