Confira os passos mais importantes para começar e também para conduzir a rotação de pastagem para gado de corte dentro de sua porteira
Conforme já afirmou o agrônomo Wagner Pires ao Giro do Boi, a rotação de pastagem para gado de corte é o sistema de pastejo mais adequado. (leia mais detalhes no link abaixo). Justamente por isso é que o especialista listou 11 passos para o pecuarista implementar o formato dentro de sua porteira.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!1 – NÃO MISTURE MAIS DE UM CAPIM
Segundo Pires, a rotação de pastagem para gado de corte não funciona com Braquiária e Panicum junto. “Não dá certo, nem misturado e nem em piquetes separados. Porque cada gramínea tem o seu período de descanso, cada gramínea tem o seu período de rebrota, sua altura de entrada e de saída e palatabilidade”, justificou
2 – DISTÂNCIA DO PASTO PARA O BEBEDOURO DE ÁGUA
Em seguida, o agrônomo ressaltou que o sistema de rotação de pastagem para gado de corte não deve estar longe da aguada. A distância máxima não pode ser maior do que 300 metros, por exemplo. Para gado de leite, a restrição é ainda maior: a caminhada não deve superar os 150 metros. “O gado vai beber água pelo menos cinco vezes ao dia! Então imagine o deslocamento que ele tem para ir e para voltar. Se a distância for muito grande, ele não vai lá no fundo do pasto comer o capim e aí você começa a perder pastagem”, frisou.
3 – PREVINA A EROSÃO
Logo depois o especialista tratou da relevância de deixar a erosão fora da porteira, que pode ser fruto de divisão de pasto morro abaixo. “O gado tem por hábito caminhar junto à cerca para ir beber água lá embaixo. Se a cerca está descendo, o gado se desloca e sobe e desce, sobe e desce. Assim, vai provocar uma erosão. Tomar cuidado com as erosões. Deve-se corrigir, evitando que ela aumente mais ainda”.
4 – PIQUETES IGUAIS
Simultaneamente os piquetes deve ter áreas totais similares dentro da rotação de pastagem para gado de corte. Pires explicou o que isso significa. “E o que é aproximadamente igual? É uma tolerância de até 10% de diferença entre os piquetes. Isso é muito fácil hoje de a gente conseguir com um levantamento topográfico bem feito, um mapa bem feito. […] Aquele negócio de fazer pasto dividindo no olho não existe mais! Além disso, é fundamental que você trabalhe com a área líquida de pastagem. Às vezes você tem uma grota, uma bola de mata, uma represa, ou seja, você tem um pasto de 20 hectares, mas, na realidade, você vai ter 18 hectares de área útil. Nesse caso, você vai trabalhar com 18 e não com 20”, pontuou.
5 – ÁREA DE LAZER
Da mesma forma, o consultor destacou que o pecuarista também deve focar na área de lazer e falou de que se trata. “É onde eu tenho o bebedouro, o cocho de sal. Eu posso ter um cocho para suplementação. Eu tenho sombra. A área de lazer normalmente é dimensionada de 10 a 20 metros por unidade animal. Se você tem um terreno mais argiloso, sujeito a encharcamento em uma região que chove muito, deixe 20 a até 25 metros por unidade animal. Se você tem um terreno mais arenoso, você pode trabalhar na faixa de 10 metros”, orientou.
6 – DIMENSÃO DO BEBEDOURO
Conforme continuou o agrônomo, dentro da área de lazer, o bebedouro deve ter dimensões corretas. “Você deve ter um reservatório de pelo menos 50 litros por cabeça/dia. E sempre nós vamos dimensionar esse bebedouro na carga máxima de unidade animal, que é um animal de 450 quilos. O perímetro desse bebedouro deve girar em torno de 3 a 5 centímetros por cabeça”, sustentou.
7 – ADUBAÇÃO
Tanto quando a estrutura física da rotação de pastagem para gado de corte, o solo também deve estar à altura do desafio. “É fundamental que se mantenha os níveis de fertilidade num sistema rotacionado. O sistema rotacionado é feito para extrair muito, ter muito gado. Se você tem muito gado, você tem muita extração de nutrientes. Então você tem que se preocupar com a adubação”, confirmou.
8 – AJUSTE DE LOTAÇÃO
“Nós devemos ter sempre em mente que na época das águas nós teremos 70% de produção de massa, na época da seca 30%. Rotacionado não faz milagre. Nós temos que fazer uma adequação de carga no decorrer do ano”, disse em síntese.
9 – NÃO ROTACIONAR TODA A FAZENDA
Segundo Pires, o pecuarista não deve fazer rotação de pastagem para gado de corte em toda a propriedade. “Podemos dividir 100% da fazenda, mas não podemos intensificar 100% da fazenda. […] Você deve sempre tomar o cuidado de reservar 20 a 30% da área de pastagem total da fazenda para ser manejado eventualmente de forma diferente. […] Se você forçar a barra e colocar o gado, você vai degradar”, alertou.
Acima de tudo, a ideia é que a fazenda tenha uma área de reserva conhecida como “pasto pulmão”. “Deixe o gado lá 15 a 20 dias, dá um descanso geral e aí volte com o gado. Isso também serve para quando tem ataque de pragas e mais uma série de imprevistos”, indicou.
10 – APRENDA A DIRIGIR ANTES DE ACELERAR
Assim como se faz em uma autoescola, Pires lembrou que o certo é aprender os pilares do sistema antes de acelerar a rotação de pastagem para gado de corte. “Monte um projeto, aprenda a lidar com esse rotacionado, aprenda a lidar com pasto adubado. Não queira montar um projeto grande. Comece aos poucos e vá aprendendo. Seu vaqueiro também vai aprendendo”, salientou.
11 – EXPERIMENTE
Por último, o consultor pediu que o pecuarista tome a iniciativa frente ao novo sistema. “Coloque em prática! […] Faça divisões na sua fazenda, monte um rotacionado. Duvide, experimente, coloque em prática. Esse é o segredo. Quem não se arrisca a fazer algo diferente, […] vai colher sempre o mesmo resultado”, provocou.
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Em conclusão, assista o passo a passo completo no vídeo a seguir sobre rotação de pastagem para gado de corte: