Árvores no pasto melhoram ganho de peso, conforto térmico e reprodução de bovinos

A influência das árvores no pasto na produção bovina

Estudo avalia o bem-estar animal em sistemas de ILPF

O conforto térmico dos bovinos de corte criados no pasto é crucial para seu desempenho e bem-estar. Um estudo realizado pela Embrapa Pecuária Sudeste avaliou o impacto do plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais, buscando entender como o conforto térmico afeta o comportamento e as condições fisiológicas dos animais.

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Neste artigo, vamos explorar os resultados dessa pesquisa inovadora, destacando a importância do conforto térmico na produção de bovinos de corte e como a presença de árvores pode influenciar positivamente o microclima, o comportamento animal e os ganhos fisiológicos.

O desafio do conforto térmico na criação de bovinos de corte

O ambiente em que os animais são criados tem um impacto significativo em seu bem-estar e desempenho. O estresse térmico, causado por altas temperaturas e falta de sombra, pode levar a distúrbios nutricionais, redução no ganho de peso e até mesmo comprometer a reprodução e a fertilidade dos animais.

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Resultados da Pesquisa sobre Conforto Térmico em Bovinos

O estudo realizado na Embrapa Pecuária Sudeste avaliou o impacto do conforto térmico nos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) em bovinos de corte. O monitoramento abrangeu diferentes aspectos, desde o ambiente de produção até o nível celular dos animais.

Benefícios do Plantio de Árvores

Os resultados apontam que o plantio de árvores em pastagens tropicais proporcionou um microclima mais favorável, influenciando no conforto térmico, comportamento natural e condições fisiológicas dos bovinos. Essa prática pode beneficiar o desempenho dos animais e a sustentabilidade da produção.

Impacto do Conforto Térmico na Produção Animal

O estresse térmico causado por altas temperaturas pode prejudicar a saúde e o desempenho dos bovinos, levando a distúrbios metabólicos, redução no ganho de peso e problemas reprodutivos. Manter um ambiente com conforto térmico adequado é essencial para maximizar a eficiência e o bem-estar dos animais.

Comportamento dos Bovinos em Diferentes Ambientes

Os animais criados em pastagens com sombreamento passaram mais tempo descansando e ruminando, mostrando preferência por áreas com árvores. O comportamento dos bovinos é influenciado pelas condições ambientais, e a presença de sombra pode promover hábitos mais saudáveis nos animais.

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Conclusão

Os resultados da pesquisa conduzida pela Embrapa Pecuária Sudeste demonstram a importância do conforto térmico para o bem-estar dos bovinos de corte e sua influência direta no desempenho e na produtividade dos animais. A implementação de árvores em áreas de pastagens tropicais mostrou-se benéfica, proporcionando um microclima mais favorável, comportamento natural e condições fisiológicas adequadas.

Com base nos dados obtidos, é fundamental incentivar os pecuaristas a adotarem práticas que visem o conforto térmico dos animais, garantindo seu desenvolvimento saudável e evitando problemas como estresse térmico, distúrbios metabólicos e redução do ganho de peso. Além disso, a presença de árvores nas pastagens não apenas contribui para o bem-estar animal, mas também agrega valor ao sistema de produção, promovendo benefícios ambientais e aumentando a biodiversidade.

Portanto, a pesquisa ressalta a importância de considerar o conforto térmico como um fator essencial na criação de bovinos de corte, permitindo ajustes no manejo do rebanho e no ambiente de produção para garantir melhores condições de vida aos animais e maximizar a eficiência na pecuária.

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

Estudo sobre conforto térmico de bovinos em sistema ILPF

O estudo realizado na Embrapa Pecuária Sudeste avaliou o bem-estar animal e o conforto térmico proporcionado pelos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) em áreas de pastagens tropicais. Os resultados demonstraram que o plantio de árvores nessas áreas proporcionou um microclima mais favorável para os bovinos de corte, influenciando positivamente no conforto térmico, comportamento natural e condições fisiológicas dos animais.

FAQs sobre o estudo:

1. Qual foi o parâmetro avaliado no estudo?

No estudo, foram avaliados aspectos ambientais, comportamentais e análises laboratoriais em relação ao conforto térmico dos bovinos criados no pasto do sistema ILPF.

2. Por que o conforto térmico é importante para os bovinos de corte?

O conforto térmico é essencial para o bem-estar e desempenho dos bovinos, pois o estresse térmico pode comprometer a reprodução, fertilidade e eficiência dos sistemas de produção.

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3. Qual a diferença de peso entre os bovinos criados em áreas sombreadas e a pleno sol?

Os bovinos criados em áreas sombreadas e a pleno sol apresentaram pesos de final de ciclo semelhantes, devido à melhor qualidade da forragem produzida nas áreas arborizadas.

4. Quais benefícios a presença de árvores proporciona ao sistema de produção?

A presença de árvores nas pastagens aumenta a biodiversidade, melhora a qualidade do solo, reduz a temperatura, favorece o bem-estar animal e contribui para o equilíbrio do carbono na produção dos bovinos.

5. Como o comportamento dos bovinos foi influenciado pelos sistemas com árvores?

Os bovinos mantidos em áreas arborizadas preferiram permanecer nas áreas sombreadas, apresentando comportamentos adequados e melhor adaptação às condições ambientais, como altas temperaturas e radiação solar.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Do Campo

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Verifique a Fonte Aqui

Texto: Agência FAPESP

Estudo conduzido na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pecuária Sudeste, de São Carlos, avaliou o bem-estar animal, de maneira multidimensional, em relação ao conforto térmico proporcionado pelos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O monitoramento ocorreu sob vários aspectos: desde o sistema de produção até o nível celular de bovinos de corte criados no pasto.


O primeiro parâmetro avaliado foi o ambiental, o segundo foi de observação dos animais e das respostas comportamentais e, por último, foram feitas a coleta do material biológico e as análises laboratoriais.

“Fomos do nível macro, utilizando sobrevoos de avião com câmeras termais, passando pelo sensoriamento proximal dos animais, até chegar ao nível da microscopia. Três abordagens bem diferentes, mas que se correlacionam, e com tecnologias inovadoras”, explicou à Assessoria de Comunicação da Embrapa Pecuária Sudeste Alexandre Rossetto Garcia, coordenador do estudo financiado pela FAPESP.

Os resultados apontam que o plantio de árvores em áreas de pastagens tropicais proporcionou um microclima mais favorável à criação de bovinos de corte, influenciando no conforto térmico, na expressão do comportamento natural e nas condições fisiológicas.


Segundo o pesquisador, os dados obtidos são importantes para incentivar o pecuarista a implementar na propriedade ações focadas nas boas práticas. “O conforto térmico é um componente essencial do bem-estar e que afeta o desempenho de bovinos de corte. Essa informação deve ser considerada quando se utiliza um sistema de produção baseado em pastagens tropicais. Nesses modelos, os animais ficam mais expostos às condições ambientais e podem sofrer com o acúmulo excessivo de calor, principalmente em pastagens sem o componente arbóreo. Assim, é importante saber como os fatores bioclimáticos influenciam a manutenção da temperatura corporal interna e o comportamento, a fim de permitir ajustes no manejo do rebanho e do ambiente de produção”, destaca Garcia.

O estresse térmico prejudica a homeostase, que é a capacidade dos organismos de manter seu meio interno estável. Isso leva a distúrbios nutricionais e metabólicos, reduzindo a taxa de crescimento e o ganho de peso. Segundo o pesquisador, o calor é capaz de tirar o gado de sua zona de conforto de temperatura, levando ao estresse térmico, comprometendo a reprodução e reduzindo a fertilidade, além de diminuir a eficiência dos sistemas de produção. Eventos climáticos extremos também podem ocasionar efeitos adversos na condição imunológica dos bovinos, tornando-os mais suscetíveis a doenças.

Um dado importante da pesquisa se refere à evolução de peso e à frequência de consumo de água. As médias iniciais e finais de peso vivo dos animais criados em sistemas sombreados e em sistemas a pleno sol foram semelhantes e a produtividade por animal não teve diferença.


A preocupação do produtor é saber se na pastagem sombreada o boi ganha mais ou menos peso. A oferta de pasto é um pouco reduzida na área com árvores. No entanto, a qualidade da forragem produzida é melhor, com maior teor de proteína bruta. Assim, tanto o rebanho a pleno sol como o do ILPF chegam ao final do ciclo de engorda com peso igual.

“O fato de o peso ser semelhante e trabalhar com um sistema que traz outras vantagens do ponto de vista ambiental já agrega muito valor à iniciativa de arborizar as pastagens. Deve-se olhar do ponto de vista sistêmico, considerar o desempenho animal e os benefícios da presença da árvore, que aumenta a biodiversidade, a matéria orgânica no solo, reduz a temperatura, traz bem-estar animal e favorece o balanço de carbono na produção dos bovinos”, apontou Garcia. Já em relação à água, os animais no ILPF reduziram a frequência de idas ao bebedouro.

Experimento

Realizada na Fazenda Canchim, sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos, no interior paulista, a pesquisa a campo teve duração de 13 meses, compreendendo um ciclo completo e percorrendo todas as estações climáticas, entre o verão de um ano até o verão do ano seguinte.

O projeto foi executado em parceria com instituições de pesquisa do Brasil: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Universidade Federal Fluminense (UFF). Instituições do exterior também colaboraram, no caso a Università di Bologna e a Università degli Studi di Milano, ambas da Itália.

Para o experimento, foram avaliados 64 machos das raças Nelore e Canchim, com 24 meses, peso médio de 412 quilos (kg) no início da investigação científica. Os animais foram divididos em dois sistemas diferentes. Um de pastagem a pleno sol, com 12 hectares de capim Urochloa brizantha (cultivar Piatã) e poucas árvores, que ofertava entre 3% e 4% de sombreamento natural, índice similar ao adotado na maioria dos sistemas de produção a pasto no Brasil. O outro sistema de produção era do tipo Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), também com 12 hectares de Piatã, arborizado com eucaliptos. Em cada sistema foram mantidos animais Nelore e Canchim, que tiveram acesso irrestrito à água e à mistura mineral e receberam o mesmo manejo sanitário.

A principal conclusão em cada uma das dimensões foi de que os sistemas com árvores melhoram o microclima e o conforto térmico e, com isso, trazem bem-estar animal, comportamentos adequados e ainda ganhos fisiológicos.

Os resultados observacionais mostraram que os animais criados em pastagens com pouca sombra pastejaram mais pela manhã do que os mantidos em ILPF, principalmente nas estações mais quentes. Ainda, permaneceram mais tempo deitados, ruminando ou repousando. Os animais do grupo ILPF preferiram permanecer nas áreas sombreadas.

De acordo com o coordenador da pesquisa, altas temperaturas do ar, umidade relativa e radiação solar podem afetar negativamente o comportamento dos bovinos quanto ao tempo dedicado ao descanso e ao pastejo. “O comportamento pode ser utilizado para analisar as respostas dos animais às condições ambientais nos sistemas de produção. A condição de estresse calórico, ao longo do tempo, constitui um problema crônico que afeta a saúde e o desempenho. Essas informações relacionadas ao comportamento podem ser usadas para melhorar as decisões de gerenciamento e maximizar a eficiência, a produtividade e o bem-estar animal na fazenda”, afirmou Garcia.

Mais informações: https://tinyurl.com/4yk4r6ru.

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