Os pequenos e médios frigoríficos querem o apoio do governo federal para que possam exportar mais carne bovina. O pedido foi feito pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) durante audiência com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, nessa sexta-feira (24), em Brasília.
Segundo a entidade, o Brasil precisa intensificar as negociações com os principais mercados importadores de carne para ampliar o número de frigoríficos habilitados a exportar. A entidade também pediu maior acesso de seus associados às feiras e exposições internacionais, a fim de que possam promover os seus produtos.
“A exportação brasileira de carne bovina, que atingiu receita de US$ 13 bilhões e volume de 2,34 milhões de toneladas em 2022, ainda é altamente concentrada nas mãos de poucas empresas”, disse o presidente executivo da Abrafrigo, Paulo Mustefaga.
De acordo com ele, os frigoríficos que operam predominantemente no mercado interno enfrentam uma crise que já dura anos, em consequência do baixo crescimento econômico, do desemprego e da perda de poder aquisitivo da população, o que diminuiu o consumo da população. Esse cenário, observou, foi agravado pelos efeitos da pandemia de covid-19.
“É preciso dar melhores oportunidades às pequenas e médias empresas para que possam operar no mercado externo, que é muito favorável ao Brasil, assinalou Mustefaga. Só assim, acrescentou, elas terão condições de competir com os tradicionais grupos exportadores.
Dificuldades financeiras
“As empresas de menor porte passam por sérias dificuldades financeiras em função dos aumentos de custos e dos preços do boi gordo, principal matéria-prima da atividade, que foram impulsionados pelas exportações dos últimos anos, situação que tem levado ao fechamento ou aumento da ociosidade de diversas empresas.”
O executivo lembrou ainda que cerca de 75% da produção brasileira de carne bovina é destinada ao mercado interno. Nesse cenário, pontuou, os pequenos e médios frigoríficos têm grande importância não só no abastecimento doméstico, mas também na geração de empregos e renda no campo e nas cidades brasileiras.
Além de Mustefaga, o presidente do Conselho de Administração da Abrafrigo, José João Batista Stival, e representantes de empresas e sindicatos filiados à entidade participaram da audiência com Carlos Fávaro.
“Sem dúvida, tivemos um sinal de que vamos trabalhar juntos [com o Mapa] para um crescimento mais equilibrado do setor, dando oportunidade para que mais empresas forneçam [carne bovina] para o mercado mundial”, afirmou o presidente executivo da Abrafrigo.