Contexto regional: integração entre viticultura e pecuária no Pampa
No Pampa, a integração entre viticultura e pecuária é uma realidade crescente. As vinhas fornecem sombra e alimento, e os subprodutos da uva viram ração. Esse arranjo aproveita o espaço disponível e reduz resíduos agrícolas. Os produtores combinam manejo de lavouras e pastagens, mantendo a mão de obra. O Pampa oferece clima ameno e solos que acomodam vinhedos e pastagens.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!Vantagens da integração
- Diversificação de renda com vinhos, uva in natura e ração de gado.
- Melhor uso de subprodutos, como bagaço de uva.
- Redução de resíduos e melhoria da gestão de dejetos.
- Aproveitamento de alimento para o rebanho próximo da colheita.
- Conservação do solo com alimentação integrada.
Desafios e cuidados
- Monitorar a palatabilidade do bagaço e evitar mofo.
- Equilibrar a ração para não comprometer o consumo.
- Respeitar os períodos de manejo para não estressar as vinhas.
Resultados esperados
- Aumento na utilização do espaço e menor desperdício.
- Melhora no manejo de resíduos e na fertilidade do solo.
- Potencial de ganhos simples de implementação na próxima safra.
Projeto foca 28 novilhos Brangus em cocho automatizado
No Brangus 28 novilhos Brangus, a alimentação ocorre em cocho automatizado, com ração balanceada. A automatização mantém o fornecimento estável, reduzindo variações no consumo diário. Isso facilita o manejo e ajuda a prever o ganho de peso com mais precisão.
Configuração do sistema
A configuração usa um cocho com dosador automático, sensores de peso e controle simples. Ele libera a ração em quantidades adequadas para cada animal, mantendo o consumo estável. A dieta é ajustada pela idade, peso e objetivo de ganho de peso.
Benefícios esperados
- Consumo mais uniforme entre os animais, reduzindo variações de ganho.
- Ganhos de peso previsíveis com menor dependência de mão de obra.
- Redução de desperdícios e controle de alimentação.
- Economia de tempo para o produtor e maior segurança alimentar.
Cuidados e desafios
- Manter a limpeza do cocho para evitar mofo e doenças.
- Calibrar o dosador para não sobrecarregar ou faltar ração.
- Ter plano de backup para falhas elétricas ou de software.
- Garantir água fresca disponível, mesmo com a alimentação automatizada.
Boas práticas diárias
- Verificar diariamente o funcionamento dos sensores e do motor do dosador.
- Registrar a observação do peso e do consumo para ajustar a ração.
- Realizar limpeza semanal do cocho e dos componentes.
Com esse modelo, a automação eleva a produção sem aumentar a carga de trabalho.
Farelo de uva como substituto energético do milho
O farelo de uva pode atuar como substituto energético do milho, aproveitando um subproduto da vinicultura para complementar as rações. Ele entrega carboidratos úteis e fibra, ajudando a manter a energia da dieta sem depender exclusivamente do milho.
O que é farelo de uva
É o bagaço seco ou desidratado que sobra após a prensa da uva. Em geral, tem carboidratos fermentáveis e boa fibra, com densidade energética menor que o milho. A palatabilidade costuma ser boa, o que facilita a aceitação pelo gado, especialmente quando bem integrado à forragem. Pode conter traços de sementes, dependendo do processamento.
Comparação com milho
- Energia disponível: normalmente menor que o milho, mas suficiente quando usado como substituto parcial.
- Fibra e proteína: mais fibra, proteína geralmente moderada.
- Palatabilidade boa, especialmente quando seco e bem misturado com a ração.
- Armazenamento e estabilidade: requer cuidado para evitar mofo; armazene em local seco ou faça ensilagem com manejo adequado.
Como usar na formulação
- Verifique a composição do farelo de uva do seu fornecedor, incluindo energia e proteína.
- Use como substituto parcial do milho, mantendo a fibra para a saúde do rúmen. Inicie com 10–20% da energia da dieta e aumente conforme a resposta animal.
- Integre com forragem fibrosa (silagem ou feno) para manter a digestão estável e evitar distúrbios.
- Ajuste a ração gradualmente ao longo de 1–2 semanas e monitore consumo e ganho de peso.
- Prefira rações balanceadas com adições vitamínicas e minerais para compensar qualquer variação nutricional.
Cuidados práticos
- Manter o farelo seco e bem armazenado para evitar mofo e deterioração.
- Checar cheiro, cor e textura; descarte qualquer lote mofado ou com cheiro desagradável.
- Controlar a umidade ao incorporar na ração para não comprometer a digestão.
- Evitar armazenar perto de produtos que liberem umidade ou que atraiam pragas.
Resultados esperados
Quando bem manejado, o farelo de uva pode reduzir custos de alimentação e manter o desempenho animal. Aliado a forragem adequada, pode sustentar ganho de peso e produção sem depender apenas do milho, especialmente em fazendas que produzem uvas ou vinhos.
Objetivos: medir consumo, peso e desempenho
Medir consumo, peso e desempenho é fundamental para cada lote. Esses dados mostram se a ração de hoje está levando ao ganho desejado.
Por que medir o consumo
O consumo diário revela se os animais estão com apetite estável. Se o consumo cai, sinaliza estresse, doença ou ração inadequada hoje. Registrar consumo ajuda a detectar problemas cedo e evitar perdas.
Como medir o peso
O peso deve ser medido em intervalos regulares. Use balanças no cocho ou pesagem de cada animal. Registre peso inicial, peso intermediário e peso final para calcular o ganho.
Como calcular o GMD
GMD, Ganho de peso médio diário, é calculado pela diferença entre peso final e inicial. Dividido pelos dias.
Use esse valor para ajustar metas de alimentação e ganho por lote.
Ferramentas úteis
- Balanças com leitura automática ajudam a registrar o peso sem estresse.
- Cocho com pesagem ou sensor de peso facilita o monitoramento.
- Planilhas simples permitem comparar consumo, peso e ganhos entre as fases.
- Use uma rotina de registro diário para não perder dados.
Interpretação prática
Compare o GMD com a meta planejada para o rebanho. Se o ganho fica abaixo, ajuste a ração, a qualidade da forragem ou o manejo. Reveja também a ingestão para evitar distúrbios digestivos.
Medição de emissões de metano para avaliando impacto ambiental
Medir o metano que a pecuária produz mostra o impacto ambiental da sua fazenda e ajuda a reduzir custos. O metano vem da fermentação no rúmen e afeta o clima. Medir orienta mudanças na alimentação e no manejo diário.
Por que medir o metano?
Saber a emissão ajuda a identificar onde melhorar. Pequenas mudanças na dieta costumam reduzir as emissões. Além disso, acompanhar os números mostra progresso ao longo do tempo e facilita diálogos com compradores e órgãos reguladores.
Métodos de medição no campo
- Câmaras de respiração: o animal fica em uma cabine por algumas horas e o gás é analisado.
- Método SF6: usa um pequeno dispositivo com amostra de ar para estimar as emissões.
- Detecção com laser portátil para leituras rápidas na pastagem.
- Estimativas pela dieta: fórmulas simples ligam o que o animal come ao metano produzido.
- Parcerias com universidades ou laboratórios para medições mais precisas.
Como aplicar no dia a dia
- Defina uma linha de base com medições iniciais.
- Escolha um método prático conforme orçamento e disponibilidade.
- Registre os resultados mensalmente e compare com metas de manejo.
- Teste mudanças na alimentação, como inclusão de lipídeos ou aditivos aprovados, avaliando o impacto.
Interpretação e ações
Se as emissões permanecerem altas, ajuste a qualidade da forragem e o racionamento. Considere aditivos alimentares autorizados para reduzir o metano. Use os dados para implementar estratégias de manejo que aumentem a eficiência.
Custos, benefícios e viabilidade
As medições diretas podem ter custo elevado. Câmaras exigem infraestrutura. Métodos simples, baseados na dieta, são mais acessíveis. Buscar parcerias com universidades pode reduzir custos e ampliar a precisão.
Resultados esperados
A meta é reduzir o metano por unidade de ganho de peso e melhorar a eficiência. Com manejo adequado, dá pra conciliar produção com impactos ambientais menores, sem perder desempenho.
Produção do suplemento: bagaço de uva desidratado pela Cotrisul
O bagaço de uva desidratado, produzido pela Cotrisul, é um suplemento energético-fibroso que aproveita um resíduo da vinicultura para enriquecer a ração sem depender só do milho.
O que é o bagaço de uva desidratado
É o resíduo da prensagem da uva, seco para reduzir a umidade e facilitar armazenagem. Ele traz carboidratos utilizáveis e boa fibra, com energia moderada e boa palatabilidade. Pode conter traços de sementes conforme o processamento.
Processo de produção pela Cotrisul
A Cotrisul realiza a coleta, higienização e desidratação do bagaço, eliminando a água e preservando nutrientes. Em seguida, o material é peneirado, classificado e embalado em envelopes selados para manter a qualidade. Pequenos testes de aroma e umidade garantem consistência entre lotes.
Composição e uso na alimentação
O bagaço desidratado fornece fibra e carboidratos, contribuindo com energia sem sobrecarregar a ração com milho. A proteína tende a ser baixa, então funciona bem quando usado junto com uma forragem proteica. A palatabilidade costuma ser boa, especialmente quando bem misturado.
Como incorporar na formulação
- Verifique a composição nutricional fornecida pela Cotrisul, incluindo energia, fibra e proteína.
- Inicie com 10–15% da energia da dieta como bagaço e aumente lentamente conforme resposta do animal.
- Combine com forragem fibrosa para manter a ruminação e evitar distúrbios digestivos.
- Monitore consumo e ganho de peso, ajustando ao longo de 1–2 semanas.
- Inclua vitaminas e minerais para compensar variações nutricionais.
Cuidados de armazenamento e qualidade
- Guarde em local seco, arejado e protegido de pragas.
- Cheque odor, cor e textura; descarte lotes com sinais de mofo ou cheiro estranho.
- Controle a umidade para evitar mofo e micotoxinas.
- Utilize embalagens seladas e rotuladas corretamente.
Resultados esperados
Quando bem manejado, o bagaço de uva desidratado da Cotrisul pode reduzir custos de alimentação e manter ou melhorar o ganho de peso, contribuindo para uma dieta mais econômica e sustentável.
Duração: 60 dias de avaliação
Durante 60 dias de avaliação, você acompanha o desempenho da intervenção escolhida para a fazenda. O objetivo é confirmar se a prática melhora o consumo, o ganho de peso e a eficiência da ração.
Objetivos da avaliação
- Avaliar o consumo diário e a palatabilidade da dieta.
- Medir o ganho de peso e a taxa de crescimento do lote.
- Calcular a eficiência alimentar com o Ganho de Peso Médio Diário (GMD) e a Conversão Alimentar (FCR).
- Estimar o custo por ganho e o impacto econômico.
- Avaliar a saúde e o bem-estar do rebanho durante a implementação.
Dados e métricas a coletar
- Consumo diário por animal ou por cocho, registrado diariamente.
- Peso inicial, peso intermediário e peso final para cada animal ou para o lote.
- Ganho de peso total e diário (GMD).
- FCR, custo por unidade de ganho e variações de custos com a nova prática.
- Sinais de saúde, doenças, mortalidade e conforto no manejo.
- Condições ambientais, qualidade da água e temperatura do ambiente.
Cronograma de atividades
- Dias 1 a 7: fase de adaptação à nova dieta ou manejo.
- Dias 8 a 14: coleta de dados base, ajustes iniciains se necessário.
- Dias 15 a 45: monitoramento contínuo de consumo, peso e custos.
- Dias 46 a 60: análise dos resultados, comparação com metas e decisões sobre continuidade.
Como registrar e comparar
- Use uma planilha simples para registrar consumo, peso e custo diário.
- Calcule o GMD e o FCR regularmente para acompanhar tendências.
- Crie gráficos simples para visualizar variações semanais.
Interpretação prática dos resultados
Se o GMD ficar acima da meta, continue com a intervenção. Se ficar abaixo, revise a ração, o volume diário ou o manejo de pastejo.
Consumo estável com ganho de peso bom indica eficiência. Quedas de consumo ou saúde debilitada sugerem ajustes imediatos para evitar perdas.
Riscos e mitigação
- Rápidas mudanças climáticas ou estresse podem afetar o consumo. Tenha um plano de adaptação.
- Falhas de equipamento ou irregularidades de fornecimento exigem backup de ração e energia.
- Monitore a água e a higiene do cocho para evitar doenças.
Resultados esperados e decisão
Ao final dos 60 dias, você terá dados suficientes para decidir se a intervenção vale a pena ampliar, reduzir ou ajustar. Use as evidências para planejar a próxima safra com mais segurança e custo-benefício.
Resultados esperados: ganhos de peso e redução de gases
Os resultados esperados com a intervenção são dois pilares: ganhos de peso e redução de gases na ruminação. O objetivo é melhorar a eficiência da ração sem aumentar custos.
Ganhos de peso esperados
O ganho de peso diário depende da dieta, da idade e do manejo. Em condições comuns, novilhos entre 18 e 24 meses podem ganhar entre 0,5 e 0,9 kg por dia com uma ração bem balanceada. Em fases de confinamento com boa forragem, esse valor pode chegar a 1,0 kg/dia, mas varia entre os lotes.
Para acompanhar, registre o peso inicial, faça pesagens periódicas e calcule o GMD (ganho de peso médio diário). Use esse número para ajustar a dieta e as metas de cada lote.
Redução de gases
O metano é um gás que vem do rúmen e impacta o clima. Mudanças simples na dieta costumam reduzir as emissões por kg de ganho. Em média, estratégias práticas podem reduzir o metano entre 5% e 15%. Adições de lipídeos, forragem de alta qualidade e aditivos autorizados também ajudam. O custo varia, então vale a pena fazer a conta custo-benefício.
Quando a alimentação fica mais eficiente, há menos desperdício e melhor digestão. Isso significa menos metano por quilograma de ganho de peso, sem perder desempenho.
Como acompanhar
- Consumo diário por animal ou cocho para detectar variações de apetite.
- Peso inicial, intermediário e final para calcular o GMD e o ganho total.
- FCR (eficiência alimentar) para medir quanto alimento gera cada unidade de peso.
- Registre a variação de emissões se puder medir, ou use estimativas da dieta para comparar com metas.
Interpretação prática
Se o GMD ficar abaixo da meta, revise a energia da ração, a palatabilidade ou o manejo. Se o consumo subir sem ganho, ajuste o balanceamento para evitar distúrbios.
Emissões menores com o ajuste indicam que a prática funciona. Continue monitorando para confirmar a durabilidade.
Riscos e mitigação
- Estresse térmico ou mudanças rápidas no manejo podem afetar o consumo. Tenha um plano de adaptação.
- Problemas de qualidade da água ou higiene do cocho podem atrapalhar. Mantenha água disponível e limpeza regular.
- Custos extras com aditivos. Faça uma análise de custo-benefício antes de adotar.
Resultados esperados e tomada de decisão
Ao final, você terá dados para decidir se vale ampliar a intervenção. Com ganho de peso positivo e redução de gases, a prática tende a ser sustentável e rentável a longo prazo.
Viabilidade prática e economia circular no bioma Pampa
Na prática, a viabilidade da economia circular no bioma Pampa depende de custo, logística e recursos disponíveis na fazenda. A ideia é fechar o ciclo, usando o que sobra para alimentar o gado, fertilizar o solo e gerar energia.
Conceito de economia circular
Economia circular é manter o valor dos insumos dentro da fazenda. Em vez de jogar fora, reutilizamos resíduos, aproveitando cada recurso várias vezes. Isso reduz desperdícios e diminui a dependência de insumos externos.
Por que funciona no Pampa
- Clima ameno e pastagens longas facilitam a integração entre lavoura, pecuária e vinicultura.
- Proximidade entre fontes de resíduos e áreas de alimentação reduz custos de transporte.
- Cooperativas locais ajudam a negociar insumos reciclados, aumentando a viabilidade econômica.
Loops práticos para a região
- Bagaço de uva e outros subprodutos da vinicultura como ração complementar, quando bem dosados.
- Compostagem de esterco com resíduos vegetais para adubação do solo, elevando a fertilidade naturalmente.
- Recuperação de água da chuva para manejo de animais e limpeza de áreas de alimentação.
- Uso de energia de baixo custo a partir de biodigestores com dejeto animal e resíduos de vinícola.
- Reutilização de embalagens e resíduos de colheita para construção de estruturas simples.
Plano de implementação em etapas
- Mapeie entradas e saídas: o que você gera e o que pode ser reutilizado.
- Priorize os loops com maior impacto e menor custo inicial.
- Faça um piloto de 3 a 6 meses para testar resultados.
- Mensure indicadores como custo por unidade de ganho, consumo e qualidade do solo.
- Expanda gradualmente conforme os resultados e a disponibilidade de resíduos.
Indicadores de sucesso
- Redução de resíduos gerados na propriedade.
- Economia em ração e insumos.
- Aumento da fertilidade do solo e da produção seja de pastagem ou lavoura.
- Melhor eficiência energética e menor pegada ambiental.
Riscos e mitigação
- Variação na qualidade de resíduos. Faça testes simples antes de uso.
- Problemas de mofo e contaminação. Armazene bem e utilize apenas materiais seguros.
- Custos de implantação. Comece com um piloto pequeno e busque parcerias.
Resultados esperados e próximos passos
Com planejamento cuidadoso, a circulação de recursos na propriedade pode reduzir custos e aumentar a resiliência. O próximo passo é consolidar as práticas que deram certo e replicá-las em outras áreas da fazenda.
Além disso, confira abaixo esses posts:
Saiba Mais Sobre Dr. João Maria
Dr. João Silva é um renomado zootecnista especializado em pecuária de leite, com mais de 2 Décadas de experiência no setor. Com doutorado pela Universidade Federal de Viçosa e diversas certificações, Também é autor de inúmeros artigos científicos e livros sobre manejo e produção de leite.
Dr. João é reconhecido por sua contribuição significativa à indústria e seu compromisso com a qualidade e a inovação na produção leiteira.
